Na Nova República, começa a abertura política no Brasil. O General Figueiredo, mostrando-se sem vontade de governar não consegue impor à nação seu sucessor, como fizera seu antecessor, Ernesto Geisel.
A campanha pelas diretas: Nos anos de 1983 e 1984, a campanha pelas diretas tomou conta do país. O amarelo, cor das diretas, tomou conta do país. "Panelaços" e "buzinaços" foram organizados. Milhões de pessoas foram às ruas para exigir eleições diretas para o sucessor de Figueiredo.
No dia 25 de abril de 1984, foi votada a emenda pelas eleições diretas. Foram 298 votos a favor, 65 contra e 116 deputados faltaram. Mesmo com maioria, a emenda precisaria de 320 votos para ser aprovada. A eleição indireta para o sucessor do General Figueiredo, foi dia 15 de janeiro de 1985.
Votaram os deputados federais, senadores e seis representantes de cada Assembléia Legislativa.
Com os militares de fora, o PMDB, com apoio de alguns saídos de PDS ( que formaram a Frente Liberal ) lançaram Tancredo Neves para presidente, e José Sarney vice. O PDS indicou Paulo Salim Maluf para presidente, e Flávio Marcílio para vice. Venceu a chapa Tancredo-Sarney com 480 votos contra 180 votos para a chapa Maluf-Marcílio.
Mas Tancredo Neves, não assumiu a presidência. Na véspera da posse, Tancredo sentiu fortes dores abdominais. Depois de sete cirurgias, Tancredo falece no dia 21 de abril.
Com a morte de Tancredo assumiu a presidência José Sarney.
Governo José Sarney: No governo Sarney foram estabelecidas eleições diretas para todos os cargos, partidos políticos puderam se organizar e funcionar livremente. Também no seu governo foi promulgada a nova Constituição brasileira.
No campo econômico, o governo adotou uma medida de impacto no dia 28 de fevereiro de 1986, quando foi lançado o Plano Cruzado. No começo a população apoiou a medida, mas logo começaram a surgir os problemas: começara a faltar mercadorias que estavam à espera de aumento de preços; os empresários começaram a modificar os produtos para elevar seu preço; fazendeiros se negaram a vender bois pelo preço de tabela; o valor dos aluguéis disparou.
O governo se mostrou incapaz de enfrentar a situação, provocados pelos interesses dos poderosos.
No fim desse ano, a inflação voltou a subir. O ministro da Fazendo, Dílson Funaro demitiu-se. Seu substituto, Luís Carlos Bresser Pereira, tentou sem êxito, acabar com a crise, e demitiu-se em 1987. Seu sucessor, Maílson da Nóbrega, também não obteve sucesso. Em janeiro de 1989, foi decretado o Plano Verão, que congelou os salários e preços, mas também não deu resultado. No fim do governo Sarney, a inflação era de mais de 70% ao mês.
A Nova Constituição: A constituição de 1988, foi mais favorável ao trabalhador, que conseguiram muitas vantagens graças aos seus representantes.
A nova Constituição foi promulgada em 5 de outubro de 1988.
Outras mudanças na importantes também ocorreram na Constituição, como o 2º Turno nas eleições para governadores, presidente e prefeitos de cidades com mais de 200.000 habitantes; voto facultativo entre 16 e 18 anos; o fim da censura a radio, televisão, cinema, etc; o mandato de 5 anos para presidente.
Governo Collor: Nas eleições de 1989, Fernando Collor de Melo derrotou Luís Inácio Lula da Silva e assumiu a presidência. Houve grande expectativa em torno da posse do novo Presidente, pois era o primeiro presidente eleito pelo voto popular após quase 30 anos.
As atenções nesse governo se concentraram no plano econômico que o Presidente anunciou uma parte no dia da posse, e totalizado no dia seguinte à posse.
Zélia Cardoso de Melo, ministra da Economia, passou a ser o ponto das atenções do governo Collor. Graças ao choque, a inflação baixou a níveis inferiores a 10% nos primeiros meses da nova gestão.
Mas as principais conseqüencias que o Plano Collor causou foi a recessão, com queda nos salários e aumento da miséria e desemprego. Diante disso, a ministra Zélia Cardoso demitiu-se em maio de 1991, sendo substituída por Marcílio Marques Moreira.
No final de 1991, além da recessão, a inflação voltava a superar níveis de 20% ao mês e continuou a crescer em 1992.
"Fora Collor": Collor fez exatamente o contrário do que havia prometido. Acusou Lula de querer confiscar a poupança, mas ele mesmo confiscou não só a poupança, como também as contas correntes e outras aplicações; disse que iria acabar com os marajás, mas instaurou-os no Palácio do Planalto; disse que acabaria com a inflação com um só tiro, mas após uma pequena queda, a inflação voltou a crescer a todo vapor; disse que acabaria com a corrupção, mas participou da maior rede de corrupção já vista no país; no seu governo, o salário mínimo foi o mais baixo de todos os tempos e obrigou os aposentados a saírem nas ruas para exigir respeito aos seus direitos.
Para esconder o fracasso de seu governo, Collor montou uma campanha publicitária. Como era jovem e desportista, Collor deveria superar todos os obstáculos e transformar o Brasil, no país tão sonhado por todos.
Mas tudo isso foi inútuil. Cada vez mais se tomava conhecimento do esquemas de corrupção de Collor. A mulher de Collor desviava dinheiro da Legião Brasileira de Assistência ( LBA ), que presidia, para seus familiares.
Para mostrar que nada tinha haver com esses acontecimentos, Collor fez uma reforma ministerial e demitiu a própria mulher. Mas, com a denúncia de seu irmão, Pedro Collor, ficou se sabendo que o governo estava tomada pela corrupção.
O Congresso Nacional formou uma CPI ( Comissão Parlamentar de Inquérito ), para investigar as denúncias de Pedro Collor. Após o depoimento do motorista da secretária de Collor, ficou se sabendo de todo o esquema de corrupção.
Milhares de jovens saíram às ruas, para pedir a cassação de Collor."Fora Collor" era o grito que tomou conta do país.
No dia 29 de setembro, a Câmara dos Deputados autorizou ao Senado de julgar e processar Collor. De acordo com a Constituição, Collor ficou afastado durante 180 dias, assumindo o vice, Itamar Franco.
Após três meses de julgamento, Collor renunciou.
No mesmo dia Itamar foi empossado novo presidente. Apesar da renúncia, o Senado continuou o julgamento, e considerou o presidente culpado, cassando seu mandato por 8 anos.
Governo Itamar Franco: O governo de Itamar Franco vai de 1993 e 1994. O maior desafio para Itamar seria baixar a inflação e criar uma moeda estável. Depois de algumas tentativas sem sucesso, Itamar Franco convidou o sociólogo Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda. Fernando formou uma equipe com economistas que já haviam trabalhado em planos anteriores. Juntos, elaboraram o Plano Real, que passou a vigorar em 1º de junho de 1994.
O Real, consistiu na adoção de uma moeda, o Real.
Governo Fernando Henrique: Em 1994, Fernando Henrique deixa o Ministério da Fazenda, e se candidata à Presidência da República. Filiado ao PSDB, FHC contou com o apoio do PFL e do PTB, dois partidos considerados conservadores. As principais promessas de FHC foram:
-reforma agrária;
-diminuição das desigualdades entre ricos e pobres;
-melhoria das condições de alimentação, moradia, educação, e saúde dos brasileiros.
Lula mais uma vez saiu derrotado. Fernando Henrique toma posse no dia 1º de janeiro de 1995.
Principais acontecimentos do governo FHC:
-início das operações do Mercado Comum do Sul ( MERCOSUL ), cujas bases foram lançadas no governo Collor;
-fim do monopólio da Petrobrás;
-privatização de estatais como o Sistema Telebrás, a CSN, a Cia. Vale do Rio Doce, Cias. de Energia;
-aprovada a reeleição para a Presidência da República, governadores e prefeitos.
-a aposentadoria deixa de ser por tempo de serviço, e passa a ser por idade;
A Reeleição: Pela primeira vez na história, governadores e o Presidente da República, poderiam concorrer à reeleição para mais quatro anos seguidos. FHC, venceu todos os adversários em primeiro turno, inclusive Lula, sendo o Presidente mais votado da história, batendo o recorde de Jânio Quadros. FHC assumiu em 1999 para um mandato de mais 4 anos.
Eleições Municipais: Nas eleições municipais de 2000, a esquerda conseguiu grandes vitórias em cidades importantes e em algumas capitais. Em São Paulo, o ex-prefeito Paulo Maluf, perdeu no 2ºturno para a ex-deputada federal do PT Marta Suplicy. Assim como em São Paulo, na cidade de Porto Alegre também elegeu um prefeito petista.
Outro fator a ser observado também, é a derrota de lideranças sindicais em cidades do ABC paulista, como por exemplo a de Vicentinho em São Bernardo do Campo.
Eleição na câmara e no senado: O ano 2001 começa com uma grande movimentação política. A eleição para a presidência da câmara e do senado abre uma disputa onde, a base do governo fica seriamente abalada.O PFL lança Inocêncio de Oliveira como candidato na câmara, concorrendo com o deputado Aécio Neves do PSDB mineiro com apoio do PMDB. Em troca do apoio à Aecio, o PSDB apóia no senado o senador Jáder Barbalho, que vence no senado e provoca um grande racha na base governista, pois o senador ACM, grande inimigo de Barbalho era contra sua eleição. Várias acusações decorreram após a vitória de Barbalho no senado, até a abertura de uma CPI.
O resultado dessa CPI até agora: dois senadores, José Roberto Arruda (PSDB) ex-lider governista, e Antônio Carlos Magalhães (PFL) renunciaram a seu mandato.
Apagão: O Apagão começou a ser cogitado com a falta de chuvas nos primeiros meses do ano. Havia grande esperança, por parte do governo, de que iria chover até o fim do período de chuvas. Mas não choveu, e a possibilidade de apagão ficou eminente. Diante disso o governo criou regras para o uso de energia elétrica. Nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste todos, sem restrição, deveriam economizar 20% de acordo com a média aritmética dos meses de abril, maio e junho de 2000. Os que não cumprirem a meta iriam pagar multas e correm o risco de ter a energia elétrica cortada por 3 dias. Então, no dia 1º de Junho começou a valer as regras do governo.
Um grande problema trouxe a probabilidade de apagão para todos. Mas, segundo fontes, o governo já havia sendo alertado desde 1996 sobre a possibilidade de falta de energia, caso o governo não aumentasse os investimento na área. Infelizmente esses técnico não foram ouvidos, e acontece o estamos vivendo hoje.
Pré-Candidatos à presidência: No 2º Semestre de 2001 começaram as cogitações para as eleições de 2002. Muitos políticos influentes lançaram sua pré-candidatura à presidência da República.Alguns deles:
- José Serra do PSDB, é o candidato oficial do governo com o apoio de FHC;
- Tasso Jereissati do PSDB, lançou sua pré-candidatura, mas logo depois desistiu porque o partido resolve apoiar Serra;
- Lula do PT, deve ser o candidato do PT, embora terá de participar das prévias com o senador Eduardo Suplicy;
- Eduardo Suplicy do PT, deve disputar as prévias contra Lula;
- Ciro Gomes do PPS, deve repetir o discurso de 1998;
- Anthony Garotinho do PSB, pode ser uma surpresa, embora pesquisas apontem que terá pouquissímas chances de passar para o 2º Turno;
- Roseana Sarnaey do PFL, é a candidata da direita mais bem colocada.
Devassa na Lunus: Em abril de 2002, a Polícia Federal invade a sede da empresa Lunus, de propriedade de Jorge Murad e Roseana Sarney, e encontram uma grande quantidade de dinheiro, todos em notas de cinqüenta. Com esse escândalo, Roseana que estava bem posicionada na corrida sucessória cai muitos pontos. O PFL deixa a base governista. No final de tudo Roseana desiste da candidatura à presidência para concorrer ao Senado.
O PFL fica dividido: uma parte do partido quer lançar outro candidato, outra parte não quer lançar candidato, uma minoria quer apoiar Ciro Gomes, e outra minoria quer a reaproximação com Serra. A direção do PFL decide não lançar candidato à presidência, deixando suas lideranças regionais livres para apoiarem quem eles quiserem.
Eleições 2002: Em 2002 foram realizadas eleições para os cargos de Presidente da República, Governadores, Deputados Estaduais e Federas e Senadores. Os candidatos à Presidência da República foram:
- Luís Inácio Lula da Silva do PT, tendo como vice o senador mineiro José Alencar do PL;
-José Serra do PSDB, tendo como vice a deputada capixaba Rita Camata do PMDB;
-Anthony Garotinho do PSB; e
- Ciro Gomes do PPS, tendo como vice o sindicalista Paulo Pereira da Silva do PTB.
Foram necessários dois turnos para que fosse escolhido o novo presidente do Brasil. No primeiro, Lula e Serra foram os mais votados, passando para o segundo turno. No segundo turno, realizado no dia 27 de outubro de 2002, saiu vencedor Luís Inácio Lula da Silva do PT, com mais de 52 milhões de votos, se tornando o presidente mais votado do país e segundo presidente mais votado na história do mundo.
Governo Lula: O Governo Lula tem início em 1º de Janeiro de 2003 e deverá terminar em 1º de janeiro de 2007. O maior desafio e bandeira de campanha de Lula será combater a fome, entretanto, a reforma da previdência também será um grande desafio. Além disso, a oposição de alguns elementos mais radicais do próprio PT deverá ser um grande desafio para Lula.
No dia da posse, uma grande festa popular tomou Brasília para recepcionar o Presidente. Nunca tanta gente foi prestigiar a posse de um presidente em Brasília. Estima-se que mais de 100.000 simpatizantes foram à festa da posse.
Um dos primeiro atos do Governo Lula foi criar o programa "Fome Zero", que tem como objetivo erradicar a fome do país.
Morre Brizola: Em Julho de 2004 morre no Rio de Janeiro o Presidente Nacional do PDT, Leonel de Moura Brizola.
Brizola, que começou sua carreira política no RS, liderou o movimento que culminou com o cumprimento da Constituição em 1961, culminando com a posse de João Goulart. Com sua morte, morre o último herdeiro político de Getúlio Vargas.
Os 50 anos da morte de Vargas: Em 24 Agosto de 2004 completou 50 anos o suicídio de Vargas. Várias publicações foram realizadas, noticiando o fato e, em algumas, homenageando Vargas.
O Segundo Governo Lula: Nas eleições de 2006, Lula sagrou-se novamente vencedor, derrotando em segundo turno o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
As principais realizações do segundo governo de Lula foram a conquista, pelo Brasil, do direito de sediar a Copa de 2014 e as Olímpiads de 2016, além da continuidade da política econômica austera, e da política externa de aproximação com os países da África, América Latina e G20.
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