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segunda-feira, 25 de julho de 2011

25 de Julho - Dia da Mulher Afro Latino e Caribenha


O dia 25 de julho é um marco na história das mulheres negras. Este dia foi instituído em 1992 na República Dominicana, quando mulheres negras de mais de 70 países se reuniram para discutir estratégias de enfrentamento a opressão de gênero, étnico racial e seus desdobramentos, como o racismo, o sexismo e as demais desigualdades raciais e sociais.

Foi um momento histórico e importante que temos que comemorar, afinal avançamos em muitas conquistas, no entanto o Relatório das Desigualdades de Gênero - Mulheres, Poder e Decisão, nos lembra que 19 (dezenove) anos depois de instituído este dia no Brasil, as mulheres negras continuam sendo as mais prejudicadas pela desigualdade de uma sociedade dita democrática.

Os avanços são muito lentos, analisemos os dados abaixo:

- mulheres negras têm menor acesso aos exames ginecológicos preventivos: 37,5% nunca fizeram exame de mama (mulheres brancas 22,9%), 40,9% nunca fizeram mamografia (mulheres brancas 26,4%), 15,5% jamais fizeram o Papanicolau (mulheres brancas 13,2%);

- mães de crianças negras têm maior probabilidade de falecer por mortalidade materna. Morrem por dia cerca de 2,6 mulheres afrodescendentes por causas maternas (mulheres brancas, 1,5 por dia);

- mães de crianças negras têm menor acesso ao exame pré-natal, somente 42,6% fizeram mais de sete exames (mulheres brancas 71%), as mulheres negras também sofrem com atendimento discriminatório no sistema de saúde, mostrando a existência do racismo institucional.

As mulheres negras continuam sendo desrespeitadas em relação aos seus direitos básicos de viver com dignidade. A constituição de 1988 garante igualdade de direitos, mas infelizmente temos o desprazer de continuar sendo as maiores vítimas da falta de políticas públicas que atendam as nossas necessidades básicas.

Estamos ausentes nas políticas de saúde, ausentes nas políticas de educação, ausentes nas políticas de emprego e renda, ausentes nos espaços de representação da política. Com certeza precisamos nos organizar e discutir soluções para todos os problemas que nos aflige, caso contrário continuaremos conjugando o verbo da indignação, e este sozinho não vai resolver nossas questões urgentes.

Nós estivemos no juntas no dia 22 de julho comemorando este momento no Seminário de Políticas de Creches, que temos certeza trará benefícios concretos, como mais oportunidades de empoderamento e autonomia para mulheres negras e da periferia de Salvador.

A todas as mulheres negras desejamos um dia de alegria e comemoração, mas também um dia de muita reflexão, discussão e planejamento para que possamos lutar por nossos direitos de forma efetiva e alcançar a verdadeira igualdade e democracia racial.

Viva as Mulheres Negras! O segmento humano mais revolucionário do planeta.

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