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sexta-feira, 23 de março de 2012

Hoje na História: 1919 - Mussolini cria milícias e dá início à ascensão do fascismo

Inicialmente marginal, movimento totalitário tomaria o poder à força anos depois

Em 23 de março de 1919, na praça do Santo Sepulcro, em Milão, Benito Mussolini cria os primeiros esquadrões fascistas, os ‘Fasci Italiani di Combattimento’. Esses grupos paramilitares iriam formar o embrião do futuro Partido Nacional Fascista.

O adjetivo ‘fascista’ destinado a ter uma difusão planetária, iria designar a partir do final dos anos 1920 e, em especial, da Guerra Civil espanhola, todos os movimentos totalitários de extrema-direita, antidemocráticos, violentos, racistas e ultranacionalistas.

Wikimedia Commons
Antes da Primeira Guerra Mundial, quando era militante socialista e revolucionário, o futuro Duce tinha frequantado na Suíça os exilados bolcheviques. Tomou então conhecimento da teoria de Lênin, segundo a qual a ascensão ao poder deveria se apoiar sobre uma organização bem estruturada, constituída na sua direção por revolucionários profissionais.

Construiu seu movimento levando em conta o exemplo do líder russo, introduzindo, porém, a característica paramilitar de seus grupos de apoio. Valendo-se de seus talentos como orador, traz para seu seio os ‘arditi’ - Reparti d'assalto (Unidades de assalto) da I Guerra, tropas de elite do Exército. Em italiano, a expressão ‘ardito’ significa algo como bravo, corajoso, audacioso. Organizadas no verão de 1917 pelo coronel Bassi, a essas forças especiais era designado o papel tático de romper as defesas inimigas e atacá-las em profundidade, de modo a preparar um avanço maciço das tropas de infantaria – que tinham dificuldade de se converter à vida civil. A esses jovens se juntaram sindicalistas e trabalhadores vítimas das crises econômicas e o ‘lumpen-proletariado’ em geral.

A todos, Mussolini propunha um programa político vagamente socialista e fortemente nacionalista. Passa a reivindicar os territórios prometidos pelo Tratado de Londres, declara guerra aos bolcheviques e aos socialistas, denuncia o capitalismo, exige a abolição do Senado e a eleição de uma assembleia constituinte, prega a abolição do serviço militar obrigatório e se pronuncia por uma república laica. Esse programa iria evoluir muito ao sabor das circunstâncias.

No final de 1919, o movimento fascista era ainda bastante marginal. Contava com apenas 17 mil membros e não conseguiu eleger sequer um representante nas eleições legislativas de novembro. O próprio Mussolini obtivera em Milão apenas 4.800 votos contra 170 mil do candidato socialista.

Na esfera de influência nacionalista, Mussolini se via eclipsado pelo prestígio do poeta Gabriele d'Annunzio. Sua decepção era tal que pensou emigrar para os Estados Unidos.

Tudo mudou no ano seguinte. O ex-líder socialista continuou a utilizar uma fraseologia revolucionária, anticapitalista e antiburguesa. Todavia, durante o verão de 1920, enquanto se multiplicavam as manifestações populares e as greves nas grandes cidades industriais do norte e nos campos do sul, toma o partido da contra-revolução. Cria uma milícia, os ‘squadre’ (esquadrões) cujos membros, os ‘squadristi’, eram reconhecidos por trajarem uma ‘Camisa Negra’ (primeira foto acima). Daí o seu epíteto.

Em total ilegalidade, esses milicianos armados, motorizados e formados por ex-oficiais percorrem cidades e campos, intimidando de todas as maneiras possíveis – assassinatos, purgas com óleo de rícino, porretadas – os militantes comunistas e socialistas, os sindicalistas e os grevistas.

A polícia, os magistrados e o próprio governo fecham os olhos.

Os patrões, por sua vez, não hesitaram em financiar generosamente o Partido Fascista.

Chegando a mais de 700 mil membros em 1922, o Partido Nacional Fascista ainda assim não conseguia seduzir o eleitorado.

Foi apenas com recurso à força e às ameaças que Benito Mussolini finalmente chegaria ao poder no mês de outubro naquele ano, sendo derrubado e enforcado após a derrocada italiana em 1943.

Também nesse dia:
1998 - Filme Titanic, de James Cameron, ganha 11 Oscares


1993 - O candidato presidencial mexicano, líder nas pesquisas, Luis Donaldo Colosio, é assassinado.

Fonte: Opera Mundi

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