O costume de se escravizar seres humanos já era antigo, e já existia na África, entre nações africanas inimigas. Os exploradores espanhóis e lusitanos aderiram ao costume, vendo nele um negócio lucrativo para a economia européia durante a colonização. Na África, homens e mulheres, crianças, antes livres; guerreiros, artesãos, caçadores, príncipes e reis e soberanos africanos, eram capturados, por ataques planejados, acorrentados e embarcados nos porões dos tumbeiros para o Novo Mundo. Eram trazidos do Sudão, de Serra Leoa, da Guiné, da Costa do Marfim, da Nigéria, do Congo, de Angola, de Moçambique. Eram etnias diferentes, pessoas que falavam línguas diferentes, que tinham costumes diferentes e que adoravam deuses diferentes. Durante 400 anos, toda a economia do Brasil foi sustentada pelo trabalho escravo. Os maus tratos e a noção de que tais pessoas eram menos do que humanas eram a regra. Todavia, aos poucos, a Alma Africana foi se fundindo com a Alma luso-indígena, tanto em termos culturais, quanto em termos biológicos. Surgiu então uma cultura brejeira e houve um tempo em que a população negra e mulata do Brasil era quase três vezes superior à população mais nitidamente caucasiana. Era a afrodescendência formando a base étnico-cultural do Brasil. O ritmo musical africano, alegre e lúdico, produziu uma infinidade de formas artísticas brasileiras, antes não existentes na África. A culinária sagrada africana, toda ela voltada para os deuses, para os Orixás, entidades dos elementos e forças criadoras-ancestrais, tornou-se profana e se somou à culinária indígena do milho, da mandioca e do peixe, produzindo iguarias gastronômicas inigualáveis. A influência africana produziu ainda modificações mais acentuadas na língua nativa, criando uma forma de português tupinizado e africanizado peculiar ao Brasil. Todo brasileiro nativo tem, na cor da sua pele, e na sua ginga corporal ou mental, a presença indisfarçável de nossos ancestrais negros. O folclore, as artes, a literatura, a forma poética de falar, a postura física, a morenice, o suingue, a tendência carinhosa e informal de falar empregando diminutivos, tudo isto é o pedaço africano da nossa Alma Brasileira, algo que está totalmente enraizado em nosso corpo etérico, por destino dos Deuses. Nossa alma africana nos ensina, por exemplo, a dignidade e a alegria mesmo diante do sofrimento e do preconceito.
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Enfim assuntos sobre o passado e sobre nosso cotidiano relacionado à História do Brasil e do Mundo.
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