Você encontra aqui conteúdos da disciplina História e Cultura Afro- Brasileira para estudos e pesquisas, como também, assuntos relacionados à Política, Religião, Saúde, Educação, Gênero e Sociedade.
Enfim assuntos sobre o passado e sobre nosso cotidiano relacionado à História do Brasil e do Mundo.








Seguidores


Visitantes

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Fazer-se da Classe Operária no Brasil

A visão tradicional é que a formação da classe operária é um fenômeno puramente econômico, associado ao surgimento da indústria. Entretanto, considerar classe como efeito mecânico da estrutura implica, necessariamente, em desconsiderar que os trabalhadores em si tivessem interesses coletivos construídos na experiência comum.

A classe operária no Brasil se desenvolveu logo após as profundas transformações mundiais impostas pela Grande Guerra e pela Revolução Russa. Desde o século XIX, porém, já começava a aparecer uma considerável camada proletária, sobretudo no eixo Rio – São Paulo.

No início do século XX, o trabalhador urbano vivia em péssimas condições. Não havia leis trabalhistas, e cada fábrica possuía o seu próprio código de normas. Como forma de defesa, os trabalhadores começaram a se unir em ligas de auxílio mútuo, e a realizarem comícios, passeatas e, sobretudo, greves. Nesse contexto as idéias anarquistas e socialistas começaram a ganhar destaque.

Os anarquistas, baseados nas considerações de Bakhunin, defendiam a idéia de que a liberdade é necessariamente coletiva, e só poderia se realizar em uma sociedade igualitária e solidária. Entendiam que a autoridade estatal nasce de uma minoria, e sempre que o Estado tentasse impor algo, sua ação seria nefasta, pois estaria sobrepujando a liberdade.

No Brasil, os anarquistas defendiam a eliminação do poder da Igreja e da classe dominante, a destruição da burguesia e do Estado, o fim das desigualdades sociais e a supressão do capitalismo. Para isso propunham a luta operária por meio de greve geral. Eram contra qualquer instituição partidária, o que os colocava fora do jogo político. Por todo o país defendiam a organização de sindicatos, pois entendiam que seria mediante esses órgãos que se daria a luta operária, entretanto, no futuro deveriam ser extintos. A partir dos anos 20, porém, os anarquistas estavam enfraquecidos devido a falta de coesão entre os sindicatos, e o ideário foi então, dando lugar à crescente ideologia comunista. Os líderes anarquistas logo perceberam a necessidade de se organizar e, tão logo tiveram contato com as idéias marxistas, e com o intuito de centralizar o movimento operário, se reuniram e fundaram, em 1922, o primeiro partido nacional (só haviam regionais) o Partido Comunista do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário