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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A GRANDE MÃE



A DEUSA MÃE

Eu caminho pelo Céu e a chuva cai
Eu caminho pela Terra e os brotos e as ervas germinam
Fluo para Mim mesma, pois muitas são as minhas faces, muitas são as minhas formas
Mas eu sou a Única.
Solte tudo, solte tudo que lhe prende e venha até Mim
E eu lhe ensinarei o grande mistério:
Eu não sou outra senão você mesma


Para entendermos corretamente quem é esta Divindade, temos que voltar até os primeiros povos da Terra.

Quando os povos primitivos identificaram a mulher com a Terra e associaram a existência da Terra a poderes divinos, consideraram que o poder que conspirou para que o Universo fosse criado era feminino. Como só as mulheres têm o poder de dar a vida a outros seres, nossos ancestrais começaram a acreditar que tudo tinha sido gerado por uma Deusa.

Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à Lua, já que existia um poder maior que agia entre a mulher e a Lua. Tambem foi associada em tempos mais remotos ao Sol, sendo a Mãe Solar , Doadora da Vida e da saude e proporcionadora do equilibrio e harmonia.

Todas as religiões primais viam no poder feminino a chave para o Mito da Criação e assim o Universo era identificado como uma Grande Deusa, criadora de tudo aquilo que existia e que existiu. Nada mais lógico para uma sociedade em processo de evolução, pois não é do ventre da mulher que todos nós saímos?

O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro. Nesta época o respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação eram muitos difundidos. Nas culturas primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os partos eram considerados sagrados e foram nestes lugares que surgiram diversos templos de veneração à Deusa.

Com o avanço da agricultura, a importância do solo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra (a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitivas. As mulheres eram consideradas responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação.

As várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representam a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa nas época do Paleolítico e Neolítico.

Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na Índia, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como sobre a guerra.

O símbolo da Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criação se parece com o que se pode realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce a vida.

A Deusa é a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos,a Lua, a intuição, aos lado inconsciente , à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu que jamais deve ser desvelado.

A Lua jamais morre, mas muda de fase à cada 7 dias, representando os mistérios da eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “Deusa Tríplice do Círculo do Renascimento“, pois também muda de face, assim como a Lua, e se mostra aos homens de três diferentes formas como: A Virgem, A Mãe e A Anciã. Isso não difícil de se entender, pois dentro de Wicca todos os vários Deuses e as múltiplas faces e aspectos da Deusa, nada mais são do que a personificação e atributos da Grande Divindade Universal.

A Grande Deusa desempenha inúmeros papéis e funções e para isso usa nomes e atributos diferentes, o que os seres humanos para simplificar chamaram de Deuses. Para a Bruxaria todos os Deuses Antigos são a Grande Deusa Mãe multipersonificada. Quando você invoca o nome de um determinado Deus, libera um tipo de energia específica que não consegue ser liberada quando se invoca outra Divindade que desempenha papéis e funções diferentes.

O aspecto Jovem da Deusa recebe o nome de Rhianon. ela está associada à adivinhação, aos ritos mágicos, à clarividência e aos encantamentos. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Crescente. Sua cor é o branco e por isso recebe o título de ALBEDO(Senhora da Alvorada). Rhianon é a caçadora, segura em suas mãos a trompa de vaca ou touro em forma de meia lua. É a deusa da fartura e é ela a quem devemos reverenciar quando queremos garantir êxito no trabalho. Seus poderes são os da compaixão, sabedoria e compreensão.

O aspecto de Mãe recebe o nome de Brigit, a antiga Deusa Celta do fogo.Ela esta associada a fertilidade, sexualidade e ao parto. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Cheia. Sua cor é o vermelho e por isso recebe o título de RUBEDO(Senhora do entardecer ou do rubi).

Brigit é a mãe que o possui no ventre o poder de dar a luz uma nova vida. É a rainha da colheita, a mãe do milho e derrama sua abundância por toda a terra. Segura em suas mãos um recipiente com labaredas de fogo, o qual tem o poder de realizar os desejos daqueles que a cultuam. É a Deusa do amor e seus poderes são os da paixão, agilidade e rapidez.

O aspecto de Anciã recebe o nome de Cerridwen, a Grande Deusa Mãe que conhece todos os segredos do Universo. Ela está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundo. Seus rituais de invocação são realizados na Lua Minguante, que é o seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO (Senhora da noite).

Cerridwen é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o poder que leva as almas para a morte é o mesmo que traz a vida. Do seu ventre parte toda a vida e da vida provém a morte. Segura em suas mãos um caldeirão e das misturas feitas em seu interior ela comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus seguidores.

Devido ao aspecto de velha é esta a personificação que representa o conhecimento de todos os mistérios que só a experiência pode proporcionar. É a Deusa da sabedoria do bem e do mal. É ela a quem devemos recorrer e reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício.

Ela é a Deusa da paz e do caos. Da harmonia e da desarmonia. Cerridwen já passou pela jovialidade de Rhianon, pela maturidade e entusiasmo de Brigit. Acumulou toda a experiência, que só o tempo pode proporcionar, e distribui a sabedoria por todo o mundo.

A Deusa já foi reverenciada em todas as partes do mundo sobre diferentes nomes e aspectos. Seu nome varia, mas sempre foi venerada como o princípio feminino eterno e estático que está presente em tudo e incluso no nada. Ela é o poder do feminino que dá vida ao mundo e fertiliza a terra.

A Deusa não está ligada somente às manifestações da terra, pois ela representa as forças celestes. Ela é a dona do céu noturno, guardiã dos sentimentos, do interior da alma humana e do destino do homem. Ela é uma presença contínua que está além do tempo e do espaço.

(autoria desconhecida e levemente modificado por mim)

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