Temperatura poderia chegar a 25o Celsius na superfície, dependendo da cobertura de nuvens existente no objeto
ESO/Divulgação |
Concepção artística do planeta fora do Sistema Solar, que fica na chamada 'zona habitável' de sua estrela e teria condições de abrigar vida
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Astrônomos europeus anunciaram ontem a descoberta de 50 novos planetas fora do Sistema Solar. Entre eles, um que poderia ter água líquida, condição fundamental para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.
Batizado de HD 85512b, o novo astro é uma das 16 super-Terras -nome dos planetas com massa entre uma e dez vezes a da nossa Terra- localizadas pelo ESO (Observatório Europeu do Sul).
Situado a 35 anos-luz da Terra, o exoplaneta (nome dado aos astros do tipo fora do Sistema Solar) fica na chamada zona habitável.
"A zona habitável é a distância do planeta à estrela que ele orbita onde há condições de existir água em estado líquido. Isso varia conforme o tamanho e o brilho de cada astro", explica Gustavo Rojas, físico da Universidade Federal de São Carlos e responsável pela divulgação das ações do ESO no Brasil.
No caso do novo planeta, a estrela é menor e menos brilhante do que o Sol. Por isso, para haver condições que permitam ter vida, ele precisa ter a órbita mais próxima dela. O HD 85512b, no entanto, está quase no limite dessa proximidade.
"Ele fica bem perto, no extremo da zona habitável", afirmou Rojas.
Para que o planeta não seja quente demais para a vida, é preciso uma condição especial. Ele tem de ser nublado, com pelo menos 50% do céu coberto de nuvens.
"As nuvens ajudam a refletir a luz solar, e isso auxilia no resfriamento da temperatura", disse o físico.
Mas, para saber como é a composição e a possível atmosfera do planeta recém-descoberto, ainda é preciso esperar. A geração atual de telescópios ainda não consegue captar essas informações.
Na opinião de Rojas, é preciso cautela.
"O fato de o planeta estar na zona habitável não significa necessariamente que poderia ter vida. São coisas diferentes, é preciso salientar."
CAÇADOR DE PLANETA
Os novos exoplanetas foram descobertos pelo espectrógrafo Harps, o descobridor de planetas mais bem sucedido de todo o mundo.
Ele fica montado em um telescópio de 3,6 metros no Observatório de La Silla, do ESO, no Chile, e já descobriu mais de 150 outros planetas.
Como esses astros ficam muito longe da Terra para serem fotografados, os astrônomos usam um método que capta a presença do planeta medindo a ação gravitacional dele sobre sua estrela.
O anúncio dos 50 novos planetas, feito em um congresso científico sobre sistemas solares extremos nos EUA, animou os pesquisadores. Esse é o maior número de planetas desse tipo anunciado de uma só vez.
E, segundo os astrônomos, os números não devem parar de crescer. Se há pouco mais de 20 anos não se tinha certeza de que havia planetas fora do Sistema Solar, agora já há mais de 600 confirmados. E 1.235 fortes candidatos ainda por confirmar.
Fonte: Blog Conteúdo Livre
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Astrônomos europeus anunciaram ontem a descoberta de 50 novos planetas fora do Sistema Solar. Entre eles, um que poderia ter água líquida, condição fundamental para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.
Batizado de HD 85512b, o novo astro é uma das 16 super-Terras -nome dos planetas com massa entre uma e dez vezes a da nossa Terra- localizadas pelo ESO (Observatório Europeu do Sul).
Situado a 35 anos-luz da Terra, o exoplaneta (nome dado aos astros do tipo fora do Sistema Solar) fica na chamada zona habitável.
"A zona habitável é a distância do planeta à estrela que ele orbita onde há condições de existir água em estado líquido. Isso varia conforme o tamanho e o brilho de cada astro", explica Gustavo Rojas, físico da Universidade Federal de São Carlos e responsável pela divulgação das ações do ESO no Brasil.
No caso do novo planeta, a estrela é menor e menos brilhante do que o Sol. Por isso, para haver condições que permitam ter vida, ele precisa ter a órbita mais próxima dela. O HD 85512b, no entanto, está quase no limite dessa proximidade.
"Ele fica bem perto, no extremo da zona habitável", afirmou Rojas.
Para que o planeta não seja quente demais para a vida, é preciso uma condição especial. Ele tem de ser nublado, com pelo menos 50% do céu coberto de nuvens.
"As nuvens ajudam a refletir a luz solar, e isso auxilia no resfriamento da temperatura", disse o físico.
Mas, para saber como é a composição e a possível atmosfera do planeta recém-descoberto, ainda é preciso esperar. A geração atual de telescópios ainda não consegue captar essas informações.
Na opinião de Rojas, é preciso cautela.
"O fato de o planeta estar na zona habitável não significa necessariamente que poderia ter vida. São coisas diferentes, é preciso salientar."
CAÇADOR DE PLANETA
Os novos exoplanetas foram descobertos pelo espectrógrafo Harps, o descobridor de planetas mais bem sucedido de todo o mundo.
Ele fica montado em um telescópio de 3,6 metros no Observatório de La Silla, do ESO, no Chile, e já descobriu mais de 150 outros planetas.
Como esses astros ficam muito longe da Terra para serem fotografados, os astrônomos usam um método que capta a presença do planeta medindo a ação gravitacional dele sobre sua estrela.
O anúncio dos 50 novos planetas, feito em um congresso científico sobre sistemas solares extremos nos EUA, animou os pesquisadores. Esse é o maior número de planetas desse tipo anunciado de uma só vez.
E, segundo os astrônomos, os números não devem parar de crescer. Se há pouco mais de 20 anos não se tinha certeza de que havia planetas fora do Sistema Solar, agora já há mais de 600 confirmados. E 1.235 fortes candidatos ainda por confirmar.
Fonte: Blog Conteúdo Livre
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