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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Artigos especiais para o 8 de março - Dia Internacional da Mulher

Leia artigos especiais para o 8 de março - Dia Internacional da Mulher

É muito comum que muçulmanos e muçulmanas tenham que, cotidianamente, responder a dúvidas sinceras e a provocações baratas sobre a questão da mulher no Islam. A maioria das vezes, estas perguntas vêm carregadas de preconceitos e das informações equivocadas que a mídia empurra mentes e goelas abaixo.

Podemos afirmar, com toda a certeza, que, com exceção do Candomblé, onde a figura feminina tem maior destaque, não há religião que garanta condições tão equivalentes às dos homens quanto o islamismo. Por exemplo, conquistas do tempo em que houve a revelação do Alcorão e que as mulheres têm lutado muito até hoje para garantir nos países ocidentais:

- Direito à Individualidade:

A mulher é reconhecida no Islam como a parceira completa do homem e igual a ele na procriação da humanidade. Nesta parceria as partes são iguais em cada aspecto, têm direitos e responsabilidades iguais e são dotadas das mesmas qualidades, seja homem ou mulher. Homens e mulheres têm as mesmas obrigações e responsabilidades sociais, morais e religiosas e devem enfrentar a consequência de seus atos. No Islam, a mulher é independente economicamente, uma vez que ela pode ser proprietária, com direito a administrar seus bens e ninguém, pai, marido ou irmão, tem ingerência no trato de questões financeiras. Nas outras religiões...

- Direito à Educação e Instrução:

Ela se iguala ao homem na busca pelo conhecimento e educação. Quando o Islam conclama os muçulmanos para a busca do conhecimento, ele não faz distinção entre os sexos. A educação não é somente um direito, mas uma responsabilidade de todos os homens e mulheres. No Brasil, quando as mulheres passaram a ter direito à educação?

- Direito à Liberdade de expressão:
O Islam entende que uma mulher não pode se instruir se não lhe é permitido falar. O Islam entende que uma mulher não pode crescer intelectualmente se ela é obrigada a um estado de completa submissão. O Islam entende que uma mulher não tem vida própria se sua única fonte de informação é o marido em casa. Por isso, no Islam ela tem direito à liberdade de expressão, tanto quanto o homem. Suas opiniões são levadas em consideração e não podem ser desrespeitadas sob a alegação de serem provenientes de uma mulher. Há diversos relatos a respeito da participação efetiva das mulheres, não só expressando sua opinião como também questionando e participando de discussões sérias com o Profeta Muhammad (SAAS).

- Direito de Participação Política e Social:
A regra geral na vida política e social é a participação e a colaboração de homens e mulheres nas questões públicas. O Islam não exige, como algumas pessoas pensam, que a mulher fique confinada em sua casa até a morte. Em toda a história do Islam há relatos suficientes que comprovam a participação da muçulmana nas questões públicas, nas funções administrativas, na erudição e ensinamentos e mesmo nos campos de batalha, ao lado do Profeta(SAAS). Não há no Alcorão ou na Sunnah qualquer texto que impeça a mulher de exercer qualquer posição de liderança. No Brasil, por exemplo, o voto feminino foi aprovado apenas em 1934.

- Direito à Herança:

Além do reconhecimento da mulher como um ser independente, considerada como essencial para a sobrevivência da humanidade, o Islam deu à mulher o direito à herança. Antes do Islam, ela não só era privada desta participação como era considerada propriedade do homem.

- Direito da Mulher ao Divórcio:
O Islam garantiu aos casais o direito ao divórcio. O sistema de divórcio no Islam é o mais justo que existe. Desde Muhammad, as mulheres têm não só o direito de pedir o divórcio, como participam da partilha dos bens do casal. Foi a primeira organização do mundo a garantir direitos iguais a homens e mulheres nesta questão. No Brasil, somente em 1977, com a lei do divórcio é que a dissolução do casamento favoreceu um pouco mais a mulher, com a introdução do regime da comunhão parcial de bens.

- Direito à Sexualidade:
Outra questão polêmica com relação ao Islam é a que se refere ao sexo. O Islam não nega, em hipótese alguma, a sexualidade do ser humano, antes pelo contrário. O Islam não advoga a supressão do anseio sexual através do celibato ou do monasticismo. Também neste caso, homens e mulheres têm os mesmos direitos e deveres.

- Direito de vestir-se conforme os preceitos religiosos

As muçulmanas devem ter seus corpos cobertos, inclusive a cabeça, com o hijab (lenço). A burca, aquela vestimenta que cobre inclusive o rosto, não é uma obrigação. Um dos motivos para que as muçulmanas passassem a se vestir de tal forma foi, nos tempos do Profeta, para que fossem respeitadas. No tempo pré-islâmico as mulheres eram tratadas como seres de segunda categoria, desrespeitadas, violentadas e abandonadas por seus próprios pais. Naquele tempo, as que trajavam o hijab apontavam algo do tipo: não mexa comigo, sou muçulmana. Há uma relação de proteção coletiva muito forte entre os muçulmanos: provocou um, provocou todos! No caso dos homens, eles também têm regras na vestimenta. Não podem usar bermudas acima do joelho, nem camisas que deixem a região a partir do umbigo descoberta.

A mulher muçulmana prefere ser respeitada, vista e amada por aquilo que ela é e pensa. NÃO PELA EXPOSIÇÃO DE SEU CORPO, como se fosse um objeto para ser apreciado apenas pelos homens.

Seria muito bom se as mulheres fossem manchete em vários jornais pelo seu brilhantismo acadêmico e profissional, por sua capacidade intelectual, política, social, espiritual, não apenas por seu corpo exposto como carne de açougue.

- Direito ao Direito!

As muçulmanas estão anos luz à frente! Foi através de muita luta que a mulher ocidental alcançou esse esboço de liberdade. Foram séculos de uma árdua luta para a mulher conquistar o direito de aprender, de trabalhar, de ganhar o seu próprio sustento, de ter a sua própria identidade, de ter personalidade e capacidade jurídica. Esta mulher pagou um alto preço para provar sua condição de ser humano, provido de alma. A posição que a mulher ocidental de nossos dias desfruta foi conquistada pela força e não por um processo de mútuo entendimento.

Ela abriu o seu caminho à força, a custa de muitos sacrifícios, abrindo mão de sonhos e ideais. Muitas vezes as circunstâncias a empurraram para um campo de batalha até então desconhecido. E apesar disso tudo, de toda essa guerra, de tão pesados sacrifícios e lutas dolorosas, ela ainda não conquistou o que o Islam estabeleceu para a mulher muçulmana por Decreto Divino.

É por isso que para nós, muçulmanos, todo dia é dia de respeitar e amar as mulheres!


Leia artigo escrito por Mehnaz M. Afridi para a ONG WISE

Graças às minhas viagens freqüentes em terras muçulmanas do Paquistão, por exemplo, eu vi pessoalmente o notável trabalho realizado pelas mulheres no campo dos direitos humanos e pelo crescimento econômico. Elas são empreendedoras, chefes de empresas e administradoras de abrigos, o que destrói a imagem das muçulmanas marginalizadas, analfabetas e isoladas, como a mídia ocidental costuma espalhar.

Bushra Aslam, por exemplo, fundou um orfanato para meninas em Islamabad, após o terramoto de 2005. Fornece educadores, mentores, conselheiros e atividades para 45 pensionistas. Outra mulher notável é Rukhsana Asghar, presidente da Fulcrum (alavanca), uma consultoria empresarial na formação de recursos humanos que oferece bolsas de estudo para meninas pobres.

A opinião pública nos países ocidentais mal conhece as atividades positivas que acontecem em todo o mundo muçulmano. Em Marrocos, Egito e Turquia, por exemplo, há mulheres que são treinadas para serem guias espirituais, ou Murshidat, a oferta de formação espiritual para mulheres e crianças.

Há movimentos como a iniciativa da mulher islâmica, de espiritualidade e da Igualdade dos islâmicos (Women's Initiative em Espiritualidade e Igualdade - WISE), rede social e movimento de justiça social dos cidadãos, que visa a criação de planos de carreira para as mulheres no mundo muçulmano. Um dos programas de Sábios, de esforço (jihad) contra a violência, visa eliminar a violência contra as mulheres e defendem a sua causa no mundo muçulmano e em outros lugares.

WISE se basea no princípio de que "a violência é um fenômeno humano que existe em todas as culturas e comunidades de fé. Perpetua uma realidade constante na vida de milhões de muçulmanas e impedem o desenvolvimento nas esferas religiosa, cultural, política e econômica. Em todas as partes, a violência destrói o potencial das mulheres no seio da família, da comunidade, do seu país."

Em 6 de fevereiro, WISE lançou o Dia Internacional Contra a Mutilação Genital Feminina, uma prática com grande incidência na África. Porque esta praga afeta muitas jovens de diferentes religiões, clérigos cristãos e muçulmanos uniram-se para condená-la. Para expandir a sua mensagem, e como parte de sua jihad contra a violência, WISE trabalha com a Associação Egípcia de Desenvolvimento da Sociedade (EASD), uma ONG sediada em Gizé, ao propor uma educação contra a prática em um contexto religioso e também oferece incentivo financeiro e de atividades que podem tornar uma alternativa de pagamento para as pessoas que realmente praticam a MGF.

Por exemplo, em 2008, os membros da associação contactaram Hussein Amin, um profissional na pratica ilegal da mutilação (MGF é proibida no Egito desde 1996). Após receber a formação religiosa mostrando que a MGF não é islâmica e que é prejudicial às mulheres, Hussein concordou em parar de praticá-la, e, em contrapartida, passou a receber uma compensação financeira e uma nova equipe profissional no programa.

Mais de um ano sem praticar suas atividades ilegais, Hussein Amin orgulhosamente apresenta uma faixa da Universidade de al-Azhar na janela de sua barbearia, que declara que a MGF não é islâmica e está proibida.

WISE também está trabalhando na prevenção e eliminação da violência doméstica. É um fenômeno que os ocidentais erroneamente acreditam que é mais difundida, até aceito entre comunidades muçulmanas, por causa dos estereótipos de Hollywood e divulgada pela mídia ocidental.

Alguns muçulmanos, por sua vez, também acreditam que o Islam autoriza a violência doméstica. Esta atitude é devido a normas culturais, práticas e ignorância tribal de interpretações de textos que reconhecem a dignidade das mulheres.

WISE trabalha para uma melhor compreensão do problema da violência doméstica e oferece apoio às vítimas, através dos seus membros e suas organizações. É o caso de Ambreen Ajaib, uma psicóloga membro da entidade, que trabalha para Bedari, organização paquistanesa de defesa dos direitos das mulheres no Paquistão, que oferece apoio psicológico para as sobreviventes da violência masculina.

Estes são alguns dos compromissos e as alterações feitas pelos muçulmanos, e eles continuam a fazer, para reduzir as desigualdades que são responsáveis pelas práticas de mutilação genital feminina e violência doméstica. Apesar de todos os esforços feitos pelo WISE e outras organizações para divulgar informações sobre o abuso de mulheres vítimas e tomar medidas para erradicá-las vai exigir mais trabalho: há um longo caminho pela frente na estrada que separa igualdade entre as muçulmanas.


Mehnaz M. Afridi, Ph.D. (www.mehnazafridi.com) militante dos direitos das mulheres. Consultar www.wisemuslimwomen.org para mais informações sobre WISE. Artigo escrito para o Serviço de Imprensa de Common Ground (CGNews).
Fonte: Common Ground News Service (CGNews), 5 de março de 2010, www.commongroundnews.org

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