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sábado, 16 de julho de 2011

A ALQUIMIA RÚSTICA - A HERANÇA DA SABEDORIA ANCESTRAL PELA TERAPIA DAS ERVAS E DOS AMULETOS



A medicina rústica africana chegou ao Brasil com a sabedoria e a ancestralidade dos povos sudaneses e bantos que através da tradição secular contribuíram muito na medicina popular com seus tratados alquímicos e manipulações artesanais de elementos da própria Mãe Natureza.

Dentre muitos desses elementos, buscaram principalmente no encanto das ervas, raízes, folhas e sementes, misturados às práticas rituais e religiosas, a terapia e a cura para muitos males, inclusive os do espírito.

Além disso, trouxeram também, como reminiscência, a magia dos banhos de purificação, gorduras animais para fricções, ungüentos aquecidos, grande volume de macerados e infusões, cataplasmas, vomitórios, purgatórios, defumação médica e espiritual, banhos quentes, tônicos, suadouros, sarjaduras e emolientes, afrodisíacos, vermífugos e grande variedades de temperos e aromas.

A medicina rústica africana poderá ser entendida como um corpo de conhecimentos e práticas médicas, que se desenvolveu numa dinâmica própria, com base na sabedoria dos ancestrais.

Trata-se de uma medicina sincrética, que envolve componentes herdados da medicina dos antepassados que vão sendo reinterpretados e adequados às realidades do presente, somados a elementos resultantes de influências indígenas e européias.

Com a chegada ao Brasil dos primeiros africanos de origem banto e sudanesa, oriundos de regiões localizadas abaixo do Equador, começaram os contatos destes com os indígenas, que foram passando seus conhecimentos sobre as plantas nativas e os papéis que as mesmas desempenhavam em seus rituais religiosos e de cura. A partir dai os negros passaram a usá-las, também, em suas reuniões religiosas.

Pode-se considerar que as plantas empregadas na medicina popular e nos sistemas de crenças afro-brasileiros desempenham duplo papel: religioso e terapêutico.

É tal a importância das plantas nesses sistemas de crenças, que sem elas, certamente tais religiões não existiriam.

E é exatamente o preto-velho curandeiro que, a partir do século XVII, já influenciado pelo sincretismo religioso quem vulgariza o uso das ervas nas rezas, benzeduras, defumatórios e banhos de purificação e na medicina folclórica do Brasil; todos estes artifícios aliados aos passes, orações, além dos bentinhos, medalhas, patuás, crucifixos, escapulários colocados junto aos doentes. Tradição e herança culturais que se preservam até os dias de hoje.

Nos rituais afro-brasileiros as plantas desempenham papéis específicos dentro dos mesmos, visto que tais papéis sugerem estar estreitamente relacionados com os princípios ativos presentes nas plantas, os quais são responsáveis pelas atividades biológicas desencadeadas após serem consumidas. Nessas situações as plantas de ação psicoativa podem estar relacionadas com os transes de possessão, embora saibamos que outros elementos estão presentes, tais como o som dos atabaques, a dança, o canto, as palmas repetidas, elementos esses que se interagem envolvendo os participantes e propiciando aos médiuns as incorporações a que estão sujeitos.

É, portanto, somente sob a ótica da Etnofarmacobotânica e da Etnofitoterapia que poderemos compreender o papel das plantas e os seus significados na Cultura Popular Brasileira.

LINK:


http://www.narueji.hpg.com.br
Belo site de Narueji com lindas fotos de ótima qualidade sobre folhas que são utilizadas no Candomblé e/ou na medicina popular.

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