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Enfim assuntos sobre o passado e sobre nosso cotidiano relacionado à História do Brasil e do Mundo.








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sábado, 30 de julho de 2011

PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL


Prêmio Professores do Brasil, do MEC, vai dar R$ 5 mil para os autores das melhores experiência pedagógicas.
Reconhecer e valorizar o trabalho, dentro das redes públicas, dos principais responsáveis em formar os alunos. Esse é o objetivo do Prêmio Professores do Brasil, concurso organizado pelo Ministério da Educação (MEC), que este ano está em sua 5ª edição. Os autores das melhores experiências pedagógicas serão premiados em dinheiro, e as respectivas escolas ganharam equipamentos. Podem participar quaisquer representantes da educação básica, desde que tenham desenvolvido práticas para enfrentar situações-problema.
O professor pode, por exemplo, usar os encartes do professor, que contém material didático desenvolvido a partir do conteúdo da Revista de História.
Segundo o site oficial do concurso, serão premiados até 40 experiências, sendo oito por região. Os professores e representantes das escolas vencedores participação de um seminário em Brasília, com passagens e hospedagem custeadas. Os autores das práticas, independentemente de sua região e da categoria a que concorrem, receberão R$ 5 mil, além de troféu e certificados. As escolas serão premiadas com a aquisição de equipamentos audiovisuais ou multimídia no valor de até R$ 2 mil.
Para saber mais informações e se inscrever, clique aqui.
ACESSE:

EUA devolvem peças arqueológicas da tumba de Tutancâmon ao Egito

Os 19 objetos devolvidos ficarão expostos no Museu Egípcio do Cairo.
Peças foram encontradas na tumba de Tutancâmon, descoberta em 1922.

tutancâmon (Foto: AFP)Ao todo serão devolvidos 19 objetos (Foto: AFP)
O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades Egípcias (CSA), Mohammed Abdel Maqsud, informou neste sábado (3) que o Metropolitan Museum of Art de Nova York, nos Estados Unidos, devolveu ao Egito 19 peças arqueológicas pertencentes à tumba do faraó Tutancâmon (1336-1327 a. C.).
A decisão em devolver os objetos ocorreu após logo período de negociações entre os responsáveis egípcios e norte-americanos. Atef Abul Dahab, subdiretor do Departamento de Arqueologia Egípcia, deve desembarcar no Cairo com as antiguidades nesta terça-feira (2). As peças serão exibidas no Museu Egípcio do Cairo.
Os 19 objetos, todos de pequeno tamanho, foram encontrados na tumba de Tutancâmon, descoberta pelo arqueólogo britânico Howard Carter em 1922 na ribeira oeste do rio Nilo, na localidade monumental de Luxor. Nessa época, o governo do Egito permitia que os arqueólogos que trabalhavam com recursos próprios ficassem com uma parte de suas descobertas.
Abdel Maqsud destacou o gesto do museu nova-iorquino, especialmente após a instituição ter se transformado em uma grande aliada do CSA para recuperar peças arqueológicas levadas ilegalmente do Egito. Nesse sentido, o responsável egípcio lembrou que no passado o Metropolitan proporcionou ao Egito informações que ajudaram a recuperar um pedaço de rocha que fazia parte do templo faraônico de Karnak, também situado em Luxor.
Fonte: G1

O terror e as suas várias acepções


Da Revolução Francesa, passando pelos carbonários, o século XX com as guerras, e o XXI, com Bin Laden: o terrorismo foi encarado de formas até antagônicas


Um grupo de oito soldados judeus americanos persegue oficiais nazistas na França ocupada em 1944. Entre outras coisas, arrancam os escalpos das vítimas – depois de uma sessão de tortura que inclui surra com um bastão de baseball – e gravam suásticas nas testas dos sobreviventes com a ponta da faca. O objetivo? Espalhar o pânico entre os alemães e facilitar a vitória dos aliados. Este é o enredo de “Bastardos inglórios” (2009), filme de Quentin Tarantino. A tática de amedrontar o inimigo – neste caso, os nazistas – nos soa absolutamente legítima. Afinal, se existe um partido a ser tomado nesta disputa, com certeza não é o de Hitler e dos seus comandados.






Mas os pontos de vista sobre esta questão podem variar de acordo com o lugar do observador. De volta à Segunda Guerra Mundial e à ocupação da França, mas agora fora do grande écran, o uso político do medo (e a guerra é a expressão máxima de uma disputa política) pode ser percebido de outra forma, mesmo que nos pareça inesperada.
Nem todos os franceses aceitaram ou toleraram a invasão alemã, e organizaram uma série de movimentos e células de defesa. Estes homens e mulheres que atuaram contra os nazistas e os colaboracionistas franceses ficaram conhecidos como partisans (partidários), e La Résistence teve entre os seus membros o célebre historiador Marc Bloch (1886-1944), torturado e morto pela Gestapo. O grupo se tornou um dos movimentos mais dignos de nota na história recente da França, atuando inicialmente no anonimato, em ações de guerrilha e de propaganda. A Resistência teve um papel importante para a derrocada nazista, além de ter servido como um fator de união entre grupos antagônicos da sociedade civil francesa. Como seus membros eram chamados pelos homens de Hitler? Terroristas.






Robespierre, em retrato da escola francesa do século XVIII / Fonte: wikimedia-cc



É possível notar, portanto, que o terrorismo – o uso sistemático do medo como atuação política – é um tema bastante complexo, e que a reflexão sobre ele deveria considerar duas direções: 1) o papel que o medo pode ter desempenhado na organização da sociedade ocidental (bem como na teorização sobre o surgimento do seu status político) e 2) a importância da atribuição de valor aos agentes que se utilizam deste sentimento na arena política.

No século XVIII, em uma época de profundas transformações políticas e sociais, o medo foi utilizado deliberadamente como meio para manter uma ordem política e social. Levando às últimas consequências a autoridade dos líderes da Revolução Francesa, a Convenção declarou, no dia 5 de setembro de 1793, o “Terror”. A nova ordem instaurada pelos revolucionários no poder permitia o encarceramento dos suspeitos de oposição ao regime, medida inicial que acabou se convertendo na morte de cerca de 40 mil pessoas. Os “terroristas”, como ficaram conhecidos estes líderes entre 1793 e 1794, tentavam assegurar as conquistas da Revolução contra anseios dos reacionários, que queriam o retorno ao Antigo Regime. Homens como o líder Maximilien de Robespierre, “o incorruptível”, uma vez instalados no poder, trataram as disputas políticas em termos de uma luta entre o “bem” (eles) e o “mal” (os outros). Ao fim do período do Terror, Robespierre também foi parar na guilhotina.

Tragédia do ponto de vista da humanidade, o Terror foi fundamental para a formação da máquina militar francesa que teria grandes triunfos nos anos seguintes, inclusive no período da expansão bonapartista. Expansão que, além da guerra, também levou a outras paragens instituições revolucionárias, como o governo constitucional. A partir do século XIX, estas instituições herdeiras de 1789 se configuraram nos governos liberais que se espalharam pelo ocidente, garantindo certas liberdades e, principalmente, colocando grilhões na violência do Estado. A possibilidade de eliminação do indivíduo por conta de injunções políticas não desapareceu, mas estava regulada. Até que grupos políticos organizados fora do âmbito do Estado começaram a se utilizar sistematicamente da violência como estratégia para mudanças institucionais.

Nas primeiras décadas do século XIX, vários grupos revolucionários se reuniram clandestinamente na Europa. Resgatando a experiência revolucionária francesa, associando-a a princípios políticos de esquerda consolidados logo depois, como a defesa dos extratos sociais inferiores, os “carbonários” tinham como elemento de união o ódio aos ricos. Inspirados na maçonaria, estes grupos reuniam indivíduos interessados em instaurar regimes populares, mas não acreditavam que o próprio “povo” estivesse apto a lutar politicamente por esta nova ordem. Outras organizações, chamadas pelo historiador britânico Eric Hobsbawm de “terroristas”, como os Whiteboys (“Rapazes brancos”) e os Ribbonmen (“Homens das fitas”), estiveram ativos na Irlanda entre os séculos XVIII e XIX, atuando violentamente contra os grandes proprietários.





O anarquista Mikhail Aleksandrovitch Bakunin / Imagem: Wikimedia-cc



Ao longo do século XIX, estes grupos organizados fora das estruturas formais do Estado – e às vezes francamente contrários aos seus dirigentes – e que tentavam impor uma revolução social, um objetivo justo sob muitos pontos de vista, instrumentalizaram o medo como forma de ação política. Na década de 1880, os anarquistas formularam uma estratégia chamada “Propaganda pelo Ato”. Proposta pelo russo Mikhail Bakunin e pelo teuto-americano Johann Most, consistia no uso da violência dirigida a alvos políticos estruturais. A longo prazo, o objetivo seria angariar o apoio das massas para a derrubada do sistema capitalista burguês. Ultrapassando as palavras, os atos violentos seriam um meio mais eficiente de impor uma nova realidade político-social. Outros grupos passaram a se utilizar da estratégia ao longo do século XX – como os próprios carbonários, envolvidos no assassinato do rei D. Carlos I de Portugal e do seu filho e herdeiro, o príncipe D. Luís Filipe, em 1908.



Os atos de “terror”, ações violentas “cirúrgicas” com propósitos políticos – em geral, mas não sempre, contra o status quo –, passaram a integrar definitivamente o arsenal das mais diversas correntes ideológicas. Em 1914, o sérvio Gravilo Princip, membro da organização nacionalista terrorista Unificação ou Morte (também conhecida como Mão Negra), assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria. Era o estopim para a Primeira Guerra Mundial, que inaugurava um século de conflitos e de extremismos políticos. Ao longo deste tempo, os terroristas assumiram as mais variadas colorações, aumentaram a escala da sua ação e foram vistos de forma negativa ou positiva dependendo do contexto no qual atuaram e, principalmente, de quem os qualificava. Assim, os guerrilheiros islâmicos em atuação no Afeganistão foram chamados de “insurgentes” pelos norte-americanos quando lutavam contra a dominação soviética durante a Guerra Fria, mas seus remanescentes se tornaram “terroristas” quando a União Soviética desapareceu e o seu alvo atravessou o Atlântico.


Osama bin Laden, que foi morto recentemente / Imagem: Wikimedia-cc



Agindo de forma isolada, como o norte-americano Theodore Kaczynski, mais conhecido como Unabomber, que realizou atentados a bomba nos Estados Unidos entre 1978 e 1995 em protesto contra a sociedade industrial e tecnológica, ou em organizações estruturadas, como o ETA, grupo basco de orientação nacionalista e separatista que atua na Espanha, os “terroristas” conquistaram definitivamente a atenção dos meios de comunicação. Se os seus fins mais explícitos não têm sido alcançados (a sociedade capitalista industrial não parece estar em vias de recuar, apesar das seguidas crises; países latino-americanos não parecem dispostos a adotar sistemas comunistas de orientação leninista, malgrado o constante ribombar dos artefatos das facções armadas; o estado de Israel na Palestina não dá sinais de que vai desaparecer, não obstante o sangue continue a correr nas ruas de Tel-Aviv), o meio de luta tem sido um sucesso.

Em maio deste ano, após a morte do terrorista árabe Osama bin Laden, o presidente norte-americano Barack Obama afirmou que a operação foi mais um passo na luta para tornar o mundo um lugar mais seguro – uma etapa do que foi chamado de Guerra ao Terror após os atentados sofridos pelos Estados Unidos em setembro de 2001. Dias depois, em Moscou, o presidente russo Dmitry Medvedev declarou que “a eliminação dos terroristas – até mesmo pessoas em pé de igualdade com Bin Laden – tem efeito direto na segurança dentro da Rússia”. A impressão que se teve a partir de comentários deste tipo, repercutidos pela imprensa de todo o mundo, é de que o nível de insegurança (ou medo) global diminuiu. A julgar pelo histórico da questão, esta não parece uma impressão muito acertada.


Rodrigo Elias é pesquisador da Revista de História da Biblioteca Nacional



http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/o-terrorismo-e-as-suas-varias-acepcoes

LEI MARIA DA PENHA CHEGA AS ALDEIAS INDÍGENAS

A violência contra as mulheres nas aldeias aumenta a cada dia. O alerta é de Léia Bezerra do Vale, que está à frente da Coordenação de Gênero e Assuntos Geracionais da Funai (Fundação Nacional do Índio), do Ministério da Justiça. Fazer com que os homens indígenas reconheçam a violência doméstica e envolvê-los na discussão sobre a Lei Maria da Penha é um dos desafios atuais dos movimentos indígenas e dos órgãos governamentais. A pedido das mulheres indígenas, a Funai está realizando oficinas de esclarecimento sobre a Lei Maria da Penha com índios dos diferentes povos em todo o país.


Para Léia Bezerra, a Lei Maria da Penha precisa ser conhecida pelos índios, apesar de não contemplar as especificidades dos povos indígenas. “As mulheres indígenas não participaram do processo de elaboração da Lei e por isso não foi adaptada à realidade das aldeias.” Em entrevista exclusiva para a Agência Patrícia Galvão, a historiadora e indígena do povo wapichana fala sobre a violência doméstica nas aldeias e os principais obstáculos para combater a violação dos direitos das mulheres.


"A violência vem crescendo desde que os hábitos do mundo externo começaram a ser introduzidos nas aldeias, como o alcoolismo e uso de drogas. A falta de terra, de programas eficazes que tragam benefícios para os jovens, de políticas públicas em geral também fazem com que a violência aumente. Outro problema relatado pelas mulheres indígenas é que muitos homens, ao saírem para trabalhar na cidade, não são valorizados como eram antes internamente na sua comunidade. Voltam frustrados e o primeiro alvo é a família, a mulher, os filhos" .


A Coordenação de Gênero e Assuntos Geracionais da Funai fará treze seminários regionais com homens indígenas até o final de 2012. "Já realizamos três – em Cuiabá, Manaus e Maceió – nos quais participaram, em cada um, cerca de 40 lideranças masculinas de diferentes povos e comunidades".


Fonte: Agência Patrícia Galvão

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Um guia para você que tem vergonha de se assumir como feminista

Você é feminista? Opa, opa, não responda. Antes de qualquer coisa, deixa eu te falar que entendo o quanto essa palavra traz um fardo enorme por trás dela. Não é a mesma coisa de dizer “ah, sou socialista”. Ser socialista é bonito e justo. Ser feminista é ser implicante e falar de assuntos polêmicos. Ou você não sabe, que sendo feminista, rola a maior tensão no meio de um papo quando as pessoas começam a falar sobre mulheres? Todos olham para você com uma cara de medo esperando começar a terceira guerra mundial.

Crédito da Foto: The Justified Sinner no Flickr em CC.
Carla Rodrigues fez uma entrevista com Maitena, a autora do livro “Mulheres Alteradas” e questionou se ela é feminista. A resposta foi a seguinte:
“Bem, o termo feminismo foi muito degradado ultimamente, mas não gosto de dizer que não sou feminista, por que acredito que se não fosse pelo trabalho que este movimento realizou nos últimos cem anos, ainda estaríamos todas passando roupa.”
Na entrevista, Maitena fala diversas vezes sobre como o feminismo é importante, mas nessa fala podemos perceber que o feminismo é reconhecido sim, mas ainda há um medo de simplesmente se colocar como feminista justamente por mitos que foram criados com o passar do tempo. Afinal, quem degradou o termo feminista? Por que um termo que já foi revolucionário para muit@s é visto hoje como “o contrário do machismo”?
Em outro texto de Carla Rodrigues, “Feministas são bacanas”, ela mostra algumas pesquisas sobre o que as pessoas acham do feminismo.
“Algumas respostas podem ser encontradas na visão negativa que 33% homens – e 20% das mulheres – têm do feminismo. Para 19% dos homens e para 12% das mulheres, ser feminista é defender a superioridade da mulher sobre o homem. Já 16% dos homens e 8% das mulheres associam feminismo a autoritarismo das mulheres.”
Muitas pessoas ainda associam o feminismo com a superioridade da mulher perante o homem e podemos associar com o velho mito de que a o feminismo quer acabar com os homens. O feminismo conta hoje com vários homens no movimento e, lutamos também para mostrar como o machismo também prejudica os homens. Se queremos acabar com os homens, por que os queremos ao nosso lado nessa luta?
Carla Rodrigues ressalta que muit@s acham que feministas são donas da verdade, arrogantes que não aceitam a “verdade”. Pensando sobre isso, podemos questionar o motivo de tanto estranhamento para o termo feminista. Bem, não fomos educad@s para entender o feminismo, a mídia não mostra o que realmente aconteceu (nas muitas manifestações feministas não fica claro qual é o motivo de estarem ali, isso quando alguma manifestação é mostrada), ou seja, não visualizamos em quase nenhum lugar o que é realmente o tal feminismo. Normalmente, quando as pessoas ouvem falar sobre o movimento é carregado de piadas e preconceitos e com aquela frase “lá vem a chata inventar machismo onde não existe”.
Muitas pessoas manifestam opiniões sobre o feminismo sem saberem ao certo o que é o movimento e o que ele significa. Por ser desconhecido, o feminismo acaba despertando um certo receio nas pessoas. Além disso, o feminismo luta por mudanças e alterar o status quo também gera medo. Como viver de forma diferente? O objetivo dessa campanha é mostrar o que é o feminismo para que o movimento deixe de ser algo estranho para as pessoas e mostrar a que veio o feminismo, mostrando que mudanças são bem-vindas e que podem beneficiar a tod@s. O que fazer para desmitificar, para fazer com que as pessoas entendam que feministas são seres humanos acima de qualquer coisa e por isso tem escolhas individuais? O fato de ser feminista não me faz ter obrigação de não me depilar, não passar maquiagem ou não assistir novela e me divertir. Ser feminista não me faz ter ódio de homens ou ser uma mal comida. Enfim, ser feminista me faz ter uma visão de mundo que vai de encontro à igualdade entre as diferenças não só das mulheres, mas dos homens também.
Por isso pensamos em fazer uma campanha para desmitificar o feminismo. A intenção dessa campanha é chamar todas as pessoas que são feministas e também aquelas que não são. Você pode falar de um mito especifico, como por exemplo: Feminista não usa maquiagem e falar um pouco sobre, tentando falar sobre como essa afirmação incomoda e não é verdadeira. Pode falar sobre os mitos de uma forma geral e pontuar sobre a importância de acabar com eles e levantar a bandeira do feminismo. Ou seja, a intenção é desmitificar de alguma forma. E pode ser através de posts no blog, vídeos, desenhos, músicas, twitter, facebook, Google +, tumblr, as redes sociais como um todo.
Vamos encher a internet com a hashtag #mitosfeminismo e mostrar que o feminismo vai além dessas histórias que são plantadas por aí. Vamos mostrar do que o feminismo realmente trata!
Campanha: 29/07 a 05/08. Participe e cole o selo em seu blog!

Selo para a Campanha por Tatiana Anzolin Michels



Um guia para você que tem vergonha de se assumir como feminista
Fonte: Blogueiras Feministas | Blogueiras Feministas

Racismo sem Racistas

Por: Ana Maria Gonçalves

“Hoje em dia, com exceção de membros de organizações brancas supremacistas, poucos brancos nos Estados Unidos se proclamam “racistas”. A maioria dos brancos afirma que “não vê cor alguma, apenas pessoas”; que embora a face feia do racismo ainda esteja entre nós, não é mais fator central determinando as oportunidades de vida das minorias; e, finalmente, que, como Dr. Martin Luther King Jr, eles sonham em viver em uma sociedade na qual as pessoas sejam julgadas pelo caráter, não pela cor da pele. Mais incisivamente, a maioria dos brancos insiste que as minorias (especialmente os negros) são os responsáveis por “playing the race card” (expressão usada para apontar uso vitimizador e mal intencionado da diferença racial), por exigirem a manutenção de programas desnecessários e divisivos baseados em raças, como ações afirmativas, e por bradar “racismo” sempre que são criticados por brancos. A maioria dos brancos acredita que se os negros e outras minorias simplesmente parassem de pensar no passado, trabalhassem duro e reclamassem menos (particularmente de discriminação racial), então americanos de todas as cores poderiam viver em paz.”

O texto acima é o parágrafo inicial do livro Racism without racists, de Eduardo Bonilla-Silva, sobre o que nos EUA está sendo chamado de “color-blind racism”, ou apenas “color blindness” (algo como o racismo que não leva em conta a cor/raça). Este é apenas um dos muitos estudos publicados sobre esse novo tipo de racismo (para os norte-americanos) que, segundo Bonilla-Silva, é muito parecido com o racismo existente nos países caribenhos e latino-americanos, Brasil incluido. Esse tipo de racismo permite manter os privilégios dos brancos sem alarde, sem nomear aqueles a quem ele submete e aqueles a quem beneficia. Ele deu cobertura para que o ex-presidente Bush (filho), por exemplo, expressando a opinião de muitos norte-americanos, dissesse “Eu apoio enfaticamente todo tipo de diversidade, inclusive a diversidade racial no ensino superior”, ao mesmo tempo em que chamava o programa de ação afirmativa da Universidade de Michingan de “falho”, “inconstitucional” e “discriminatório” contra os brancos.

A universidade de Michigan usa um sistema de pontuação para aprovar seus candidatos, em uma escala que vai até 150 pontos. Se o aluno gabaritar o SAT (uma prova que geralmente envolve matemática, escrita e leitura crítica), ganha 12 pontos, ou 20, no caso de pertencer a alguma minoria. Bush, ao chamar esse sistema de injusto e inconstitucional, esqueceu-se de mencionar o tipo de ação afirmativa do qual se beneficiou, o “legacy admittee”. Através desse sistema, presente nas principais universidades norte-americanas, filhos de ex-alunos, quase todos brancos e ricos, têm preferência na admissão. Isso permitiu que Bush, um aluno média C durante o colegial e com um SAT de 180 pontos abaixo da média norte-americana, fosse admitido em YALE, uma das universidades mais disputadas e bem ranqueadas, seguindo os passos de Bush pai e Bush avô. Esse sistema preferencial ganhou força após a Primeira Guerra Mundial, sob um regime de segregação racial e quando os Estados Unidos estavam recebendo grande fluxo de imigrantes, e ainda hoje garante de 10 a 30% das vagas para filhos de ex-alunos. No livro The Shape of the river, os autores e ex-presidentes de Harvard e de Princeton admitem que os “legacy students” têm quase o dobro de chance de serem admitidos se comparados a alunos sem laços familiares anteriores com as instituições. Embora esse programa seja do tipo de reserva de vagas ele raramente foi citado ao lado de argumentos como “os alunos negros estão tirando vagas de alunos mais capacitados”. Talvez o “color-blind racism” impeça muitos de verem a cor dos privilegiados, assim como a dos desprivilegiados, afinal de contas, “we are all Americans”.

O “color-blind racism” permite que certos privilégios sejam mantidos na era pós Direitos Civis, sem que sejam vistos como tais, já que ninguém é impedido de entrar onde quiser, de frequentar as escolas para as quais se qualifica, de usar os banheiros públicos mais convenientes, de se casar com a pessoa pela qual se apaixona (embora mais de um terço dos norte-americanos desaprove os casamentos inter-raciais, porque estão preocupados com o bem-estar dos filhos dessas uniões), ou de ocupar qualquer acento vago nos ônibus, trens e metrôs. A eleição do primeiro negro presidente dos Estados Unidos da América, como afirmaram muitos americanos, inclusive negros, era a prova de que o país não era mais racista, que os negros não teriam mais desculpas para explicar as desigualdades sociais, políticas, culturais e econômicas em relação aos brancos. Era a prova, festejavam muitas mães negras, de que o “american dream” também estava disponível para seus filhos, que seriam os únicos responsáveis pelo próprio sucesso ou fracasso. Enfim, chegava ao país a tão sonhada democracia racial.

Em sua análise sobre a eleição de Obama, Bonilla-Silva diz que seu sucesso foi ter “adotado uma persona e uma política pós-racial. Ele se distanciou da maioria dos líderes dos Movimentos Civis, de seu próprio reverendo, de sua igreja e de qualquer um que o fizesse parecer “muito preto” e “muito político”. O que o fez ser visto pelos seus eleitores brancos como “o primeiro líder negro que eles se sentiam confortáveis em apoiar, porque ele não fala de racismo; porque ele os faz lembrar, sempre que tem a oportunidade, que é metade branco; porque ele é, nas palavras do senador Biden, (…), ‘o primeiro afro-americano influente que é articulado, inteligente, virtuoso e bem apessoado.’ ; porque Obama fala sobre unidade nacional; e porque ele, diferente de líderes negros odiados pelos brancos, como Jesse Jakson e Al Sharpton, não os faz se sentirem culpados pela situação das relações raciais no país.”

Acho interessante, principalmente, essa última frase, pois ela me remete ao significado do mito da democracia racial brasileira para a elite que estava tentando salvar o Brasil de seu destino de país condenado pela miscigenação, de seu racismo velado (na época, nem tanto) e segregador. O que me faz lembrar de uma entrevista de Gilberto Freyre ao JB, em 14/04/1979. Perguntado quem chegaria primeira à presidência da república no Brasil, o negro ou a mulher, ele respondeu: “O negro. Acho que ele tem mais possibilidades de chegar a essa culminância.” Gostaria que ele tivesse vivido para ver.; e que todos soubessem o casal Obama foi beneficiado por programas de ações afirmativas quando na universidade. Se Barack não tivesse recebido essa forcinha, quem seria hoje a presidenta dos EUA?

terça-feira, 26 de julho de 2011

A Presidenta Dilma visa retirar 9,6 milhoes de nordestidos da extrema pobreza



















A presidenta Dilma Rousseff lançou, em Arapiraca (AL), o plano Brasil sem Miséria – Nordeste, com diversas medidas que visam a retirar 9,6 milhões de nordestinos da extrema pobreza. Os nove governadores da região firmaram um pacto com o governo federal para erradicar a miséria em seus estados.
Também foi lançado o programa Água para Todos, para atender as famílias extremamente pobres que vivem em áreas rurais no semiárido. Com investimentos de R$ 756 milhões, o governo federal inicia neste ano a construção de 367 mil cisternas, das quais 140 mil já estão contratadas.
Dilma Rousseff homenageou o ex-presidente Lula na figura de sua mãe, dona Lindu, retirante nordestina, e lembrou do projeto iniciado no governo anterior, responsável por retirar da pobreza e incluir na classe média 39,5 milhões de pessoas. “Tenho a honra de continuar esse projeto”, disse.
Numa outra frente do plano Brasil sem Miséria, o governo federal aposta na educação e profissionalização, disse a presidenta. Na opinião dela, o Brasil só será uma grande potência se todos os 190 milhões de brasileiros tiverem acesso a direitos como a casa própria, saneamento básico, água, mas, sobretudo, acesso à educação de qualidade.
“Nesse imenso caminho que se abre no Brasil, precisamos de muita educação para todos os filhos dos brasileiros e brasileiras. Porque só construiremos um país mais igual se todas as crianças e jovens tiverem direito a uma profissão, capacitação técnica, trabalho decente, e se conseguirem desenvolver a renda em suas comunidades.”

Fonte : SITE DA DILMA - Partido dos Trabalhadores

segunda-feira, 25 de julho de 2011

25 de Julho - Dia da Mulher Afro Latino e Caribenha


O dia 25 de julho é um marco na história das mulheres negras. Este dia foi instituído em 1992 na República Dominicana, quando mulheres negras de mais de 70 países se reuniram para discutir estratégias de enfrentamento a opressão de gênero, étnico racial e seus desdobramentos, como o racismo, o sexismo e as demais desigualdades raciais e sociais.

Foi um momento histórico e importante que temos que comemorar, afinal avançamos em muitas conquistas, no entanto o Relatório das Desigualdades de Gênero - Mulheres, Poder e Decisão, nos lembra que 19 (dezenove) anos depois de instituído este dia no Brasil, as mulheres negras continuam sendo as mais prejudicadas pela desigualdade de uma sociedade dita democrática.

Os avanços são muito lentos, analisemos os dados abaixo:

- mulheres negras têm menor acesso aos exames ginecológicos preventivos: 37,5% nunca fizeram exame de mama (mulheres brancas 22,9%), 40,9% nunca fizeram mamografia (mulheres brancas 26,4%), 15,5% jamais fizeram o Papanicolau (mulheres brancas 13,2%);

- mães de crianças negras têm maior probabilidade de falecer por mortalidade materna. Morrem por dia cerca de 2,6 mulheres afrodescendentes por causas maternas (mulheres brancas, 1,5 por dia);

- mães de crianças negras têm menor acesso ao exame pré-natal, somente 42,6% fizeram mais de sete exames (mulheres brancas 71%), as mulheres negras também sofrem com atendimento discriminatório no sistema de saúde, mostrando a existência do racismo institucional.

As mulheres negras continuam sendo desrespeitadas em relação aos seus direitos básicos de viver com dignidade. A constituição de 1988 garante igualdade de direitos, mas infelizmente temos o desprazer de continuar sendo as maiores vítimas da falta de políticas públicas que atendam as nossas necessidades básicas.

Estamos ausentes nas políticas de saúde, ausentes nas políticas de educação, ausentes nas políticas de emprego e renda, ausentes nos espaços de representação da política. Com certeza precisamos nos organizar e discutir soluções para todos os problemas que nos aflige, caso contrário continuaremos conjugando o verbo da indignação, e este sozinho não vai resolver nossas questões urgentes.

Nós estivemos no juntas no dia 22 de julho comemorando este momento no Seminário de Políticas de Creches, que temos certeza trará benefícios concretos, como mais oportunidades de empoderamento e autonomia para mulheres negras e da periferia de Salvador.

A todas as mulheres negras desejamos um dia de alegria e comemoração, mas também um dia de muita reflexão, discussão e planejamento para que possamos lutar por nossos direitos de forma efetiva e alcançar a verdadeira igualdade e democracia racial.

Viva as Mulheres Negras! O segmento humano mais revolucionário do planeta.

sábado, 23 de julho de 2011

Casamento x inteligência feminina: o dilema de Hermione


Gosto muito da série Harry Potter, e admiro a forma como Joanne Rowling conseguiu transformar uma historinha infantil em uma série sobre política. Ou vocês acham que ela não está falando de política ao criticar diversas formas de discriminação, escravidão, restrição à liberdade de expressão e de imprensa? E ela ainda reforça valores importantes ao tratar a tortura, a interferência na liberdade da outra pessoa e a pena de morte como ações imperdoáveis.
As personagens mulheres são maravilhosas, ativas, e com personalidades bastante diferentes. Particularmente, adoro a Hermione Granger: é inteligente, estudiosa, e não tem vergonha de participar nas aulas e mostrar que sabe a matéria. Espero que ela tenha inspirado mais meninas a se manifestarem nas aulas e não terem vergonha de gostarem de estudar. Precisamos lembrar que mulheres só tiveram direito à alfabetização e acesso aos estudos em tempos bastante recentes, e que ainda somos discriminadas em diversas áreas – portanto, valorizar o estudo feminino nunca é exagero.
Lembro que quando saiu o último livro, várias pessoas ficaram indignadas por Hermione ter um “final feliz”, se casando com Ron Weasley. Já ouvi várias coisas: que ela é inteligente demais pra ele, que ele é um idiota, que ela deveria ficar com Harry, que ela é nerd demais pra se casar. Podemos até chamar essa discussão de “dilema de Hermione”. Não porque ela tenha dúvidas, mas porque nós, fofoqueir@s de plantão, temos dúvidas por ela.
Indo para além da antipatia por Ron (que considero injusta), são bastante interessantes os comentários sobre o que deveria ser a vida afetiva de Hermione. Eles mostram que, embora cada vez mais mulheres estejam tendo acesso a altos estudos, na hora dos relacionamentos afetivos o estudo interfere contra a mulher. De certa forma, estamos repetindo velhos preconceitos machistas, que opõem a inteligência e os estudos das mulheres à satisfação emocional.
Em um mundo machista, o homem ocupar posição inferior à da mulher é uma tragédia. Não à toa, a maioria dos ditos populares sobre mulheres afirma que a esposa deve ser menos que o marido em termos de idade, altura, dinheiro e… inteligência. Afinal, a mulher inteligente não será boa esposa, pois terá habilidade suficiente para desafiar e mandar no marido.
Seguindo essa linha de raciocínio, parece que a pergunta de fundo sobre o dilema de Hermione é outra: quem será o homem que terá a infelicidade de ser dominado intelectualmente pela esposa? Será que ele tem fama ou riqueza que possam fazer contraponto à inteligência dela? Ou será um relacionamento desigual, em desfavor dele?
Pelo menos nos livros, todos os personagens admiram e respeitam a inteligência de Hermione, e não há problema com quem ela escolhe para se relacionar. Ao final, ela escolhe Ron, e o máximo que ele tem a oferecer ao casamento é pertencer a uma família de sangue puro – o que, nas circunstâncias do final da série de livros, não tem importância alguma.
Pela ótica machista, o relacionamento entre Ron e Hermione é desigual, e ele está se rebaixando em relação a ela (mais pobre, menos inteligente, menos famoso). Porém, estamos julgando os livros repetindo os velhos padrões machistas, negando a possibilidade de um casamento “desigual” quando a mulher está em posição superior à do marido. E estamos negando a uma mulher o direito de ter vida afetiva quando é inteligente e gosta de estudar. E estamos negando a um homem não tão inteligente quanto a namorada o direito de se casar com ela sem ser xingado ou perder status por isso.
O dilema de Hermione, na verdade, é o dilema de qualquer mulher minimamente inteligente nos dias atuais. Ela é cobrada incessantemente: negam a ela o direito a vida afetiva, ou defendem a sua solidão até que encontre o parceiro “perfeito”, que necessariamente deverá ser mais que ela. Com isso, forçamos as mulheres a escolher entre estudar e cultivar a inteligência, ou ter vida afetiva. Essas não são situações opostas, e não deveriam ser tratadas dessa forma, pois limitam as possibilidades de felicidade das mulheres.

Fonte Cynthia Semíramis

Período Napoleônico: esquema e exercícios


Quadro de Jacques-Louis David

Abaixo segue esquema/resumo da aula aplicada na turma de 8ª ano (7ª série) junto com alguns exercícios. O texto é bem simples, mas o intuito é fazer com que a partir da leitura desse esquema/resumo, o aluno possa relembrar o que foi visto em sala de aula e fixar melhor as idéias. O esquema também pode ser (e foi) utilizado para explicar o assunto em sala de aula.

Versão do esquema em doc. é só clicar aqui.

Fontes:
Livro didático Construindo Conciências. Editora Scipione.

Trabalho com música: Período Napoleônico

Mais uma atividade envolvendo análise de paródia.
Esse tema, Período Napoleônico, já foi tratado aqui no blog, postado em forma de esquema e exercícios.
Agora uma proposta de abordagem diferente, que pode ser unida ao que já foi publicado ou a outras ideias do professor(a) que for estudar o assunto com a turma da 8ª série.

Abaixo deixo a letra e áudio para apreciação e download.

Período Napoleônico
Música original: Diana (Jerry Adriani)

Não te esqueças, por favor.
Cônsul é Napoleão.
Burguesia quem deixou
E acabou revolução.

E depois imperador, ele vai se transformar.
E aumentar o poder da França.

Homem (povo) nenhum pode comprar o inglês.
E sem vender lá vão perder prosperidade.
Mas Portugal comprou e João fugiu.
E na Rússia tanto frio ninguém viu.

Reunidos em Viena.
Monarquia vai voltar.
E acabar o poder da França.

(Repete tudo)

Download letra: aqui.
Download música: aqui.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Estatuto é pra valer! - artigo da Ministra Luiza Bairros

O Estatuto da Igualdade Racial completa um ano de sua sanção. Nesse breve tempo, podemos avaliar que não se tratava de documento cujo impacto promoveria de imediato a redenção dos negros, como queriam alguns, tampouco era um papel sem consequências como pensavam seus críticos.

Parte da frustração que acompanhou a sanção do Estatuto pode ser atribuída à conclusão das negociações parlamentares, após 10 anos de tramitação no Congresso. As pesquisas mostram (a última, do DataSenado, divulgada semana passada) que a maioria da população brasileira aprova o instrumento das cotas, suprimido na versão negociada do texto da lei.

Se as cotas produziam tensão entre os setores conservadores, criando obstáculos à tramitação do projeto, sua retirada do texto não foi compensada por um amplo acordo político em torno de uma agenda de implementação do Estatuto, que expressasse as legítimas demandas da população negra, em benefício, frise-se, do fortalecimento da democracia.

Logo que as modificações na lei do divórcio entraram em vigor, também em 2010, casais procuraram os cartórios, buscando beneficiar-se dessas alterações. No dia seguinte à sanção do Estatuto da Igualdade Racial, nada rigorosamente aconteceu. Isto significa que as mudanças por ele introduzidas não causam impacto nas instituições, nem afetam a vida de milhões de mulheres e homens brasileiros? De modo algum. Significa que cumprir as obrigações desta lei exige, entre outras medidas, investimento pesado e de longo prazo na mudança dos referenciais da ação pública. Isto inclui a capacitação dos gestores, de modo a alterar padrões culturais arraigados, superar práticas desumanizadoras, naturalizadas e internalizadas desde o Brasil colônia. Não se revertem estigmas de longa duração por mera formalização de direitos, sabemos todos.

De acordo com o artigo 56 do Estatuto, as políticas de ação afirmativa e outras políticas públicas, que tenham como objetivo a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, devem ser observadas nos Planos Plurianuais (PPAs) e orçamentos da União.

Durante a elaboração do PPA 2012-2015, o primeiro sob a égide da Lei 12.288/10
que instituiu o Estatuto, a Seppir empenhou-se para que os objetivos e iniciativas de governo incorporem tais desafios. Mais um importante passo para que as desigualdades raciais sejam reconhecidas e abordadas na agenda governamental.

Qualquer que seja o resultado final, avanços podem ser contabilizados. O diálogo com gestores e técnicos dos ministérios que executam as políticas públicas apontou caminhos. A criação de um ambiente institucional, livre de preconceitos, abriu novas possibilidades para um tema ainda marginal à gestão pública.

Muitas vezes não atentamos para a riqueza e a irreversibilidade de processos políticos, simplesmente porque seus resultados não são imediatamente palpáveis. A elaboração do PPA 2012-2015 pôs em movimento, sem dissimular tensões, uma percepção da realidade brasileira abrangente o suficiente para incluir o enfrentamento ao racismo. Assim, a Seppir busca conferir nova feição aos planos de governo, projetando em seu horizonte pessoas concretas, com suas referências históricas e culturais.

Considerando ainda o objetivo de implementação do Estatuto da Igualdade Racial, instituímos através de portaria um grupo interministerial, o qual deverá, num prazo de 120 dias, propor outras ações necessárias à efetividade das políticas ali previstas.

Embora ainda distante das práticas administrativas cotidianas, o conteúdo do Estatuto tem pautado nossos diálogos intragovernamentais e com setores expressivos da sociedade desde o início do governo Dilma Rousseff. Ao lançar a campanha “Igualdade racial é pra valer”, a Seppir quis evidenciar que a legislação anti-racista não é apenas um pano de fundo correto e justificador de nossas melhores intenções. Os agentes públicos e privados são convidados, este tem sido o mote de nossas conversas, para fazer valer, no mundo real, o princípio da igualdade.

Luiza Bairros
Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
República (Seppir/PR)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Blog: Fonte Primária

Serviço de pesquisa em jornais brasileiros e de língua inglesa, a partir do final do século XIX. Voltado para estudantes, professores(as) e pesquisadores(as) em geral.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Oito motivos para apostar nos livros


Dia Internacional Nelson Mandela

Fonte : ANGOP
ONU reconhece a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade Luanda – 18 de Julho, pela segunda vez, o Dia Internacional Nelson Mandela, instituído em Novembro de 2009 pela Assembleia-Geral da ONU, devido à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura da paz e da liberdade.
Por consenso dos 192 países membros, a ONU determinou que, a partir de 2010, se passe a celebrar o Dia Internacional de Nelson Mandela, na data do aniversário do dirigente negro que, em 1993, partilhou o Prémio Nobel da Paz com o seu compatriota sul-africano Frederik de Klerk.
A Assembleia-Geral decidiu assim reconhecer, o primeiro da organização a um indivíduo, a contribuição fundamental de Mandela, nascido em 1918 na pequena vila de Mvezo, para a resolução dos conflitos, a liberdade no mundo e a promoção das boas relações entre todos os grupos étnicos.
Reconheceu também a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade na resolução de conflitos, relações entre raças, promoção e protecção dos direitos humanos, reconciliação, igualdade entre os sexos e os direitos das crianças e de outros grupos vulneráveis.
Numa mensagem, por ocasião da data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considera Nelson Mandela “um combatente da liberdade, um prisioneiro político, um pacifista e um presidente. Curador de nações e mentor para gerações (…) Nelson Mandela é um símbolo vivo de sabedoria, coragem e integridade”.
“Ao celebrarmos seu 93º aniversário e o segundo Dia Internacional Nelson Mandela, me junto a fundação Nelson Mandela para incentivar as pessoas e todo o mundo a fazerem 67 minutos de serviço comunitário durante o Dia Internacional Mandela – um minuto para cada do serviço prestado por Mandela para a humanidade”, apela Ban Ki-Moon.
“O próprio Nelson Mandela disse certa vez: “Nós podemos mudar o mundo e torná-lo um lugar um lugar melhor. Está em nossas mãos fazer a diferença”, cita o secretário-geral, apelando as pessoas a tornar realidade esta mensagem.
No documento Ban Ki-Moon diz que “a melhor forma de agradecer Nelsom Mandela pelo seu trabalho é agir e inspirar a mudança”.
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de Julho de 1918 na cidade de Transkei é filho de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny. Coordenou, em 1961, uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em Agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.
Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 70, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de Fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.
No mesmo ano se candidatou a presidente da África do Sul e foi eleito, exercendo o cargo de 1994 a 1999.
Como presidente do CNA (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Após o fim do mandato de presidente, Mandela recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª, a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Nelson Mandela recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias à cooperação internacional (1992), Ordem ao mérito do Reino Unido (1995), Prémio Lenin da Paz (1962), Prémio Internacional Simón Bolívar (1983) e Prémio Nacional da Paz (1995)
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública.

A medicina entre a ciência e a fé.

No século XVI, era comum dizer que as doenças eram provocadas pelo diabo ou por feitiços de inimigos. Receitavam-se poções variadas, mas em muitos casos os curandeiros conheciam o valor medicinal de plantas e ervas.
A prática da medicina, na vida cotidiana dos menos favorecidos, estava muito ligada a um saber empírico misturado com religião; presumia-se que os fenômenos biológicos, assim como as manifestações da natureza (tempestades, secas, etc.) dependiam da vontade de Deus. Se havia uma epidemia, por exemplo, o melhor remédio era rezar, fazer jejuns ou procissões dedicadas a Deus e aos santos.
Mas nem toda medicina da época era mágica ou subordinada à religião. Desde a Antiguidade grega, nos séculos V e IV A. C.; Hipócrates e Aristóteles se dedicaram muito ao estudo do corpo humano, sua anatomia e seus humores. Durante a Idade Média, boa parte desses conhecimentos se perdeu, embora tenha sido recuperado e aprimorado pelos muçulmanos. Avicena, por exemplo, filósofo e médico persa que viveu entre os séculos X e XI, tornou-se seguidor das teorias dos gregos Hipócrates e Galeno, cujos conhecimentos acabaram influenciando os estudiosos europeus. Na península Ibérica, em particular, foi grande a contribuição dos médicos muçulmanos e judeus.
Os estudos médicos e as descobertas biológicas da época moderna eram vistos com desconfiança pela Igreja. Muitos temiam as perseguições inquisitoriais por se dedicarem ao estudo científico. um exemplo desse receio encontra-se na dissecação de cadáveres, que acabou se tornando comum no estudo da Medicina, mas naquela época era condenada. Leonardo da Vinci, grande artista e sábio do renascimento, era um dos que praticava a dissecação de cadáveres em seus estudos de anatomia.

100 Filmes Que Você Precisa Assistir (Por Márcio Paim)

Durante a entrevista para o Bikodisse, o Historiador Márcio Paim deixou para tod@s @s Bikud@s uma lista de 100 filmes que ele indica por tratarem de questões raciais e históricas.

Vale à pena conferir. Boa sorte!


  1. MALCOLM – X
  2. UM GRITO DE LIBERDADE (A HISTÓRIA DE STIVE BIKO)
  3. PANTÉRAS NEGRAS (BLACK PANTER)
  4. A COR PÚRPURA
  5. MISSISSIPI EM CHAMAS
  6. A OUTRA FACE AMERICANA
  7. BELEZA AMERICANA (EXCELENTE CRÍTICA AO CAPITALISMO)
  8. ASOKA (A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO IMPÉRIO INDIANO)
  9. SPARTACUS
  10. ALEXANDRE, O GRANDE
  11. TRÓIA
  12. MEU NOME É RÁDIO
  13. OS ACORRENTADOS
  14. FRIDA
  15. DIÁRIO DE MOTOCICLETA (A EXCURSÃO DE CHE GUEVARA NA AMÉRICA LATINA)
  16. O HOMEM QUE COPIAVA
  17. DIÁRIO DE UMA LOUCA (EXCELENTE FILME)
  18. CLEÓPATRA
  19. FIDEL
  20. RAY (A HISTÓRIA DE RAY CHARLES)
  21. PATRICE LUMMUMBA (SEM TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS)
  22. FAÇA A COISA CERTA – SPIKE LEE
  23. FEBRE NA SELVA – SPIKE LEE
  24. DO QUE AS MULHERES GOSTAM
  25. JULIO CÉSAR
  26. CALÍGULA
  27. ALEIJADINHO
  28. CARANDIRU
  29. SHAFT (SAMUEL JACKSON)
  30. FILADÉLFIA
  31. CIDADE DE DEUS
  32. OS SETE PECADOS CAPITAIS
  33. OLGA
  34. DOMÉSTICAS
  35. ALÍ, O ETERNO
  36. O POÇO E O PÊNDULO (SOBRE A HISTÓRIA DA INQUISIÇÃO)
  37. LUTERO (TAMBÉM SOBRE A HISTÓRIA DA INQUISIÇÃO)
  38. CONDE DE MONTE CRISTO
  39. HUNRRYCANE, O FURACÃO (DENZEL WASHINGTON)
  40. HOTEL RUANDA
  41. FOREST GUMP, O CONTADOR DE HISTÓRIAS
  42. PEAL HABOR (HISTÓRIA DO BOBARDEIO JAPONÊS À BASE AMERICANA)
  43. NA ROTA DOS ORIXÁS
  44. QUILOMBOS DA BAHIA (ANTÔNIO OLAVO)
  45. A LISTA DE SCHINDLER
  46. O APRENDIZ
  47. COACH CARTER (SAMUEL JACKSON)
  48. OSAMA (SOBRE O REGIME TALIBÃ NO AFEGANISTÃO)
  49. TIROS EM COLUMBINE (MICHAEL MOORE)
  50. FIRERIGHT (MICHAEL MOORE)
  51. PELÉ, O ETERNO
  52. UM ATO DE CORAGEM (DENZEL WASHINGTON)
  53. PAIXÃO DE CRISTO (MEL GIBSON)
  54. TODOS ABORDO
  55. GLADIADOR
  56. UMA MENTE BRILHANTE
  57. AUGUSTUS
  58. DEUS É BRASILEIRO (COM ANTÔNIO FAGUNDES)
  59. VOLTANDO A VIVER (DENZEL WASHINGTON)
  60. HOMENS DE HONRA
  61. AMISTAD
  62. A QUEDA (AS ÚLTIMAS HORAS DE HITLER)
  63. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
  64. CHAMAS DA VINGANÇA (DENZEL WASHINGTON)
  65. SARAJEVO (A HISTÓRIA DA GUERRA DA BÓSNIA)
  66. O PIANISTA
  67. GLAUBER O FILME, LABIRINTO DO BRASIL
  68. A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO
  69. AS INVASÕES BÁRBARAS
  70. AS CRUZADAS
  71. BLUMAS DE AVALON
  72. JOANA D’ARC
  73. REDENÇÃO
  74. A PROCURA DA FELICIDADE
  75. FALA TU
  76. ELAS ME ODEIAM , MAS ME QUEREM. (SPIKE LEE).
  77. NASCIDOS EM BORDÉIS.
  78. NAUREMBERG
  79. CRASH, NO LIMITE.
  80. MAR ADENTRO.
  81. BAGDÁ CAFÉ
  82. 8 MILES
  83. EM MINHA TERRA
  84. LONDON.
  85. CÓDIGO DAS RUAS (SPIKE LEE)
  86. O JARDINEIRO FIEL
  87. A FAMÍLIA DA NOIVA
  88. O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN.
  89. PLANO PERFEITO (SPIKE LEE).
  90. BUENA VISTA SOCIAL CLUB
  91. XÁLA (SEMBENE OUSMANE)
  92. CEDDO (SEMBENE OUSMANE)
  93. CAMP THYAROY (SEMBENE OUSMANE)
  94. EMITAI (SEMBENE OUSMANE)
  95. FILHAS DO VENTO
  96. TIROS EM RUANDA
  97. AOS OLHOS DE DEUS
  98. ESTRADA PARA GLÓRIA.
  99. DIAMANTE DE SANGUE
  100. O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA