Campinas -2011 |
Numa pesquisa divulgada a alguns meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi apontado que 63,7% dos brasileiros acreditam que o quesito cor/raça influencia nas oportunidades de vida da população. Com 71% das respostas, as oportunidades de trabalha ficaram em primeiro lugar, seguidas de 68,3% que identificaram o quesito cor/raça interferem "na relação com a justiça ou a polícia"; 65%, no convívio social; e 59,3%, maneira das pessoas agirem nas escolas.
Para se ter uma ideia de como o racismo diminui as chances e oportunidades de vida capitalista para pessoas negras, ontem, na Folha online, saiu uma matéria que comprova como o racismo ainda esta presente no seio da família brasileira, a matéria diz: “Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família”.
SELO PARA FEMINISTA CONTRA O RACISMO |
O mais interessante é que as mulheres parecem estar bem mais conscientes deste fato que os homens. Segundo os dados, o percentual das mulheres que afirmaram a existência de tal “influencia” foi de 66,8%, enquanto o dos homens foi de 60,2%. Aí, nos perguntamos por qual motivos as mulheres teriam esta consciência “mais ampliada”?
Parece-nos óbvio que por sofrerem uma dupla opressão, na maioria das vezes, tripla, se levarmos em consideração que as mulheres negras são a maioria das pessoas na linha da miséria, estas ficam muito mais sensíveis a identificar tais condições do que os homens. É válido salientar que tal conhecimento empírico significa muito mais um “estado de alerta, um decodificador de situações”, do que necessariamente uma instrumentalização de luta contra o racismo/machismo.
Inclusive, a condição feminina das mulheres negras é ainda mais claustrofóbica quando se identifica que a proporção das que contribuem para a renda das famílias é de apenas 28,5%, enquanto o das mulheres brancas é de 36,1% e, conseqüentemente, que 50,6% dos brancos contribuem de alguma forma no trabalho de casa, contra 48,5% dos companheiros negros (PNAD de 1999 e 2009).
Para termos uma noção de como a situação econômica oriunda da cultura escravocrata influencia na conservação de estruturas patriarcais para mulheres e homens negros, segundo nota do Jornal da Manhã, como mostra foto ao lado esquerdo.
Um dado bom é que no recém divulgado Censo 2010 mais pessoas se auto referenciaram afrodescendentes com 97 milhões de pessoas se referindo como pretas ou pardas. E quanto mais oprimidos cientes de sua real condição, mais próximos estaremos de uma verdadeira insurreição.
Para saber mais sobre a condição das mulheres negras no Brasil: Males do racismo-Geledes.org.br
Acessem:
http://nucleogenerosb.blogspot.com/2011/11/por-que-sera-que-consciencia-negra-das.html
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