O domínio de um segundo idioma desenvolve e potencia a parte do cérebro ligada à fluência verbal, e com especial incidência nas crianças, segundo um estudo publicado pela revista científica britânica Nature. A pesquisa, chefiada pela médica Andrea Mechelli, da University College London, foi realizada com 25 destros britânicos que falavam somente inglês e o mesmo número de indivíduos bilíngües, que tinham aprendido outro idioma europeu antes dos 5 anos. Também participaram da pesquisa 33 pessoas bilíngües “tardias”, que aprenderam o segundo idioma entre os 10 e 15 anos e o praticaram com regularidade durante os últimos cinco.
A tomografia revelou que a densidade de material cinzento – responsável por processar a informação – era maior nos bilíngües que naqueles sem o conhecimento de um segundo idioma. Além disso, os cientistas destacam que as crianças que aprendem a língua estrangeira antes dos 5 anos desenvolvem seu cérebro em maior medida. Aprender um outro idioma após os 35 anos também altera o cérebro, mas a mudança não é tão acentuada quanto nos aprendizes precoces. Ou seja, quanto mais tarde se aprende uma nova língua, menor é o desenvolvimento cerebral.
“Isso reforça a idéia de que é melhor aprender cedo do que tarde, porque o cérebro é mais capaz de ajustar ou acomodar novos idiomas mudando sua estrutura”, disse Andrea. “Esta habilidade do cérebro diminui com o tempo.”
Os cientistas não sabem se a alteração no cérebro dos bilíngües significa um aumento no número de neurônios, no seu tamanho ou nas conexões entre eles. O estudo conclui que não existe predisposição genética para potenciar o material cinzento. A experiência é a responsável por esse desenvolvimento. (EFE e Reuters)
Fonte: O Estado de São Paulo
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