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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Conservação e Restauração



É comum usarmos o termo Restauração de forma genérica, englobando uma série de procedimentos no cuidado dos bens culturais. Porém há definições que especificam mais detalhadamente as diferentes formas de atuação. Beatriz R. Restrepo, apresenta um quadro (abaixo) que diferencia o caráter de cada intervenção:


Fonte: www.conservacao-restauracao.com.br (Acessado em 26/09/2010)

Ampliando a área de atuação sugerida por Restrepo, consideraríamos que atuam na Preservação, por exemplo, os que trabalham pela criação de leis de proteção do Patrimônio. Entre a Preservação e a Conservação, podemos citar ainda a Conservação Preventiva - termo mais recente, que classifica uma intervenção indireta: a atuação é no meio ambiente, prevenindo as deteriorações através da adaptação das condições externas - temperatura, umidade, iluminação, qualidade do ar, etc. - de forma a favorecer aos materiais constitutivos da obra. A Conservação incluirá, além dos cuidados com o ambiente, o tratamento dos elementos físicos (da matéria) da obra, visando deter ou adiar os processos de deterioração.

A Restauração, além de incluir os procedimentos de Conservação - uma vez que esses dois aspectos estão interligados, atua especificamente nos valores históricos e estéticos da obra de arte, restituindo esses valores tanto quanto possível. Considerando serem exatamente esses valores, históricos e estéticos, o que confere à obra a qualidade de obra de arte, e sendo cada obra um exemplar único, a prática da Restauração exige uma formação bastante específica e criteriosa.Em tempos remotos, a restauração era realizada, em geral, por artistas ou por pessoas com "habilidade manual"... essa prática gerou danos, por vezes, irreparáveis! O respeito pela autenticidade da obra e a noção de ser a restauração um momento de interpretação crítica é um conceito moderno.

Cesare Brandi, grande teórico da Restauração, chama a atenção para as duas polaridades a serem consideradas na obra de arte: a estética e a histórica. Como princípio, estabelece que:

"A restauração deve dirigir-se ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, sempre que isto seja possível, sem cometer uma falsificação artística ou uma falsificação histórica, e sem apagar as marcas do transcurso da obra de arte através do tempo"

Essas mudanças são fruto de uma compreensão importante: a noção de nossa temporalidade. Sabemos que as decisões que tomamos hoje, a cerca de uma restauração a ser feita, são movidas pelo que pensamos, conhecemos e pelo gosto estético de hoje. Porém, a obra perdurará... A busca pela mínima intervenção e pela utilização de materiais reversíveis, bem como a documentação do processo, objetivam viabilizar futuras intervenções necessárias, quiçá com uma tecnologia melhor e um conhecimento mais aprofundado.

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