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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Império Bizantino e o Mundo Árabe

Império Bizantino


O Império Bizantino surgiu em meio à crise que passava o Império Romano no século IV, quando o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes, o Império Romano do Ocidente com capital em Roma e o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla. No final do século V, as invasões dos povos bárbaros haviam destruído e fragmentado o império ocidental, enquanto no oriente o poder manteve-se centralizado.


A cidade de Constantinopla era a capital do Império Bizantino e se localizava no estreito de Bósforo entre o Mar de Mármora e o Mar Negro. Localizada entre a Europa e a Ásia, era o destino final de importantes rotas comerciais vindas da Ásia e o destino inicial de rotas comerciais para a Europa. Favorecia o intercâmbio cultural e comercial de todas as sociedades desenvolvidas da época.

No governo de Justiniano (527 – 565), o império expandiu seu território que visava recuperar o antigo esplendor vivido pelo Antigo Império Romano, realizando importantes conquistas no norte da África, derrotando os vândalos e posteriormente os ostrogodos na Península Itálica e por último, parte da Espanha após derrotar os visigodos.
Do século VII ao X o Império Bizantino perdeu progressivamente os territórios conquistados e sofreu fortes investidas de outros povos germânicos, de búlgaros e persas.

A recuperação e fortalecimento do Império ocorreram durante o reinado de Basílio II, que derrotou os búlgaros, no entanto, nesse mesmo século XI novas invasões ocorreram, destacando-se os turcos seldjúcidas no oriente médio a partir de 1071.

Governando de forma despótica, Justiniano controlou a vida política, econômica e também a religiosa exercendo forte influência sobre a Igreja, instituindo o “cesaropapismo” e combatendo todas as manifestações contrárias como as “heresias” preocupando a igreja e afetando seu poder.

Mesmo contando com essa aproximação do mundo romano, o Império Bizantino sofreu influência dos valores da cultura grega e asiática. Um dos traços mais nítidos dessa multiplicidade da cultura bizantina nota-se nas particularidades de sua prática religiosa cristã.


Divergindo de princípios do catolicismo romano, os cristãos bizantinos não reconheciam a natureza física de Cristo, admitindo somente sua existência espiritual. Além disso, repudiavam a adoração de imagens chegando até mesmo a liderarem um movimento iconoclasta.

Essas divergências doutrinárias chegaram ao seu auge quando, em 1054, o Cisma do Oriente estabeleceu a divisão da Igreja em Católica Apostólica Romana e Ortodoxa. Dessa forma, a doutrina cristã oriental começou a sofrer uma orientação afastada de diversos princípios do catolicismo tradicional contando com lideranças diferentes das de Roma.

Na Baixa Idade Média, o Império Bizantino deu seus primeiros sinais de enfraquecimento. O movimento cruzadista e a ascensão comercial das cidades italianas foram responsáveis pela desestruturação do Império.

A Quarta cruzada foi responsável pela desagregação do império 1204 a 1261, durante esse período grande parte do território bizantino ficou sob domínio dos mercadores de Veneza.

No século XIV, a expansão turco-otomana na região dos Bálcãs e da Ásia Menor reduziu o império à cidade de Constantinopla. Finalmente, em 1453, os turcos dominaram a cidade e deram o nome de Istambul, uma das principais cidades da Turquia.

Mundo Árabe

A civilização árabe surgiu e irradiou-se a partir da Península Arábica, localizada na Ásia entre o Golfo Pérsico, o Oceano Índico e o Mar Vermelho.

Eles se dividiam em:
Árabes do litoral: povos sedentários que moravam em cidades próximas do litoral como Meca e Yathrib. Dedicavam-se ao comércio;
Árabes do deserto: povos seminômades que vivam em oásis da península. Eram criadores de ovelhas, cabras e camelos e realizam saques e pilhagens.

Até o século VI, os árabes ligavam-se pelos laços de parentesco e por elementos culturais comuns. Falavam o mesmo idioma e possuíam a mesma religião politeísta, adorando centenas de divindades.


Na cidade de Meca havia um templo conhecido como Caaba que reunia as estátuas dos principais deuses. Lá também se encontrava a Pedra Negra venerada pelos árabes que diziam ter sida trazida do céu por um anjo. A cidade, além de centro religioso, era também o principal centro comercial dos árabes.

Em 630, Meca foi conquistada por Maomé (Mohamed), que estabeleceu uma nova religião, monoteísta, denominadaIslamismo. Logo, a nova crença se espalhou pela Arábia e os diversos povos foram se unificando em torno da nova religião. Por meio da identidade religiosa, criou-se outra organização política e social entre os árabes.

A religião islâmica prega a submissão total do ser humano a Alá, o deus único criador do universo. Essa submissão é chamada deIslão e aquele que tem fé em Alá é chamado de muçulmano.

Todos os princípios básicos do islamismo encontram-se reunidos no Corão ou Alcorão que além de normas religiosas inclui preceitos jurídicos, morais, econômicos e políticos que orientam o cotidiano da vida social.

Os princípios básicos do islamismo são:
•Crer em Alá, o único Deus e em Maomé (Mohamed), o seu grande profeta;
•Fazer cinco orações diárias com seu rosto voltado para a cidade sagrada de Meca;
•Ser generoso com os pobres dando-lhe esmolas;
•Cumprir o jejum religioso durante o Ramadan (mês sagrado);
•Ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida.

Após a morte de Maomé, a religião islâmica sofreu várias interpretações, entre as quais se destacaram duas correntes, a dos sunitas que correspondem a aproximadamente 80% dos muçulmanos do mundo e a dos xiitas com os outros 20%.

Maomé e seus seguidores criaram o Estado muçulmano de governo teocrático que se expandiu por meio de conquistas militares. Essa expansão se deu em três fases:
•Primeira etapa (632 – 661): Conquistas da Pérsia, Síria, Palestina, Egito;
•Segunda etapa (661 – 750): Conquistas do noroeste da China, norte da África e de quase toda a Península Ibérica;
•Terceira etapa (750 – 1258): Conquistas na Península Balcânica (Europa).

Os árabes tiveram grande influência sobre a civilização ocidental. Eles se destacaram no comércio com o controle de rotas comerciais provenientes da Ásia, revolucionaram a atividade náutica com vários inventos como barco a vela, a bússola e espalharam para o ocidente a pólvora e o papel, na matemática introduziram o algarismo hindu e o numeral zero, desenvolveram a álgebra e a trigonometria e na medicina, descobriram novas técnica cirúrgicas, causas de doenças como varíola e sarampo e ainda contribuíram com várias palavras na língua portuguesa como álcool, algodão, azeite, esfirra, quibe, açougue, etc.




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