Você encontra aqui conteúdos da disciplina História e Cultura Afro- Brasileira para estudos e pesquisas, como também, assuntos relacionados à Política, Religião, Saúde, Educação, Gênero e Sociedade.
Enfim assuntos sobre o passado e sobre nosso cotidiano relacionado à História do Brasil e do Mundo.








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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Reino do Congo




O Reino do Congo ou Império do Congo foi um reino africano localizado no sudoeste da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, a Cabinda, à República do Congo, à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão.

O Reino do Congo teve importante participação no desenvolvimento do tráfico de escravos.

Durante seu processo de expansão marítimo-comercial, os portugueses abriram contato com as várias culturas que já se mostravam consolidadas pelo litoral e outras partes do interior do continente africano. Em 1483, momento em que o navegador lusitano Diogo Cão alcançou a foz do rio Zaire, foi encontrado um governo monárquico fortemente estruturado conhecido como Congo.

Fundado por Ntinu Wene, no século XIII, esse Estado centralizado dominava a parcela centro-ocidental da África. Na sua máxima dimensão, estendia-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até ao rio Congo, a leste, e do rio Oguwé, no actual Gabão, a norte, até ao rio Cuanza, a sul.

O império era governado por um monarca, o manicongo, consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama.

Nessa região se encontrava vários grupos da etnia banto, principalmente os bakongo, ocupavam os territórios. Apesar da feição centralizada, o reino do Congo contava com a presença de administradores locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade monárquica.

Apesar da existência destas subdivisões na configuração política do Congo, o rei, conhecido como manicongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma das províncias dominadas. A capital era M'Banza Kongo (cidade do Congo), rebatizada São Salvador do Congo após os primeiros contactos com os portugueses e a conversão do manicongo ao catolicismo no século XVI, onde aconteciam as mais importantes decisões políticas de todo o reinado. Foi nesse mesmo local onde os portugueses entraram em contato com essa diversificada civilização africana.

A principal atividade econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido comércio onde predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal. A prática comercial poderia ser feita através do escambo (trocas) ou com a adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de Luanda.

O contato dos portugueses com as autoridades políticas deste reino teve grande importância na articulação do tráfico de escravos. Uma expressiva parte dos escravos que trabalharam na exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era proveniente da região do Congo e de Angola. O intercâmbio cultural com os europeus acabou trazendo novas práticas que fortaleceram a autoridade monárquica no Congo.

Mundo Educação / Wikipédia

História da Etiópia




A história da Etiópia está documentada como uma das mais antigas do mundo. Segundo descobertas recentes, a espécie Homo sapiens seria originária dessa região e daí se teria espalhado pelo mundo.


Junto com os países vizinhos de Eritréia, Sudão, Djibouti, Somália e Somalilândia, esta região hospedou também o reino de Axum. A origem de Axum, por sua vez, remonta ao reino de Sabá (ou Shebah), no Iêmen, referido na Bíblia, que, por volta do ano 1000 a.C., se estendia, aparentemente, por todo o Corno de África e por parte da Península Arábica.

Desde aproximadamente o século IV a.C. os gregos chamavam de "Etiópia" a todos os países com população de raça negra, sem distinguir reinos nem países. Portanto, a Etiópia, segundo os gregos poderia ser a Núbia do sul de Egito e Sudão, ou poderia ser o reino de Axum, que se concentrava nos arrededores da Eritréia e ao norte da própria Etiópia, mas não há certeza histórica sobre isso.

Fontes gregas referem que o reino de Axum era extremamente rico no século I e a cidade de Adulis (que fica no país vizinho da Eritréia) é frequentemente mencionada como um dos mais importantes portos de África. Documentos oficiais, contudo, colocam a cidade de Aksum como a capital onde se encontrava a corte da Rainha de Sabá. Esse reino tinha, no século II, direito de receber tributos de estados da Península Arábica e tinha inclusivamente conquistado o reino meroítico de Kush, no actual Sudão.

Há indicações do carácter cosmopolita desse reino, com populações judaicas, núbias, cristãs e mesmo minorias budistas.

Século X

No século X, o reino de Axum escassamente tinha acesso ao mar, sendo isolado pelas forças árabes islâmicas. Os árabes chamavam o país empobrecido e desintegrado de "Al-Habashat", que significa povo mestiçado (entre negros e árabes), e é por esse nome que a Etiópia ainda é chamada na língua árabe. "Habesh" ou "Habesha" é uma palavra usada com freqüência mesmo na Etiópia, para distinguir as pessoas cristãs do norte do país.

Esse termo deu origem ao uso do nome Abissínia pelos europeus. Abissínia era uma região no norte da Etiópia moderna que era unida por uma cultura, uma família lingüistica, uma religião (cristianismo ortodoxo) e uma raça mestiçada que consistia de vários reinos rivais, unidos e divididos por diferentes períodos da história. Isolados do mar, os reinos da Abissínia começaram a sua expansão para sul, colonizando o interior da região inteira, enquanto os povos do litoral estavam sob a influência dos povos islâmicos.

A moderna Etiópia

O país moderno da Etiópia foi criado no final do século XIX pela rápida expansão territorial promovida pelos reis de Abissínia, com o apoio militar das potências coloniais européias. Esse apoio, principalmente de Portugal, foi decisivo desde o século XVI para evitar a invasão muçulmana da região.

A Inglaterra utilizou os reinos de Abissínia como fonte de mercenários contra as forças muçulmanos na região, enquanto a França construía um caminho de ferro desde sua colônia portuária no Djibouti até a capital de Abissínia, Adis Abeba, para penetrar o mercado do interior do continente. Nenhuma das potências coloniais da Europa, além da Itália, tentou colonizar o país, pois, à época, era uma das regiões mais pobres e menos atrativas para colonizar, por sua topografia de difícil acesso, que não favorecia a construção de infraestruturas modernas. A Itália, sendo um dos últimos países a entrar na era do colonialismo, ficou com o que ainda estava disponível para ser colonizado. A Itália tentou invadir a Abissínia desde a Eritréia em 1896 mas não conseguiu. No início do século XX, a Abissínia foi reconhecida como o reino independente da Etiópia e foi convidada para a Conferência de Berlim, na qual as potências coloniais decidiram a partilha da África.

O Império Etíope

A seguir à Primeira Guerra Mundial, a Abissínia, na forma de Império Etíope e governada pelo imperador Hailé Selassié, integrou a Liga das Nações, e apenas perdeu a sua independência entre 1936 e 1941, quando o exército de Benito Mussolini invadiu–a dando início a segunda guerra ítalo-etíope. A Itália possuía duas pequenas colónias no Corno de África, a Eritreia e a Somalilândia, e tinha vontade de se tornar um império, aliando-se à Alemanha Nazi – mas o negus recuperou-a, com auxílio da Grã-Bretanha (onde se tinha refugiado) e da África do Sul e começou a modernizar o país. Apesar de a Etiópia nunca ter sido colonizada pelo expansionismo europeu, ela mesma foi, na sua época de ouro, colonialista e expansionista, pois colonizou grandes territórios na região no final do século XIX, que nunca haviam pertencido nem desejaram pertencer à Etiópia e que estão ainda lutando pela sua independência.

Entre 1987 e 1991 o estado etíope foi uma república comunista com o nome de República Democrática Popular da Etiópia.

A independência da Eritreia

Em 1961 começava a luta pela independência da Eritréia (ocupada pela Etiópia). Em 1963 Etiópia participou na fundação da Organização da Unidade Africana, que colocou a sua sede em Adis Abeba. Em 1974, o imperador foi deposto num golpe militar, liderado por Mengistu Haile Mariam, mas o governo despótico que se seguiu, de carácter marxista e dirigido por um comando militar, o Derg, não conseguiu, nem desenvolver, nem estabilizar politicamente o país e em 1991, este governo foi deposto por um movimento de guerrilha duma minoria étnica do norte do país, FLPT (Frente pela Liberação do Povo de Tigray) ou popularmente chamado "Weyane". Os FLPT apenas representam 5% do povo da Etiópia mas foram comandados por um meio-eritreu, Meles Zenawi e apoiados pelos independentistas eritreus do FLPE, Frente pela Liberação do Povo Eritreu.

Como Presidente interino e Primeiro Ministro, cargo que ocupa até hoje, Zenawi consentiu, sob pressão dos eritreus, com a independência da Eritréia da Etiópia em 1993, pondo momentaneamente fim a cerca de 30 anos de guerra. Uma Assembleia Constitutiva foi construida pelo FLPT em 1994, no ano seguinte, foi proclamada a República Federal Democrática da Etiópia. Os resultados das eleições gerais desse ano foram rejeitados por todos os observadores internacionais por violações graves dos direitos humanos e democráticos, mas mesmo assim Meles Zenawi proclamou-se Primeiro Ministro.

Em 1997 a Eritreia introduziu a sua própria moeda corrente, a Nakfa, separando a sua economia da Birr etíope. O conflito de fronteiras começou em Maio de 1998 com o assassinato de oficiais eritreus na aldeia de Badme por militares etíopes que ocupavam a zona. A Eritreia retomou a zona e a Etiópia declarou a guerra pouco depois, iniciando uma guerra aberta por cinco frentes ao longo da toda a fronteira e com bombardeamentos aéreos sobre a capital da Eritréia. Eritréia respondeu e a guerra continuou até o dia 17 de Maio (o dia das eleições na Etiópia) quando o governo etiope lançou uma grande ofensiva ocupando um quarto do território eritreu e refugiando um terço do povo, plantando minas nas terras mais férteis da Eritréia e causando o equivalente a 850 milhões de dólares de destruição à infraestrutura da Eritréia.

Meles Zenawi proclamou que ganhara as eleições da Etiópia, e tinha proibido desta vez a presença de observadores internacionais. A guerra terminou com mais de 100 000 mortos em 2000 depois da intervenção da ONU pondo uma zona desmilitarizada de 25 km ao longo do lado eritreu da fronteira com 4500 capacetes azuis da ONU. Em Abril de 2002, o Tribunal Internacional de Justiça na Haia acabou com o trabalho de delinear a fronteira entre os dois países, pondo a aldeia disputada de Badme na Eritréia e obrigando a Etiópia a compensar a Eritréia pela destruição que causou durante a sua invasão. A Eritréia aceitou a decisão, a Etiópia rejeitou-a e a ameaça de guerra ainda persiste.

Fonte: wikipédia

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Frase do dia!!! 22/02

"Racismo – o pior veneno existente. Adoece o homem negro, o deforma, mas não sejamos nós, mulheres negras, o antídoto, curemos nossas feridas"

Calendário de Memória Negra

SENHORAS DA AFRICA:RAINHAS-MÃES




Os gregos e os romanos usavam o termo "Candaces" como nome próprio para designar as rainhas africanas com as quais estabeleciam relações políticas. O título foi comum a todas as 14 rainhas que governaram o império Méroe, na antigüidade, região da atual Etiópia. Subvertendo a lógica da dominação destinada às mulheres desde os tempos antigos, as Candaces simbolizam o Poder Feminino, não só de procriar, mas de lutar por seu território e por sua cultura, conquistando respeito, espaço e também prosperidade.Os historiados testemunharam que estas Candaces ocupavam-se da administração civil, dirigiam exércitos, o comércio e as relações diplomáticas. Algumas vezes cita-se a Candace como a Rainha Mãe, com poder suficiente para ter a última palavra no processo de seleção do faraó.
A mais conhecida destas rainhas foi a Candace Amanishakheto, rainha do reino sudanês de Napta e Meroe, nos tempos do Imperador Augusto, que se nega a submeter-se e assedia as legiões romanas. No ano 20 a.C. faz uma incursão no Egito, saqueando todas as cidades por onde passa até Elefantina. Arrastada pelas tropas romanas, solicita a paz e volta para o seu reino, q
ue graças ao tratado concluído entre Amanishakheto e o Imperador Augusto prospera ainda durante mais de duzentos anos.

Mulher e o Islã



A Burka é o traje feminino imposto pelo Alcorão, principalmente em países islâmicos. Este cobre o corpo todo, incluindo o rosto e os olhos.
Roupas justas ao corpo ou roupas semitransparentes são proibidas, pois atraem a atenção dos homens.

A adopção do “burquíni” para a participação nas olimpíadas


A estilista libanesa Aheba Zalvetti criou o “burquini”, isto é, uma mistura de burca com biquini, mas mais reservado pois cobre toda a mulher, com excepção do rosto e dos pés.
Esta criação deu uma oportunidade às mulheres para praticarem desportos e poderem ir à praia sem desrespeitarem a sua cultura.
Esta veste é composta por uma espécie de véu, uma camisola de manga comprida e calças longas. Tem um tecido muito versátil para a prática de desporto (natação, voleibol e futebol de praia).
A federação iraniana de natação, por exemplo, que nunca enviou nenhuma mulher às Olimpíadas, já adotou um uniforme inspirado no burquíni como uniforme oficial para competições internacionais.
Apenas no Mundial de Jogos para Mulheres Muçulmanas é que elas podem usar a roupa que quiserem, pois é um evento somente para mulheres.

Leis a que são submetidas as mulheres muculmanas

As mulheres muçulmanas têm mais deveres e regras do que direitos. As seguintes regras apresentadas são algumas a que as mulheres têm de obedecer, em geral, nos países muçulmanos:

-É absolutamente proibido às mulheres qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo professoras, médicas, enfermeiras, engenheiras, etc;
-É proibido às mulheres andar nas ruas sem a companhia de um “nmahram” (pai, irmão ou marido);
-É proibido falar com vendedores homens;
-É proibido ser tratada por médicos homens, mesmo que em risco de vida;
-É proibido o estudo em escolas, universidades ou qualquer outra instituição educacional;
-É obrigatório o uso do véu completo (“burca”) que cobre a mulher dos pés à cabeça;
-É permitido chicotear, bater ou agredir verbalmente as mulheres que não usarem as roupas adequadas (“burca”) ou que desobedeçam a uma ordem talibã;
-É permitido chicotear mulheres em público se não estiverem com os calcanhares cobertos;
-É permitido atirar pedras publicamente a mulheres que tenham tido sexo fora do casamento, ou que sejam suspeitas de tal;
-É proibido qualquer tipo de maquilhagem (foram cortados os dedos a muitas mulheres por pintarem as unhas);
-É proibido falar ou apertar as mãos de estranhos;
-É proibido à mulher rir alto (nenhum estranho pode sequer ouvir a voz da mulher);
-É proibido usar saltos altos que possam produzir sons enquanto andam, já que nenhum homem pode ouvir os passos de uma mulher;
-A mulher não pode usar táxi sem a companhia do marido, pai ou irmão;
-É proibida a presença de mulheres em rádios, televisão ou qualquer outro meio de comunicação;
-É proibido andar de bicicleta ou motocicleta, mesmo com seus “maharams”;
-É proibido o uso de roupas que sejam coloridas, ou seja, “que tenham cores sexualmente atraentes”;
-Os transportes públicos são divididos em dois tipos, para homens e mulheres, pois os dois não podem viajar no mesmo;
-É proibida a participação de mulheres em festividades;
-É proibido o uso de calças compridas mesmo debaixo do véu;
-As mulheres estão proibidas de lavar roupas nos rios ou locais públicos;
-As mulheres não se podem deixar fotografar ou filmar;
-Todos os lugares com a palavra “mulher” devem substitui-la, por exemplo: O Jardim da Mulher deve passar a chamar Jardim da Primavera;
-Fotografias de mulheres não podem ser impressas em jornais, livros ou revistas ou penduradas em casas e lojas;
-As mulheres são proibidas de aparecer nas varandas das suas casas;
-O testemunho de uma mulher vale metade do testemunho masculino;
-Todas as janelas devem ser pintadas de modo a que as mulheres não sejam vistas dentro de casa por quem estiver fora;
-É proibido às mulheres cantar;
-Os alfaiates são proibidos de costurar roupas para mulheres;
-É completamente proibido assistir a filmes, televisão, ou vídeo;
-As mulheres são proibidas de usar as casas de banho públicas (apesar da maioria não ter casa de banho em casa).

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Frase do dia!!! 20/02

Para pensar

“... ensinar não se esgota no 'tratamento' do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível.”

Paulo Freire

Governo vai retirar descriminalização do aborto do Programa de Direitos Humanos

O ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) reafirmou dia 29/01/10 que o governo irá alterar o texto que trata da descriminalizaçã o do aborto no 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos. Vannuchi admitiu que errou ao incluir no texto a defesa do aborto, o que segundo ele não corresponde à opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Vannuchi disse que a nova versão do texto deve estar pronta em duas semanas, após reunião da Secretaria Especial de Direitos Humanos com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"A formulação que nós fizemos é a única que nós já anunciamos com humildade e reconhecimento de erro, que é sobretudo meu. A defesa do aborto no texto ela se assenta na autonomia das mulheres para decidir sobre seu próprio corpo. É uma formulação do movimento feminista, mas não corresponde à opinião do presidente Lula", disse ao visitar a Campus Party Brasil, em São Paulo.
O ministro ressaltou, no entanto, que a nova redação não será um ponto final na discussão sobre o tema. Segundo ele, o texto deverá ter apenas uma linha alterada em relação ao documento atual e deixará o debate em aberto.
"Para fazer a formulação que corrige, sem criar uma nova controvérsia, eu preciso fazer uma discussão com a CNBB, que tomou a iniciativa, e com quem mais queira, desde que não envolva recuar no debate sobre a questão do aborto. Em direitos humanos é preciso valorizar sempre o direito à divergência, a verdade é sempre filha do tempo", disse.
No último dia 27, o ministro afirmou que a maior polêmica do texto atual é a citação explícita da autonomia feminina sobre o próprio corpo.
"'Apoiar a descriminalizaçã o do aborto', se terminasse aí, o tema era menos polêmico, mas o que vem em seguida, 'tendo em vista a autonomia das mulheres para decidir sobre seu próprio corpo', é uma bandeira do movimento feminista. E o governo, o próprio presidente Lula, não tem essa visão. Se o presidente não tem, isso evidentemente tem que ser mudado", afirmou Vannuchi.
Ontem, em entrevista à Agência Brasil, feministas criticaram a revisão do trecho que trata do aborto e classificaram a decisão do governo de retrocesso.

Agência Brasil

Calendário Feminista

24 de fevereiro – Dia da conquista do voto feminino no Brasil.
8 de março – Dia Internacional da Mulher.
30 de abril – Dia Nacional da Mulher.
28 de maio – Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Morte Materna.
25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.
29 de agosto – Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil.
23 de setembro – Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças.
28 de setembro – Dia pela Descriminalização do aborto na América e Caribe
10 de outubro – Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher
25 de outubro – Dia Internacional contra a Exploração da Mulher.
25 de novembro – Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher.
6 de dezembro – Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Nzinga a heroína africana



Ginga, a Rainha Quilombola de Matamba e Angola

Nzinga Mbandi Ngola, rainha de Matamba e Angola nos séculos XVI-XVII (1587-1663), foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória mais tem desafiado o processo diluidor da amnésia, dando origem a um imaginário cultural na diáspora tal como no folclore brasileiro com o nome de Ginga; despertou o interesse dos iluministas como a criação de um romance inspirado nos seus feitos (Castilhon, 1769) e citação na Histoire Universelle (1765); é cultuada como a heroína angolana das primeiras resistências pelos modernos movimentos nacionalistas de Angola; e tem despertado um crescente interesse dos historiadores e antropólogos para a compreensão daquele momento histórico que caracterizou a destreza política e de armas desta rainha africana na resisência à ocupação dos portugueses do território angolano e conseqüente tráfico de escravos.
Contemporânea de Zumbi dos Palmares, este outro herói afro-brasileiro (?-1695), ambos parecem compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo.
Ao refletirmos sobre a rainha Nzinga Mbandi Ngola pensamos contribuir para a compreensão da inserção dos espaços políticos africanos na economia mercantil européia e das resistências criadas à sua dominação.
Um grande número de reinos africanos da costa ocidental e central do continente possuía uma concepção de organização político-espacial semelhante. Suas economias, antes da presença européia, estabeleciam-se em função de uma relação complementar com os espaços do hinterland através de comércio a longa distância. Desse modo, o poder centralizador desses reinos situava-se não no litoral mas no interior, com o fim de melhor controlar as rotas comerciais. Normalmente o litoral constituía-se como espaço de produção de sal, peixe seco ou outros produtos necessários ao interior.

Joana D ' arc



Joana D'arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431. Foi uma importante personagem da história francesa, durante a guerra dos cem anos(1337-1453), quando seu pai enfrentou a rival Inglaterra.
A história da vida dessa heroina francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança presenciou o assassinato de menbros de sua familia por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade ela começou a ter visões e receber mensagens que ela dizia ser dos santos Miguel, Catarina e Margarida. Nessas mensagens ela era orientada a entrar pelo exercito frânces a ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra. Motivada pelas mensagens cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exercito frânces, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros lideres miltares da França. Estes começaram a conspirar e diminuiram o apoio de Joana D'arc.
No dia 17 de junho de 1429, seu sonho se realizou: o delfim foi coroado. A missão poderia ter acabado mais a garota tinha incorporado o papel de soldado. Sua nova ambição era expulsar os ingleses de Paris, mais a total falta de preparo pesou, e Joana nunca mais conheceu a vitória.Na batalha de Compièng- que iniciou sem altorização real, a jovem então com 19 anos, foi capiturada. "Embora seu jugamento que durou 6 meses, fosse eclesiastico, Joana acabou por ser condenada pelo governo inglês, que ligando suas vitórias militares a bruxaria, pode justificar suas perdas. "Eram derrotas consideradas mais humilhantes por serem para uma mulher" diz a professora inglesa Mary Gordon autora do livro Joana D'arc, a guerra foi acusada de herege, relapsa e idolátra e levada a morrer na fogueira. No dia 30 de maio de 1431 Joana caminhou acorrentada até uma praça no centro de Rouen, onde prenderam-na a uma estaca. Uma vez dentro do fogo ela gritou mais de 6 vezes 'jesus'! teria contado um dos carrascos. Seu corpo carbonizado acabou exposto em praça publica a multidão. Os restos mortais foram queimados e as cinzas atiradas ao rio sena para impedir culto. mas o mito de Joana só aumentou...

O Coliseu




O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve seu nome à expressão latina Colosseum (ou Coliseus, no latim tardio), devido à estátua colossal de Nero, que ficava perto a edifícação. Localizado no centro de Roma, é uma excepção de entre os anfiteatros pelo seu volume e relevo arquitectónico. Originalmente capaz de albergar perto de 50 000 pessoas e com 48 metros de altura, era usado para variados espetáculos. Foi construído a Este do Fórum romano e demorou entre 8 a 10 anos a ser construído.
O Coliseu foi utilizado durante aproximadamente 500 anos, tendo sido o último registo efetuado no século VI da nossa era, bastante depois da queda de Roma em 476. O edifício deixou de ser usado para entretenimento no começo da era medieval, mas foi mais tarde usado como habitação, oficina, forte, pedreira, sede de ordens religiosas e templo cristão.
Embora esteja agora em ruínas devido a terremotos e pilhagens, o Coliseu sempre foi visto como símbolo do Império Romano, sendo um dos melhores exemplos da sua arquitectura. Actualmente é uma das maiores atrações turísticas em Roma e ainda tem ligações à igreja, com o Papa a lidear a procissão d'"O caminho da Cruz" até ao Coliseu todas as sextas-feiras santas.

Utilizações do Coliseu

Destino de um gladiador derrotado decidido pelo público
O coliseu era um local onde seriam exibidos toda uma série de espectáculos, inseridos nos vários tipos de jogos realizados na urbe. Os combates entre gladiadores, chamados muneras, eram sempre pagos por pessoas individuais em busca de prestígio e poder em vez do estado.
Outro tipo de espetáculos era a caça de animais, ou venatio, onde eram utilizados animais selvagens importados de África. Os animais mais utilizados eram os grandes felinos como leões, leopardos e panteras, mas animais como rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e avestruzes eram também utilizados. As caçadas, tal como as representações de batalhas famosas, eram efetuadas em elaborados cenários onde constavam árvores e edifícios moviveis.

Estas últimas eram por vezes representadas numa escala gigante; Trajano celebrou a sua vitória em Dácia no ano 107 com concursos envolvendo 11 000 animais e 10 000 gladiadores no decorrer de 123 dias.
Segundo o documentário produzido pelo canal televisivo fechado, History Channel, o Coliseu também era utilizado para a realização das Naumaquias, ou batalhas navais. O coliseu era inundado por dutos subterrâneos alimentados pelos aquedutos que traziam água de longe. Passada esta fase, foi construida uma estrutura, que é a que podemos ver hoje nas ruínas do Coliseu, com altura de um prédio de dois andares, onde no passado se concentravam os gladiadores, feras e todo o pessoal que organizava os duelos que ocorreriam na arena. A arena era como um grande palco, feito de madeira, e se chama arena, que em italiano significa areia, porque era jogada areia sob a estrutura de madeira para esconder as imperfeições. Os animais podiam ser inseridos nos duelos a qualquer momento por um esquema de elevadores que surgiam em alguns pontos da arena; o filme "Gladiador" retrata muito bem esta questão dos elevadores. Os estudiosos, a pouco tempo, descobriram uma rede de dutos inundados embaixo da arena do Coliseu. Acredita-se que o Coliseu foi construido onde, outrora, foi o lago do Palácio Dourado de Nero; O Imperador Vespasiano escolheu o local da construção para que o mal causado por Nero fosse esquecido por uma construção gloriosa.
Sylvae, ou recreações de cenas naturais eram também realizadas no Coliseu. Pintores, técnicos e arquitectos cronstruiriam simulações de florestas com árvores e arbustos reais plantados no chão da arena. Animais seriam então introduzidos para dar vida á simulação. Esses cenários podiam servir só para agrado do público ou como pano de fundo para caçadas ou dramas representando episódios da mitologia romana, tão autênticos quanto possível, ao ponto de pessoas condenadas fazerem o papel de heróis onde eram mortos de maneiras horríveis mas mitologicamente autênticas, como mutilados por animais ou queimados vivos.
Embora o Coliseu tenha funcionado até ao século VI da nossa Era, foram proibidos os jogos com mortes humanas desde 404, sendo apenas massacrados animais como elefantes, panteras ou leões.

Influência do Coliseu

O Coliseu era sobretudo um enorme instrumento de propaganda e difusão da filosofia de toda uma civilização, e tal como era já profetizado pelo monge e historiador inglês Beda na sua obra do século VII "De temporibus liber": "Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma cairá e acabará o mundo".

A construção

A construção do Coliseu, nome foi iniciado por Vespasiano, nos anos 70 da nossa Era, e finalizado pelo seu filho, Domiciano. O edifício será inaugurado por Tito, em 80, embora apenas tivesse sido finalizado poucos anos depois. Empresa colossal, este edifício, inicialmente, poderia sustentar no seu interior cerca de 50 000 espectadores, constando de três andares. Aquando do reinado de Alexandre Severo e Gordiano III, é ampliado com um quarto andar, podendo suster agora cerca de 90 000 espectadores. A grandiosidade deste monumento testemunha verdadeiramente o poder e esplendor de Roma na época dos Flávios.

Arquitetura e dimensão social

Os assentos são em mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais.
O Arquiteto do Coliseu, segundo a história nos relata fora GAUDÊNCIO, agora muitos não sabem que fora ele devido o mesmo ter sido cristão, então os Romanos para não ressaltar o valor deste projetista preferiram obliterar e ocultar o arquiteto. Pois a glória então somente do Imperador. A história diz que quando acharam a Tumba do Gaudêncio, viram em sua lápide esrito "GAUDÊNCIO o arquiteto do colisseu". Veja mais em Os mártires do Coliseu (CPAD). O Coliseu, como não se encontrava inserido numa zona de encosta, enterrado, tal como normalmente sucede com a generalidade dos teatros e anfiteatros romanos, possuía um “anel” artificial de rocha à sua volta, para garantir sustentação e, ao mesmo tempo, esta substrutura serve como ornamento ao edifício e como condicionador da entrada dos espectadores. Tal como foi referido anteriormente, possuía três pisos, sendo mais tarde adicionado um outro. É construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros). A sua planta elíptica mede dois eixos que se estendem aproximadamente de 190 m por 155 m. A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricas, jónicas e coríntias, de acordo com o pavimento em que se encontravam. Esta subdivisão deve-se ao facto de ser uma construção essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço.
Os assentos eram em mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o podium, para as classes altas; as maeniana, sector destinado à classe média; e os portici, ou pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres. A tribuna imperial ou pulvinar encontrava-se situada no podium e era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Rampas no interior do edifício facilitavam o acesso às várias zonas de onde podiam visualizar o espectáculo, sendo protegidos por uma barreira e por uma série de arqueiros posicionados numa passagem de madeira, para o caso de algum acidente. Por cima dos muros ainda são visíveis as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores e, nos subterrâneos, ficavam as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro.

O "fim do Império"

Outro ângulo do Coliseu
O monumento permaneceu como sede principal dos espetáculos da urbe romana até ao período do imperador Honorius, no século V. Danificado por um terremoto no começo do mesmo século, foi alvo de uma extensiva restauração na época de Valentinianus III. Em meados do século XIII, a família Frangipani transformou-o em fortaleza e, ao longo dos séculos XV e XVI, foi por diversas vezes saqueado, perdendo grande parte dos materiais nobres com os quais tinha sido construído.

Os Cristãos e o Coliseu

Os relatos romanos referem-se a cristãos sendo martirizados em locais de Roma descritos pouco pormenorizadamente (no anfiteatro na arena), quando Roma tinha numerosos anfiteatros e arenas. Apesar de muito provavelmente o Coliseu não ter sido utilizado para martírios, o papa Bento XIV consagrou-o, no século XVII, marirtólíssimo à Paixão de Cristo e lugar sagrado. Os trabalhos de consolidação e restauração parcial do monumento, já há muito em ruínas, foram feitos sobretudo pelos pontífices Gregório XVI e Pio IX, no século XIX.Muitos crentes foram mortos devido ao seu fiel testemunho e fé em Jesus Cristo.
Em 7 de julho de 2007 é considerada umas das "Sete maravilhas do mundo moderno".

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Evo Morales determina abertura de arquivos da ditadura



O presidente da Bolívia, Evo Morales, determinou a abertura dos arquivos referentes à ditadura militar no país – de 1964 a 1982. A expectativa, segundo as autoridades federais, é de que as Forças Armadas apresentem hoje (17) ao Ministério Público as informações necessárias para iniciar as investigações. Um dos objetivos é localizar os restos mortais de ativistas políticos de esquerda que lutaram contra o regime e que estão desaparecidos.

Representantes da Defensoria Pública, da Fiscalização Geral e de grupos ligados aos direitos humanos e a parentes de desaparecidos políticos deverão se reunir nesta quarta-feira em La Paz (capital boliviana). O objetivo é que todos tenham acesso ao processo de abertura dos arquivos.

Pelos cálculos das entidades de direitos humanos e autoridades federais, há pelo menos 156 pessoas desaparecidas - no período de 1964 a 1982. O ministro da Defesa, Ruben Saavedra, afirmou que um procurador militar vai acompanhar o trabalho como garantia de acesso aos arquivos referentes ao período da ditadura.

Na relação de desaparecidos estão o líder do Partido Socialista, Marcelo Quiroga Santa Cruz, e o dirigente sindical Carlos Flores Bedregal. De acordo com informações não oficiais, ambos teriam sido mortos em julho de 1980. Na época, o presidente boliviano era o general Luis García Mesa, que liderou um golpe de Estado para evitar a eleição de Hernán Suazo.

Atualmente o governo Morales desconhece detalhes do que contém o arquivo militar relativo à ditadura. De acordo com Saavedra, foram cumpridos os requisitos definidos pela Lei Orgânica das Forças Armadas para ter acesso às informações. Segundo ele, os recursos financeiros para o processo também estão assegurados.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Frase do dia!!! 16/02

"Ela, na sua magnífica força e coragem, aprendeu a ser livre, a gritar quando tem vontade, a chorar quando precisar chorar e a sorrir mesmo quando a situação não permitir sorrir. E, perante os olhos intimadores dos homens e de tamanha curiosidade, ela levantou a cabeça e mostrou que não era uma boneca de porcelana, mas que podia ser quebrada várias vezes e que sempre conseguia se juntar sem perder nenhum dos pedaços.”
(Clarice Lispector)

Beyoncé, a ala Vip e o racismo institucional

Provocado pela mídia me desloquei com um amigo para o show de Beyoncé no Parque de Exposições. Havíamos comprado ingressos para a pista Vip, área restrita a quem pagasse R$ 370. Enquanto assistíamos ao show de Ivete Sangalo veio um exemplo de racismo institucional. Uma guarnição da Polícia Militar abruptamente abordou o meu amigo, circundando- o e já levando-o de modo truculento, sem nada perguntar.

Ao me aproximar para saber o que estava acontecendo, os soldados me afastaram. A resposta do corpo policial traduziu força e ameaça, mesmo que implícita, sem nenhum texto, a não ser o gestual, e demonstrou que não há verbo capaz de estabelecer um diálogo entre sujeitos que detém e os que devem ser alijados de alguma relação com aqueles que personificam o poder.

O meu amigo estupefato não reagiu. Foi levado para um canto da pista VIP, próximo aos holofotes e humilhado pela revista policial, como se estivesse cometido um delito. Por fim, após a crueldade de todo o rito da PM, ouviu a seguinte frase: “houve um roubo aqui na área VIP e soube que a pessoa era do seu estilo”. Qual estilo, cara pálida? Respondo: o da cor/raça. Meu amigo é negro retinto.

A área VIP era formada majoritariamente por indivíduos de classe média e branca. Se comparada com a área de pista mais barata, ali havia uma proteção policial considerável, mesmo sendo uma área reservada e sem grande fluxo de pessoas. A lógica da distribuição policial em espaços de eventos elitizados parece obedecer a critérios. Quais? Procuremos os sentidos implícitos, já manifestos na distribuição desigual da PM na cidade do Salvador.

Diante desse fato de racismo explícito, o que dizer dos olhares das pessoas diante de tal brutalidade? Ao ver um negro sendo levado por policiais, mesmo ele estando na área VIP, algo que indica um diferencial em termos de classe, um sentimento de proteção emana das cabeças ali situadas.

A naturalização do racismo – uma pessoa negra sempre é suspeita – associa-se aos que imaginam estarem sempre sendo protegidos pela corporação militar. Exemplos como esse abundam no País. O diferencial é que foi na ala VIP de um show. Lembro-me que no debate sobre as cotas raciais nas universidades os que eram contrários insistiam em dizer que no Brasil era difícil definir quem é negro. A resposta dos ativistas atualizou-se na área VIP para ver Beyoncé: “pergunte a polícia. Ela saberá”.

Jocélio Teles é doutor em Antropologia e coordenador do Programa de Pós Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Ufba (Pós Afro).

Revolta da Chibata, completa 100 anos em 2010



A menos de um ano do centenário da Revolta da Chibata, os estudos sobre a maior insurreição da história da Marinha já estão em ebulição. E não só no Brasil. Por tocar diretamente na questão racial, o episódio também ganha destaque em Universidades estrangeiras, como a École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris. A instituição aprovou recentemente com avaliação máxima a tese de doutorado da historiadora Sílvia Capanema. Com o título “Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos: identidades, modernidade e memória na revolta de 1910”, a tese é fruto de um longo estudo de Sílvia Capanema sobre a Revolta da Chibata. Além de apresentar os fatos relacionados ao evento, a tese busca principalmente discutir a identidade dos marinheiros e o lugar do episódio na memória do país. As discussões em torno da questão racial ganham fôlego no Brasil e no exterior. “Esses pontos estão no centro dos debates atuais da sociedade francesa. Por exemplo, organizamos um simpósio na Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, reunindo pesquisadores americanistas, europeus e brasileiros para discutir o conceito de “democracia racial” e o “modelo” brasileiro”, explica Sílvia, acrescentando que o encontro deu origem ao livro De la démocratie raciale au multiculturalisme: Brésil, Amériques, Europe, organizado por ela própria e a historiadora francesa Anaïs Fléchet. Segundo ela, apesar da personificação em torno do almirante João Cândido, o levante só pôde ocorrer graças à contribuição de outros participantes, que acabaram menosprezados pela historiografia. “Alguns processos criminais indicam que a revolta foi organizada por vários líderes que eram oriundos das escolas de aprendizes a marinheiro, tinham viajado pelo exterior e conheciam a cultura letrada. Dentre eles, havia negros, pardos, mestiços e brancos, pessoas com diferentes orientações culturais e mesmo políticas, unidos pela identidade de ‘marinheiro nacional’”, afirma a historiadora. O rigor e a qualidade do texto da tese de doutorado de Sílvia Capanema renderam diversos elogios da banca, que contou com a presença do pesquisador Marco Morel, autor de artigo sobre a Revolta da Chibata publicado recentemente na Revista de História. Segundo Sílvia, os avaliadores recomendaram “a publicação urgente da tese tanto em terras francesas quanto no Brasil”. Certamente, uma ótima dica para enriquecer ainda mais o centenário da revolta em 2010. Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional / Gente da História.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Frase do dia!!! 15/02

A MÃO-DE-OBRA INDÍGENA




Os europeus acreditavam que o trabalho braçal denegria o caráter e a importância da pessoa. Por isso, recusavam-se a trabalhar na terra e no artesanato. No Brasil, não foi diferente. Os colonizadores associaram imediatamente o trabalho à ausência de liberdade, ou seja, à escravidão.

Recusa da escravidão

Os indígenas foram os primeiros escravos do Brasil. A partir de 1570, a Coroa começou a tomar medidas para impedir essa escravização, ao mesmo tempo que incentivava a importação de africanos. Em 1758, Portugal determinou a libertação definitiva dos índios. Vários motivos influenciaram essa decisão:

• Os índios resistiam à escravização, guerreando, fugindo ou negando-se a trabalhar.

• Os indígenas não resistiam às doenças dos brancos, como sarampo, varíola e gripe. Morriam aos milhares.

Índios dizimados: Entre 1562 e 1563, por exemplo, mais de 60 mil índios foram dizimados por duas epidemias de varíola, conhecidas como a ‘peste de bexigas’.

Casamento africano e suas tradições



África, o continente com mais civilizações antigas, com as culturas mais diversas, repleta da enorme diversidade que a caracteriza..., tudo isto naturalmente se reflete nas tradições que dizem respeito ao casamento.


A maioria das regiões africanas que celebram o casamento tem por base uma premissa: a família. Um casamento africano é isso mesmo: a celebração do conceito da família através da união de duas pessoas; a junção de duas famílias e por vezes até de duas tribos.

África - o continente da diversidade - apresenta muitas religiões e muitas crenças. Existem mais de 1.000 unidades culturais e cada tribo tem a sua própria tradição relativamente ao casamento. As maiores religiões de África são o Cristianismo e todas as suas diversidades, o Islamismo, Religiosa-Étnica, Não-Cristã, Hinduísmo e Baha’i. No norte de África o Islamismo está mais presente e mais para o sul surge o Cristianismo, o Hinduísmo e até algumas tradições Judaicas misturadas com outros costumes antigos

As festas coloridas, a música e as danças são elementos fundamentais de um casamento africano. Tudo depende da parte de África onde o casamento é celebrado, mas muitas cerimónias de casamento podem durar dias, sendo extremamente elaboradas. Por vezes, existem cerimónias conjuntas onde diversos casais são casados ao mesmo tempo. O casamento pode ser algo bastante elaborado, envolvendo uma festa na comunidade que pode durar dias, cheia de dança.

Tal como no restante mundo, o casamento em África é um acontecimento que envolve a família e a junção de duas pessoas. Existem muitas tradições relativas ao casamento em África e nenhuma é igual a outra. Contudo, existe algo em comum, a noiva tem sempre um papel especial sendo sempre tratada com o respeito devido pois ela significa uma nova possibilidade de continuar a família. Em alguns locais, a família do noivo chega a mudar-se para a vila da noiva e monta a sua casa lá.

Em muitos locais de África, as mulheres são ensinadas desde crianças a serem boas esposas, chegando a aprender linguagens secretas passadas pelas anciãs mais velhas para poderem apenas comunicar acerca dos problemas do casamento, sem que os maridos percebam o que elas dizem. Os noivos, em geral, são preparados desde cedo para serem parceiros ideais. Em algumas tribos os mais idosos reúnem-se com a noiva e dão-lhe sábios conselhos para um casamento feliz. Muitas raparigas vão para escolas onde mães mais velhas as ensinam como ser boas esposas.

Etiópia

Na Etiópia, a povoação Karo decora as suas noivas com tatuagens no abdómen com diferentes símbolos.

Na tribo Amhara, muitos casamentos são negociados pelas duas famílias, com uma cerimónia civil a selar o contrato. Por vezes um sacerdote está presente, outras vezes não. Existe um casamento temporário celebrado através de um contrato verbal antes de ser realizado o casamento em frente às testemunhas.

Kenya

O povo Massai do Kenya faz acordos entre eles relativamente ao destino das suas crianças. Usualmente uma criança está destinada a casar com outra quando chegar à idade apropriada. No casamento, as mulheres são casadas com homens que não conhecem, usualmente muito mais velhos que elas. A noiva recolhe todos os seus bens, e é vestida com as mais finas jóias. Durante a cerimónia o pai da noiva cospe na sua cabeça e peito como sinal da sua bênção; depois a noiva parte com o seu marido para a sua nova casa sem olhar para trás, pois reza a lenda, que se assim não fizer ela transformar-se-á em pedra.
O povo Swahili do Kenya banha as noivas em óleos de sândalo e tatuam henna nos seus pés e mãos. Uma mulher mais velha dá instruções à noiva sobre como ser uma boa esposa, como agradar e fazer sentir bem o seu marido. Por vezes, esta mulher mais velha esconde-se por debaixo da cama dos recém-casados para o caso de serem necessárias instruções adicionais.
Noutra parte do Kenya a maior festa do casamento é a Kupamba, que surge na noite depois do casamento, sendo basicamente um exibir da noiva às mulheres. Nesta festa só estão mulheres, sendo uma festa onde elas podem remover os seus véus, e podem exibir umas às outras os seus magníficos vestidos e penteados, tornando a festa quase numa competição entre mulheres, pois um bom marido providencia boas roupas e boas jóias à sua mulher para que ela as possa exibir às outras.

Nigéria

Os Wodabee da Nigéria cortejam as primas para casar. Os rapazes usam amuletos poderosos para demonstrar o seu encanto às suas primas. Se existirem 2 primos que pretendam a mesma mulher a mulher escolhe um deles, sendo o outro primo convidado a ser amigo do casal e a frequentar a sua casa, e por vezes até a sua cama!

Namibia

O povo Himba da Namíbia rapta a noiva antes da cerimónia do casamento e coloca-lhe uma espécie de coroa de noiva feita em pele. Depois da cerimónia ela é levada à casa da família onde esta a informa das suas novas responsabilidades de casada, e depois ela é besuntada de manteiga para lhe demonstrar que foi bem aceite na família.

Sudão

No povo Neur do sul do Sudão, o noivo tem de pagar 20 a 40 cabeças de gado à família da sua noiva e o casamento só é considerado completo depois da mulher ter dado à luz 2 filhos. Se a mulher não conseguir dar à luz, ele pode pedir o retorno das cabeças de gado. No entanto, se o marido falecer, a família do noivo deverá providenciar um irmão do falecido à viúva e este deverá adoptar as crianças do seu irmão como suas.

A GRANDE MÃE



A DEUSA MÃE

Eu caminho pelo Céu e a chuva cai
Eu caminho pela Terra e os brotos e as ervas germinam
Fluo para Mim mesma, pois muitas são as minhas faces, muitas são as minhas formas
Mas eu sou a Única.
Solte tudo, solte tudo que lhe prende e venha até Mim
E eu lhe ensinarei o grande mistério:
Eu não sou outra senão você mesma


Para entendermos corretamente quem é esta Divindade, temos que voltar até os primeiros povos da Terra.

Quando os povos primitivos identificaram a mulher com a Terra e associaram a existência da Terra a poderes divinos, consideraram que o poder que conspirou para que o Universo fosse criado era feminino. Como só as mulheres têm o poder de dar a vida a outros seres, nossos ancestrais começaram a acreditar que tudo tinha sido gerado por uma Deusa.

Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à Lua, já que existia um poder maior que agia entre a mulher e a Lua. Tambem foi associada em tempos mais remotos ao Sol, sendo a Mãe Solar , Doadora da Vida e da saude e proporcionadora do equilibrio e harmonia.

Todas as religiões primais viam no poder feminino a chave para o Mito da Criação e assim o Universo era identificado como uma Grande Deusa, criadora de tudo aquilo que existia e que existiu. Nada mais lógico para uma sociedade em processo de evolução, pois não é do ventre da mulher que todos nós saímos?

O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro. Nesta época o respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação eram muitos difundidos. Nas culturas primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os partos eram considerados sagrados e foram nestes lugares que surgiram diversos templos de veneração à Deusa.

Com o avanço da agricultura, a importância do solo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra (a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitivas. As mulheres eram consideradas responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação.

As várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representam a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa nas época do Paleolítico e Neolítico.

Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na Índia, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como sobre a guerra.

O símbolo da Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criação se parece com o que se pode realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce a vida.

A Deusa é a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos,a Lua, a intuição, aos lado inconsciente , à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu que jamais deve ser desvelado.

A Lua jamais morre, mas muda de fase à cada 7 dias, representando os mistérios da eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “Deusa Tríplice do Círculo do Renascimento“, pois também muda de face, assim como a Lua, e se mostra aos homens de três diferentes formas como: A Virgem, A Mãe e A Anciã. Isso não difícil de se entender, pois dentro de Wicca todos os vários Deuses e as múltiplas faces e aspectos da Deusa, nada mais são do que a personificação e atributos da Grande Divindade Universal.

A Grande Deusa desempenha inúmeros papéis e funções e para isso usa nomes e atributos diferentes, o que os seres humanos para simplificar chamaram de Deuses. Para a Bruxaria todos os Deuses Antigos são a Grande Deusa Mãe multipersonificada. Quando você invoca o nome de um determinado Deus, libera um tipo de energia específica que não consegue ser liberada quando se invoca outra Divindade que desempenha papéis e funções diferentes.

O aspecto Jovem da Deusa recebe o nome de Rhianon. ela está associada à adivinhação, aos ritos mágicos, à clarividência e aos encantamentos. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Crescente. Sua cor é o branco e por isso recebe o título de ALBEDO(Senhora da Alvorada). Rhianon é a caçadora, segura em suas mãos a trompa de vaca ou touro em forma de meia lua. É a deusa da fartura e é ela a quem devemos reverenciar quando queremos garantir êxito no trabalho. Seus poderes são os da compaixão, sabedoria e compreensão.

O aspecto de Mãe recebe o nome de Brigit, a antiga Deusa Celta do fogo.Ela esta associada a fertilidade, sexualidade e ao parto. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Cheia. Sua cor é o vermelho e por isso recebe o título de RUBEDO(Senhora do entardecer ou do rubi).

Brigit é a mãe que o possui no ventre o poder de dar a luz uma nova vida. É a rainha da colheita, a mãe do milho e derrama sua abundância por toda a terra. Segura em suas mãos um recipiente com labaredas de fogo, o qual tem o poder de realizar os desejos daqueles que a cultuam. É a Deusa do amor e seus poderes são os da paixão, agilidade e rapidez.

O aspecto de Anciã recebe o nome de Cerridwen, a Grande Deusa Mãe que conhece todos os segredos do Universo. Ela está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundo. Seus rituais de invocação são realizados na Lua Minguante, que é o seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO (Senhora da noite).

Cerridwen é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o poder que leva as almas para a morte é o mesmo que traz a vida. Do seu ventre parte toda a vida e da vida provém a morte. Segura em suas mãos um caldeirão e das misturas feitas em seu interior ela comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus seguidores.

Devido ao aspecto de velha é esta a personificação que representa o conhecimento de todos os mistérios que só a experiência pode proporcionar. É a Deusa da sabedoria do bem e do mal. É ela a quem devemos recorrer e reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício.

Ela é a Deusa da paz e do caos. Da harmonia e da desarmonia. Cerridwen já passou pela jovialidade de Rhianon, pela maturidade e entusiasmo de Brigit. Acumulou toda a experiência, que só o tempo pode proporcionar, e distribui a sabedoria por todo o mundo.

A Deusa já foi reverenciada em todas as partes do mundo sobre diferentes nomes e aspectos. Seu nome varia, mas sempre foi venerada como o princípio feminino eterno e estático que está presente em tudo e incluso no nada. Ela é o poder do feminino que dá vida ao mundo e fertiliza a terra.

A Deusa não está ligada somente às manifestações da terra, pois ela representa as forças celestes. Ela é a dona do céu noturno, guardiã dos sentimentos, do interior da alma humana e do destino do homem. Ela é uma presença contínua que está além do tempo e do espaço.

(autoria desconhecida e levemente modificado por mim)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Frase do dia!!! 14/02

"Livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive."
(Padre Antônio Vieira)

Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina



Pessoal li esse artigo, achei super interessante, então compartilho com vocês.
http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/gandhiepalestina.html
Um abraço,
Diana Costa

O Griot



O “griot” em tradições orais de vários povos africanos é um dos símbolos representativos de todos os narradores, dos que contam contos, cantam décimas, sábios, avós, mães e todos os demais personagens cênicos ou não, que, em muitas sociedades, são depositários de histórias, de testemunhos ou de tradições que ele conta.

Um Griot ou Jali é um poeta da região da Àfrica Central, um cantor espiritual, músico errante, considerado um repositor da tradição oral. Embora saiba de cor muitas canções tradicionais, ele possui também a habilidade de "extemporizar" sobre eventos atuais, acasos, incidentes, mortes, cenas do cotidiano.
Seu talento pode ser devastador e seu conhecimento da história local, formidável. Embora eles sejam popularmente conhecidos como “cantores espirituais”, os griots podem também usar sua especialidade vocal para mexericos, sátira e comentários políticos.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Frase do dia!!! 13/02



Quem sabe uma Nova Era?

Ela muda tudo que ela toca
Tudo que ela toca muda
Ela muda tudo que ela toca
Tudo que ela toca muda
Hecate, Demeter, Diana, Isis, Astarte, Khali, Inanna
Hecate, Demeter, Diana, Isis, Astarte, Khali, Inanna


Tempos de paz, sem ódio e repressão nem ironia. Tempos de Mulher e Deusa ,oráculo sagrado e divina interprete;
Tempo de igualdade e justiça social.
Tempo de amor entre mulheres, físico ou fraternal
Tempo de acabar com a repressão e mais liberdade sexual
Tempo de cada uma de nos se tornar Sacerdotisa da Grande Deusa Mãe, e encarnas os dons da Lua.
Tempo sem tempo, que chegue logo nosso tempo...
Sem profetas nem escravos sem servos e gurus.
Sem mulheres manipuladas ou manipuladoras a apoiar os homens do patriarcado...
Tempo de homens Filhos da Grande Mãe e não odiadores da mulher e traidores da Deusa.
Tempo sem rivalidade de mulheres disputando os homens como se só estes pudessem lhe justificar toda a existência...
Tempo de mulheres livres para assumir sua opção religiosa, e menos guerra dos cristãos e evangélicos contra as mulheres que servem a Mãe Natureza...
Respeito e amor pela Terra e pela Vida...
Enfim tempo de Mãe, a Era da Mãe e da Filha e da Criança Divina.

A Deusa Mãe



A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo ser humano* pré-histórico. As suas inúmeras imagens encontradas em vários sítios históricos e arqueológicos do mundo inteiro representavam a fertilidade - da Mulher e da Terra. Por ser a mulher a Doadora da Vida atribuiu-se à Fonte Criadora Universal a condição feminina e a Mãe Terra tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino.

A Grande Mãe representa a totalidade da criação e a dualidade vida/morte, pois sua essência é imanente e permanente em todos os seres e em todo o Universo. Seus múltiplos aspectos e manifestações representam e reproduzem o ciclo de nascimento, crescimento, florescimento, decadência, morte e renascimento da eterna dança espiral das vidas.

A Deusa Mãe foi a Suprema divindade do planeta durante pelo menos trinta milênios, reverenciada por seu poder de gerar, criar, nutrir, proteger e sustentar todos os seres. Conhecida sob inúmeros nomes e representações de acordo com a cultura e a época, a Deusa era a própria Mãe Terra, a energia da vida e morte do planeta, venerada no ciclo das estações, nos fenômenos da Natureza, na riqueza e na beleza da terra, do céu, das estrelas, das montanhas, das águas, das plantas e dos animais.

Frase do dia!!! 12/02



A PAZ entre os povos só acontecerá no momento em que cada um aprender a respeitar as diversidades religiosas e culturais: a PAZ não está nesta ou naquela direção, e sim no que fazemos com o entendimento daquele caminho que escolhemos trilhar. Se quisermos dissiminar a PAZ no Planeta, temos que aprender a respeitar as diferenças. Somos todos iguais perante os olhos do Criador.

Curiosidades de uma Idade Média





Hoje eu vou trazer para vocês a origem de algumas expressões que utilizamos no nosso cotidiano.

Vemos em filmes muita coisa sobre a Idade Média , mas ali não colocavam tudo como realmente era. Aliás, não devia ser muito bom viver naquela época,não havia água encanada ou filtrada, muito menos eletricidade; isso sem contar com a proliferação das doenças.

Na Idade Média, a maioria das pessoas se casavam no mês de junho (início do verão para eles), porque como tomavam o primeiro banho do ano em maio, no mês seguinte o cheio ainda estava mais ou menos suportável.

Como já começavam a exalar alguns odores não muito agradáveis, as noivas tinham por costume carregar buquês de flores junto ao corpo para disfarçar a "inhaca" - daí temos o mês de maio como sendo o das noivas.
Os banhos eram tomados em uma única tina, enorme por sinal, e cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio de ser o primeiro. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa - por ordem de idade - , as mulheres depois deles , também por ordem de idade e, por fim, as pobres das crianças. Quando chegavam a vez dos bebês, a água estava tão suja que era possível perder um deles dentro da tina.
É por esta razão que existe o termo "não jogue fora o bebê junto com a água do banho".

Nem queiram saber o que acontecia com as fezes . Eca !
Os telhados das casas não tinham forro, e as madeiras que os sustentavam eram também o melhor lugar para os animais se aquecerem: cães, gatos e outros animais de pequeno porte como ratos e besouros. Para não sujarem as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que com o tempo acabou se transformando num dossel. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão.
Assim, a nossa expressão "está chovendo canivetes' tem o seu equivalente em inglês "it's raining cats and dogs'.

Aqueles que tinham um poder aquisitivo maior, exibiam os seus pratos de estanho. Certos tipos de alimentos oxidavam o material, o que fazia com que algumas pessoas morressem envenenadas. Isso acontecia frequentemente com os tomates que, sendo ácidos, foram considerados venenosos.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação às vezes deixava o sujeito no "chão", numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo estanho. Alguém que passasse pela rua poderia jurar que o beberrão estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O defunto era então, colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta de vigília, comendo, bebendo, esperando para ver se o morto acordava ou não.
Foi desse hábito que surgiu a vigília do caixão.

A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Por causa disso, os caixões eram abertos, os ossos retirados e encaminhados ao ossuário, e o túmulo era utilizado para outro infeliz.
Por várias vezes, ao abrir os caixões, percebiam que as tampas do lado de dentro estavam arranhadas, o que indicava que aquele morto tinha sido enterrado vivo. Dessa forma, surgiu a idéia de ao fechar o caixão , amarrar uma tira no pulso do defunto , tira essa que passava por um buraco e acabava amarrada a um sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão do lado do túmulo durante uns dias. Se o defunto acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar.
Assim ele seria "salvo pelo gongo", como usamos até hoje.
Na Idade Médias as casas possuíam os telhados com telhas feitas de barro, confeccionados pelos escravos que usavam suas coxas como forma. Como nem todos possuíam as mesmas medidas, os telhados ficavam meio desalinhados, daí surgindo a expressão " feito nas coxas".

As casas dos mais abastados tinham no telhado dois tipos de acabamentos: a beira - o beiral - e a eira -, que era o acabamento decorado feito na fachada. A casa da plebe tinha apenas o telhado sem acabamento algum, daí a expressão "sem eira nem beira"..
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O interessante é que, apesar de tudo a gente lê e acha graça de como eram as coisas no passado, tal comodidade e conforto que temos hoje em dia.
E ainda reclamamos...
Eu é que não queria estar metida numa sujeira dessas rssss

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um pouco de Literatura Africana





Orixás são entidades cultuadas no Candomblé e na Umbanda, trazidos para o Brasil no período colonial através dos africanos de origem iorubá (onde hoje é a Nigéria e o Benin).
Quando o deus Olodumaré decidiu criar o mundo, cada orixá ficou responsável por alguns aspectos da natureza e da vida em sociedade.
Cada humano surgiu de um desses deuses e herda dele algumas de suas características. Não há como quantificar o número de orixás existentes.
No Brasil, o Candomblé cultua uma parcela tímida dos mais de 200 existentes na África Ocidental.

Conheça e entenda um pouco dos orixás mais populares :

Exu
É o mensageiro entre os homens e os orixás e transportador das oferendas. Controla as forças que agem sobre a nossa realidade. Exu também é homenageado às sextas-feiras.

Ogum
Forte e corajoso, é conhecido como orixá da guerra e do fogo. Criou o ferro, a tecnologia e a metalurgia. Por isso, é padroeiro de todos os que manejam ferramentas. Seu símbolo é a espada.

Xangô
Senhor dos raios e dos trovões. Durante sua vida na Terra foi rei de Oyó, uma das principais cidades de língua iorubá. Por esse motivo, quando seus filhos o incorporam usam uma coroa.

Oxóssi
Orixá da mata e caçador, garante o alimento de todos os outros deuses. É considerado o guardião da agricultura e da natureza. É umas das divindades mais populares do Candomblé.

Oxalá
Separou o mundo material do espiritual. Muito respeitado, tanto pelos devotos humanos quanto pelos demais orixás, ajudou Olodumaré a criar o homem e o princípio da vida.

Oxum
É a senhora das águas doces, dos lagos e das cachoeiras. É tida como bela, vaidosa, rica e sensual. É a orixá que regula o amor e o poder de gestação das mulheres.

Obaluaiê
É o orixá das epidemias e também da cura. Traz em seu corpo as marcas das doenças que carrega, por isso precisa se esconder atrás de um chapéu de palha em forma de manto.

Oxumarê
Tem a forma de arco-íris e liga o céu e a terra. Controla a chuva, a fertilidade do solo e a prosperidade propiciada pelas colheitas. É masculino e feminino ao mesmo tempo.

Iansã
Dirige ventos, raios, tempestades e a sensualidade feminina. Representada sempre como uma guerreira, é senhora dos espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo.

Ossaim
Deus das folhas e das ervas medicamentosas. Seus sacerdotes conhecem as palavras que ativam o poder de cura das plantas. Segunda e sábado também são dias desse orixá.

Iemanjá
Reconhecida como mãe de todos os outros orixás, é a deusa das águas. Rege o equilíbrio emocional e a loucura. Destaca-se pela feminilidade, generosidade e maternidade.

(Fonte : http://afrikasmitos.blogspot.com/ , da minha amiga Andréia Potter).

NOTA:

Devemos saber separar a literatura da religião.
A PAZ entre os povos só acontecerá no momento em que cada um aprender a respeitar as diversidades religiosas e culturais: a PAZ não está nesta ou naquela direção, e sim no que fazemos ( filtrando as inúmeras bobagens que nos são ditas ) com o entendimento daquele caminho que escolhemos trilhar, tomando sempre o cuidado para não fazer desse caminho um sacerdóceo.

Somos todos iguais perante os olhos do Criador.
Pense nisso.

A Expropriação Contemporânea do Ser Negro

Em recente conversa com Dona Valdina Pinto, e como sempre, atenta as suas incomodações com a realidade atual, ouvi mais uma vez uma afirmação que me deixou intrigada: Nega, o racismo hoje é bem pior. Ainda que tenhamos avançado, percebo ele bem mais forte. Dona Valdina é uma pessoa rebelde – ainda que achem de forma errônea que rebeldia é para inconsequentes -, a rebeldia esta na cerne de todo e toda aquela que não se contenta com pouco, com migalhas, que não se cala para fazer de conta, e continua a lutar para se chegar ao lugar almejado. Doa a quem doer. De corpo altivo e visão futurista, mais uma vez Dona Valdina aponta caminhos e vaticina. O racismo, nunca foi tão violento. Atento a essas palavras, percebo uma realidade descortinar-se dentro de um censo crítico e prático. E penso.

O racismo do Sec. XXI - Apesar da “aceitação” comercial do estereotipo negro: suas tranças, danças, musicalidade, ritmos, roupas e tudo mais que signifique ser afro (?), ainda que para alguns, propositadamente, a ideia equivocada de Ser Negro, esteja atrelada a marcas de “identidade” meramente produzida frente ao espelho. Sem conteúdo, nem conhecimento das simbologias que estas trazem. E, apesar de algumas organizações e “representações” da chamada Comunidade Negra - termo mais acertado para se pensar parte da população, dentro de uma homogeneidade simbólica e prática, mais correto seria falar em População Negra, aí cabe a verdadeira heterogeneidade da raça em sua diversidade e principalmente contradições -, fazem com que o discurso e atos dos profissionais do ramo se percam diante da realidade e/ou fique atrelado a seus grupos: acadêmicos, ongs, lideranças, famílias. Elitizados nos hábitos cotidiano, assistindo tudo de camarote. Literalmente. Ai cabe a representação do racismo em sua mais perversa perfeição. Transmutável, atemporal, dinâmico, modernamente rentável e cooptador.

A rentabilidade como domesticação - A expropriação cultural, religiosa, simbólica e de tudo mais que faça parte do universo do Ser negro, é, sem duvida, a face do racismo mais contundente nos dias atuais. A vulgarização das relações pessoais, do modo de vida dos negros e negras segregadas, a banalização dos problemas vivenciados no dia a dia, a visibilização dos ritos e mitos sagrados, a folclorização das religiões e de tudo que pertença ao universo da negritude, é comercializado numa sanha lucrativa sem limites. Descaradamente usurpado em nome de uma “cultura regional” cômoda para alguns, diga-se de passagem, “irmãos” negros - “detentores” do direito a comercialização -, por outro lado, rentabilizado por um pequeno grupo que domina os meios de comunicação e o aparelho estatal. Vende-se tudo. Da alma a dor, as necessidades e as conquistas históricas e sociais, da sublimação da vida desumana a morte trágica. Transformando-se tudo que signifique ser baiano, que se entenda como cultura baiana, em um conceito de domesticação, capitalizando-se valores humanos e sociais, pesando-se tudo em balança viciada. De um lado, uma construção cultural rica e facilmente vendida. Do outro, um povo que possui uma riqueza autonegada como forma de aceitação da miserabilidade que vive, de entrega passiva do patrimônio que possui. O não enxergar, o não rebelar-se, faz parte da trama, da complexidade da teia dentro desse neo-racismo. Mas, a rebeldia ainda é ferramenta de guerra para poucas e poucos. Cabe ouvir atentantemente aquelas e aqueles, que possuem algo a dizer e deixar de lado as reproduções de discurso e praticas contrarias a Historia de luta dos que se foram.

Frase do dia!!! 11/02

Calendário Afro mês 02

FEVEREIRO

01 - Nascimento, em Minas Gerais, da antropóloga e filósofa Lélia Gonzalez, intelectual e militante / 1935
02 - Dia de Iemanjá
06 - Nasce o cantor e compositor Bob Marley / 1945
07 - Nascimento de Clementina de Jesus da Silva, Valença/RJ /1902
09 - Nasce a escritora Alice Walker, na Geórgia, EUA / 1944
11 - Libertado Nelson Mandela, depois de 27 anos de prisão, na África do Sul /1990
12 - Nascimento de Arlindo Veiga dos Santos, acadêmico e primeiro Presidente da Frente Negra Brasileira (ver 16/9) / 1902
12 - Admitido o primeiro universitário negro na Universidade de Alabama - EUA /1956
13 - Assassinato de Patrice Lumumba - Congo /1961
14 - Morre a escritora Carolina Maria de Jesus, autora, dentre outros livros, de Quarto de Despejo
18 - Morre o poeta, compositor, ator e teatrólogo Solano Trindade / 1974
19 - W.E.B. Dubois organiza o Primeiro Congresso Pan-africano em Paris / 1919
19 - Carter G. Woodson cria, nos EUA, a "Negro History Week", atualmente o "Black History Month" (Mês da História Negra) / 1926
21 - Morre assassinado Malcom X / 1965
23 - Nasce William Edward Burghardt Dubois, doutor em Filosofia e pai do pan-africanismo contemporâneo
26 - As potências européias repartem o continente africano /1885
28 - Criação do Quilombhoje Literatura / 1980

África do Sul celebra 20 anos da libertação de Mandela.



Quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Agencia Estado

Os sul-africanos celebraram hoje os 20 anos da libertação de Nelson Mandela, que deixou o cárcere após 27 anos de prisão. Milhares se reuniram para as comemorações, perto da Cidade do Cabo, no local que era conhecido em 1991 como Victor Verster, a última prisão onde Mandela foi mantido.
A multidão admirou a estátua de 3 metros, erguida na prisão em 2008, representando os primeiros passos de Mandela como um homem livre. Exatos 20 anos depois, o ex-presidente chegou andando a Victor Verster, de mãos dadas com sua então mulher, Winnie, com o punho erguido, sorridente, porém decidido.
“Nós sabíamos que a liberdade dele significava que nossa liberdade também tinha chegado", disse Cyril Ramaphosa, um líder do Congresso Nacional Africano (CNA), partido de Mandela. Ramaphosa liderou um comitê de boas-vindas para Mandela, em 1990.
Quatro anos após a libertação, os sul-africanos realizaram sua primeira eleição com a participação dos negros, elegendo Mandela presidente. Ele deixou o cargo após um mandato de cinco anos, ajudando a enraizar a democracia na África do Sul, em um continente onde os políticos em geral se mantêm no poder por meio de fraudes e da violência.
Mandela também é adorado no país por sua atuação em prol da reconciliação racial, garantindo uma transição pacífica, evitando a ocorrência na África do Sul dos períodos de caos e destruição das guerras anticoloniais no continente.
Desde 1994, o CNA reduziu o número de pessoas vivendo na pobreza, construiu casas e ampliou o fornecimento de água, eletricidade e a presença de negros nas escolas, ajudando a superar a política segregacionista do Apartheid do regime anterior. Permanecem, porém, muitos problemas, o que causa impaciência em uma nação onde o fosso entre ricos e pobres é enorme.
Mandela, que fará 92 anos em julho, retirou-se em grande parte da vida pública. Apesar disso, ele deve estar hoje no Parlamento, quando o presidente Jacob Zuma fará seu discurso sobre o estado da nação, marcado para coincidir com o aniversário da libertação do ex-líder.
Nelson Mandela: duas décadas em liberdade
Em 11 de fevereiro de 1990, o líder da África do Sul deixava a prisão após 27 anos e milhares de pessoas saíram às ruas para festejar
O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela comemora nesta quinta-feira o 20º aniversário de sua libertação. O país agora é uma democracia forte, mas ainda assolado por desigualdades, pobreza e desemprego – reflexo de muitos anos de apartheid.

Em 1964, Nelson Mandela foi condenado à prisão perpétua acusado de ‘crimes capitais’. Naquela época, os brancos detinham o poder na África do Sul e os povos restantes (negros, indianos e mestiços) eram proibidos de exercer a cidadania. Não poderiam votar, andar em algumas regiões do país e promover casamentos ‘inter-raciais’.

Confira a reportagem especial:
“Tenho defendido o ideal de uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas convivam em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e que espero alcançar. Se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, declarava Mandela. O líder foi libertado em 11 de fevereiro de 1990. Quatro anos depois foi eleito o primeiro presidente negro da história da África do Sul. Em 95, Mandela conseguiu levar a Copa do Mundo de Rugby ao país. A música ‘Shosholoza’, cantada em zulu (um dos 11 idiomas oficiais), levantou multidões que vibraram com a vitória da selação sul-africana.
A história da vitória da África do Sul na Copa do Mundo de Rugby é tema do filme Invictus, de Clint Eastwood, que já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
O país será o primeiro do continente africano a sediar uma Copa do Mundo, marcada para começar no dia 11 de junho de 2010.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Fernando Henrique Cardoso precisa de amigos

Isso é FHC. A exigência egóica de ser admirado o torna, paradoxalmente, um líder sem liderados. Para quem acredita que fez um grande favor ao mundo nascendo, sua irritabilidade é permanente e justificada.

Em seu texto “Luto e Melancolia", Freud diz que manifestações melancólicas assumem várias formas clínicas, se caracterizando, entre outros sintomas, "por uma depressão profundamente dolorosa, uma suspensão do interesse pelo mundo externo, diminuição do sentimento de auto-estima e inibição de todas as atividades." A identificação com o objeto perdido é inevitável e, na medida em que não consegue incorporação simbólica, o que sobra ao sujeito é a identificação com o vazio de um pai ausente.

Se a psicanálise sofre hoje contestações de diferentes ordens, as palavras do seu criador sobre o comportamento melancólico se encaixam como uma luva para o amontoado de sandices que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu e disse no último domingo, 7/02, tentando deter e repudiar a impopularidade que o persegue desde o segundo mandato.

Há alguns anos, Carlos Heitor Cony, em artigo na Folha de São Paulo, não poupou palavras para melhor definir o “príncipe dos sociólogos: "Diziam seus admiradores que FHC era uma cabeça, um intelectual, um produtor de coisas inteligentes. Sua exposição no cargo mais alto do país rebaixou-o à dimensão de um demagogo banal, incapaz de articular um argumento alem do insulto aos que não acreditam nele e o acusam inclusive de improbidade."

Isso é FHC. A exigência egóica de ser admirado o torna, paradoxalmente, um líder sem liderados. Um prócer a ser evitado em anos eleitorais. Para quem acredita que fez um grande favor ao mundo nascendo, sua irritabilidade é permanente e justificada. Afinal, deve ser duro para quem esteve no poder durante oito anos, constatar que o resto do mundo político não reconhece sua importância. Pior, o que ganha realce são os erros grosseiros de um dirigente que governou de acordo com os humores do capital financeiro.

Seu governo passou para a história como um modelo que acentuava a exclusão social e penalizava as classes de menor renda. A estratégia de estabilização de preços baseada na captação de capital externo de curto prazo, através da sobrevalorização da moeda e da manutenção de elevadas taxas de juros, levou o país a níveis de desemprego sem precedentes, à desarticulação da estrutura produtiva e à deterioração do tecido social no campo e na cidade.

O mau desempenho do comércio brasileiro na época foi minuciosamente construído pela equipe de FHC que, realizando uma abertura irresponsável da economia, pôs em prática políticas monetárias e cambiais que minaram em grande parte nossa capacidade de competição internacional.

Mostrando a miopia fiscalista que o orienta até hoje, Cardoso escreveu em seu artigo (“Sem medo do passado”), publicado no Globo: "Esqueceu-se [Lula] dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal."

A entrega do patrimônio público ainda é apresentada como fórmula eficaz de fazer caixa. O que FHC faz questão de esquecer faz parte de sua história: grande parte do programa de privatização brasileiro foi financiada pelo BNDES. No cassino tucano, muitas empresas privatizadas não queriam fazer investimento aqui e se aproveitavam de polpudos créditos que também beneficiavam transnacionais já instaladas no país. O argumento utilizado era o de que a vinda desses setores permitiria agregar elementos de financiamento ao desenvolvimento nacional.

Quando se lê um artigo assim, descontextualizado, mal costurado em seus argumentos, é que nos damos contas da importância de olhar pelo retrovisor. É ele que sinaliza as perspectivas do futuro. Nesse ponto, o texto de Cardoso é didático, quase leitura obrigatória.

FHC sabe que a grande mídia corporativa exercerá o prestimoso papel de guiar suas mãos na hora de legitimar a irrelevância dos seus escritos. Somente os exércitos de colunistas destacados pelas famílias que controlam os meios de comunicação garantem sua vida política vegetativa.

Quando compara a ministra Dilma Rousseff a um boneco manipulado pelo presidente Lula não faz qualquer ponderação política, apenas evidencia que sua cabeça está longe de ser privilegiada. É uma mente que destila bile (que está na raiz da palavra melancolia) para desqualificar seus adversários. É o menestrel da política pequena buscando a facilidade da ribalta midiática.

Antes de dizer que “o PT “tenta desconstruir o seu mandato”, o ”príncipe” deveria dedicar mais tempo à leitura do que andaram falando sobre seu governo as principais lideranças do seu partido, em especial o governador de São Paulo. Uma boa sugestão seria o livro “Conversas com Economistas Brasileiros II", que a Editora 34 lançou em 1999. Lá ele encontraria o seguinte trecho:

“A política cambial do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso foi um desastre gratuito e total. Foi resultado de pouca reflexão analítica de seus condutores. Suas conseqüências foram devastadoras em muitas áreas da economia, inclusive comprometendo as metas fixadas no processo de privatização."

Essa crítica, das mais contundentes feitas por um economista que participou dos dois mandatos do governo FHC, é de José Serra em entrevista a dois professores da FGV, Guido Mantega e José Márcio Rego. E agora, quem é o boneco de quem? Nem mesmo um governador que submergiu com as enchentes em São Paulo, levando com ele a suposta capacidade gerencial do tucanato, pôde endossar a política arrasada do ex-presidente. O que esperar da oposição? A compaixão que deve ser concedida aos incapazes?

As palavras do ex-presidente devem ser vistas como movimentos de descompressão da realidade. Quando, a partir da melancolia e solidão de sua maturidade, um ator político faz a volta à infância, o ridículo se apodera do cenário. Fernando Henrique precisa de amigos.



Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

Laura Chinchilla é a primeira mulher eleita presidente na Costa Rica.


A candidata governista Laura Chinchilla tornou-se a primeira mulher eleita para a presidência da Costa Rica, após vencer a votação de domingo por ampla maioria. Com 83% das urnas apuradas, Chinchilla tinha 46,77% dos votos, seguida por Ottón Solís (25,12%), Otto Guevara (20,89%) e pelo social-cristão Luis Fishman (3,86%), segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).

Cientista política, Laura Chinchilla prometeu em seu discurso de vitória abrir um canal de diálogo com todos os setores, melhorar a qualidade da saúde, da educação e da segurança.



"Terei as portas abertas a todos os costarriquenhos de boa fé. Escutarei a voz de quem não esteve conosco nesta eleição e peço humildemente sua ajuda. Ninguém tem o monopólio da verdade, a sensatez e a moral", afirmou a recém-eleita.

Ela declarou que pretende lutar contra o narcotráfico e a insegurança que tem como metas melhorar a educação pública, fortalecer a previdência social, desenvolver uma rede nacional de atendimento às crianças e idosos, além de impor a sustentabilidade ambiental no centro de sua agenda política.

Laura Chinchilla agradeceu às "pioneiras que abriram o caminho da participação política da mulher na Costa Rica", e que "hoje tornam possível que uma mulher seja presidente da República".

Chinchilla é a terceira centro-americana a chegar à presidência, depois da nicaraguense Violetta Chamorro e da panamenha Mireya Moscoso. Porém, diferentemente destas, que eram viúvas de políticos proeminentes, Laura chegou ao poder por méritos próprios.
No atual governo do presidente Oscar Arias, ela foi vice-presidente e ministra da Justiça, cargos aos quais renunciou em outubro de 2008 para concorrer à presidência.

Em um discurso diante de uma multidão de seguidores diante de um hotel de San José, onde chegou acompanhda do marido, o especialista em direito penal espanhol José María Rico, e do filho de 13 anos, José María, a candidata admitiu que não esperava um referendo tão favorável a sua candidatura e afirmou que os costa-riquenhos que votaram nela aprovaram o mandato do atual presidente e Prêmio Nobel da Paz, Oscar Arias.

Laura Chinchilla tomará posse em 8 de maio.