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sábado, 16 de julho de 2011

CURIOSIDADES SOBRE A CULTURA AFRICANA E AFRODESCENDENTE



O comércio de escravos trouxe para o Brasil negros de diversas regiões da África para o serviço nas plantações e nos engenhos de açúcar. Quanto às áreas de origem, dois grupos se destacaram: Os bantus e os nagôs(sudaneses) que, efetivamente, a partir de 1530, começou a formar a população brasileira de afro-descendência.

Bantu é um grupo lingüístico e inclui 274 línguas e dialetos afins. Os bantus, povos rurais, provenientes de Angola, Moçambique e Congo, subdividiam-se em: cambindas, benguelas, congos e angolas. Eram, em sua maioria, agricultores, mas também viviam da caça e da pesca, e conheciam a técnica da metalurgia. Formaram o Reino do Congo que dominava grande parte do noroeste do continente africano. No Brasil, se estabeleceram em MG, GO, RJ E SP.

Nagô ou iorubano era todo negro da Costa dos Escravos que falava ou entendia o Iorubá - uma língua cantada, que deu origem ao sotaque baiano. Os nagôs vieram das regiões da África Ocidental que compreende, atualmente, a países como Sudão, Nigéria, Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Guiné e Togo.

Os Malês eram povos islamizados de hábitos refinados, provenientes das tribos do norte da Nigéria. Os Alufás ou Mestres Malês encarregavam-se da transmissão da doutrina Islâmica, bem como do ensino da língua e escrita árabes.

Na África, os Jeje eram os povos Ewe e Fon. A palavra Jeje com origem no do Iorubá "adjeje" significa forasteiro, porém recebeu também uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis deDaomé. Reino esse situado onde hoje é a República do Benin que obtinha lucro, colaborando com o tráfico de escravos. Quando os daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram-nos como inimigos. O que passou a ser chamado de nação Jeje no Brasil é o candomblé formado por povos da região de Daomé.

Durante a escravidão no Brasil, os africanos já aculturados eram chamados de "ladinos". Trabalhavam na casa-grande, realizando tarefas domésticas, onde recebiam um tratamento melhor, e entendiam e falavam o português. Os escravos chamados "boçais" eram os recém-chegados da África e costumavam ser utilizados no trabalho pesado. Além de ensinar a língua, os costumes do branco e informar sobre o sincretismo nos cultos religiosos, os ladinos ensinavam aos boçais a técnica e a rotina do plantio da cana e do fabrico do açúcar.

As escravas também trabalhavam na roça desde pequenas, catando ervas e enfeixando a cana. Nos engenhos moíam a cana e coziam o melado. Na casa-grande realizavam as tarefas domésticas: cozinhavam, lavavam, costuravam e arrumavam. Na senzala, cuidavam dos maridos e filhos. Algumas escravas eram, também, parteiras ou conheciam os segredos das plantas para curar mazelas e doenças, tornando-se benzedeiras ou curandeiras.

Com o crescimento da população e da economia urbana, os escravos passaram a ser utilizados em outras funções nas cidades. Empregados ou alugados por seus senhores para produzir, vender ou prestar serviços a terceiros, eram osescravos de ganho. Para complementar o orçamento doméstico de seus senhores, as escravas saíam da cozinha para as ruas com comida feita em casa para ser vendida. Eram as vendedoras ambulantes. Outras, transformavam-se em amas-de-leite, damas de companhia, lavadeiras. Os escravos transformavam-se em ajudantes de armazéns, quitandas e lojas, alfaiates, barbeiros, barqueiros, carpinteiros, carregadores, cavalariços, marceneiros, pedreiros, sapateiros, quitandeiros e vendedores ambulantes.

A escravidão foi extinta em 1888, mas sua herança permaneceu na sociedade brasileira, na forma de discriminação racial, social e econômica de negros, mulatos e pobres em geral. Os negros encontraram dificuldade para integrar-se à sociedade brasileira após a abolição da escravatura. As reformas agrária e educacional que os abolicionistas pregavam não aconteceram e o acesso dos negros à escola e à terra se tornou difícil. No mercado de trabalho, havia a concorrência com os imigrantes europeus.

Com os negros, o processo de desagregação do universo de representações foi muito mais violento. Embora o ambiente geográfico brasileiro fosse mais semelhante ao africano que o europeu, a escravidão destruiu completamente o mundo tribal, ao mesmo tempo em que dificultou o desenvolvimento de novas formas de sociabilidade espontânea. Além do mais, reuniu representantes das mais diversas culturas tribais (que, inclusive, não falavam a mesma língua de origem). Apenas em algumas cidades, onde, com o tempo, concentraram-se grandes massas de escravos e libertos, foi possível reunir grupos de origem semelhante, e, através do contato permanente com a África (importações de escravos), reconstituiu-se parte da cultura original, com a organização dos cultos africanos.

No decorrer do século XX, surgiram inúmeros movimentos e entidades para defender os direitos da população negra e lutar por cidadania plena. Um dos grandes símbolos dessas manifestações é Zumbi, o maior líder do Quilombo dos Palmares. O dia de sua morte, 20 de novembro, foi transformado em Dia Nacional da Consciência Negra.

Na formação do idioma falado no Brasil, os negros contribuíram não apenas com algumas palavras que enriqueceram o vocabulário, mas também e principalmente com a maneira e ginga de falar, com o jeito aberto e espontâneode pronunciar as palavras.

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