JONGO - O DESAFIO DE UMA HERANÇA
Ao serem trazidos para o Brasil, os negros trouxeram como bagagem suas práticas sociais, entre elas: a música, a dança e a religião. A música, para eles, tinha conotação tanto religiosa como festiva e geralmente era associada a dança e ao canto.
É evidente, que com o passar do tempo, todas estas práticas foram sofrendo modificações ou ajustes, uma vez que, foram mescladas com a cultura do povo que aqui já habitava, passando então, a abordar novos temas. Também foram utilizados para estas evoluções, instrumentos europeus e indígenas, pelo seu fácil acesso e, sobretudo, foi adotada a língua portuguesa, como língua de expressão.
Uma dessas práticas foi o jongo - uma das mais ricas heranças da cultura negra presente em nossa cultura popular para celebrar São Benedito e os ancestrais negros.
O jongo era uma "brincadeira", uma dança de roda dos antigos escravos, permitida pelos senhores, já que outros ajuntamentos dos negros, para os brancos, poderiam resultar em movimentos revoltosos. Como o jongo era uma herança trazida da África, os velhos jongueiros transmitiam a tradição aos seus descendentes e, assim, preservou-se essa expressão folclórica até os dias atuais da qual participam homens, mulheres e crianças.
Jongo é, portanto, uma dança de origem afro-brasileira, da mesma raíz do batuque, ambos ancestrais do samba e do pagode. O Jongo nasceu nas terras por onde andou o café. Surgiu na Baixada Fluminense, subiu a Mantiqueira e se espalhou pelo litoral Atlântico até o Sul da Bahia.
Na dança participam homens e mulheres alternados. No centro da roda, se posiciona um jongueiro que canta sua canção, o “ponto”, que pode ser cantado, rezado ou murmurado. Os participantes respondem em coro, com compassos fortes, fazendo movimentos laterais e batendo palmas, nos seus lugares. O jongueiro improvisa passos movimentando todo o seu corpo.
O instrumental é geralmente composto por percussão e instrumentos de folhas de flandres.
O jongo tem início sempre com uma louvação, acompanhada com muito respeito por todos os participantes, porém não é uma prática fetichista ou ritual.
As melodias são contruídas com o uso de poucos sons. O jongo tem início sempre com uma louvação, acompanhada com muito respeito por todos os participantes.
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