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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Consciência Negra


“Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra.

A data - transformada em Dia Nacional da Consciência

Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 –

não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi,

líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra,

assassinado em 20 de novembro de 1695.”


UM POUCO DA HISTÓRIA

“O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597,

por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho

situado em terras pernambucanas.

Alguns anos após a sua fundação,o Quilombo dos Palmares

foi invadido por uma expedição bandeirante.

Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados.

Um recém-nascido foi levado pelos invasores

e entregue como presente a Antônio Melo,

um padre da vila de Recife.

O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco,

foi criado e educado pelo religioso,

que lhe ensinou a ler e escrever,

além de lhe dar noções de latim, e o iniciar

no estudo da Bíblia.

Aos 12 anos o menino era coroinha.

Entretanto, a população local não aprovava

a atitude do pároco,

que criava o negrinho como filho, e não como servo.

Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo,

Francisco não se conformava em ser tratado

de forma diferente por causa de sua cor.

E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo

humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas.

Por isso, quando completou 15 anos, o franzino

Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem

o Quilombo dos Palmares.

Após caminhar cerca de 132 quilômetros,

o garoto chegou à Serra da Barriga.

Como era de costume nos quilombos,

recebeu uma família e um novo nome.

Agora, Francisco era Zumbi.

Com os conhecimentos repassados pelo padre,

Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem.

Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo,

uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.

Com a queda do rei Ganga Zumba, Do quilombo,

morto após acreditar num pacto de paz com

os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei

e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias.

Com o extermínio do Quilombo dos Palmares

pela expedição comandada pelo

bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694,

Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre

para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.

Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído

por um de seus principais comandantes, Antônio Soares,

que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo.

Zumbi foi então torturado e capturado.

Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou,

levando sua cabeça até a praça do Carmo,

na cidade de Recife, onde ficou exposta

por anos seguidos até sua completa decomposição.

“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”.

Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi,

o seu significado para a história do Brasil

e para o movimento negro é praticamente unânime:

Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra

ao escravismo e de sua luta por liberdade.

Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi

permanece e sua história é contada com orgulho

pelos habitantes de todo Brasil

onde o negro-rei pregou a liberdade.”

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