Por Monica Aguiar
No Dia 8 de março de 1857, várias operárias trabalhadoras de uma fábrica de tecidos, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicaram melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Além de ter sido trancadas dentro da fábrica foi ateado fogo aproximadamente em 130 tecelãs que morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano e brutal.
HISTORICO
Somente no ano de 1910 foi decidido que o 8 de março passaria a ser a “Dia Internacional da Mulher”, uma homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857.
Em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Ao ser criada esta data, não se pretendia que a data fosse comemorativa como esta sendo feito por muitos hoje. Quando esta pauta histórica sofre mudança como vem acontecendo a exemplo das pecas publicitárias que vemos nas telenovelas, jornais e propaganda, contribui muito e de forma significativa com a mudança do olhar e atenção de parcela da sociedade com relação as lutas e bandeiras bem como as plataformas historicamente construídas .
Em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Ao ser criada esta data, não se pretendia que a data fosse comemorativa como esta sendo feito por muitos hoje. Quando esta pauta histórica sofre mudança como vem acontecendo a exemplo das pecas publicitárias que vemos nas telenovelas, jornais e propaganda, contribui muito e de forma significativa com a mudança do olhar e atenção de parcela da sociedade com relação as lutas e bandeiras bem como as plataformas historicamente construídas .
Mas esta data deve ser robustecida como uma data de protesto, onde as pautas das desigualdades, da violência com suas variáveis voltem para sociedade, chamando atenção sobre os impactos de tais violências e das desigualdades sociais e política sofrida diretamente pelas mulheres, e o impacto regressivo que traz para o conjunto da sociedade, onde inclui também os homens. Cobrando do poder publico a implementação das políticas publicas para as mulheres.
Na maioria dos países, no dia 08 de marco realizam conferências, debates, reuniões, encontros seminários e atos públicos, cujo objetivo é debater e apontar o papel da mulher na sociedade atual. No esforço de tentar diminuir com o preconceito a discriminação e a desvalorização da mulher.
Mas é importante avaliar os dados que ainda alarmam nossas vidas
· As mulheres negras ainda sofrem muito nos locais de trabalho, com salários baixos onde chegam a ganhar até 50% menos, sofrem com a violência masculina, assédios, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Além de sofrer com a prática do racismo pouquíssimo caracterizado e ainda tipificado.
· 70% dos mais pobres no mundo são mulheres e mais de 50% são mulheres negras.
O racismo vitima continuamente, mas há possibilidade real para superar as desigualdades socioraciais entre homens e mulheres que ainda existem e persistem na sociedade atual, tanto na família, como nas mais diferentes esferas entre a mulher negra que representa a base da pirâmide social.
Com tantas desigualdades ainda existentes ao longo das últimas décadas do século XX, as conquistas sociais femininas no mercado de trabalho foram muitas, as mulheres já estão mais à vontade e escolhem de forma mais livre com quem e como querem estabelecer suas relações conjugais.
Mesmo com todo este processo de desconstrução que setores conservadores vêm promovendo na tentativa de descaracterizar os avanços obtidos podemos fazer a seguinte análise:
A mulher está cada vez mais conquistando seu espaço no ambiente profissional e participando das mudanças ocorridas nas instâncias de poder. Aos poucos as habilidades e características femininas começam a ser valorizadas, deixando a mulher, de ser uma mera coadjuvante em determinados segmentos sociais e profissionais, possibilitando cada vez mais o seu acesso às posições estratégicas.
Em relação ao trabalho, tais mudanças são ainda mais visíveis devido o processo de reestruturação produtiva e o crescente número de mulheres no mercado de trabalho. A mão-de-obra feminina tem sido cada vez mais aceita e solicitada. O Crescimento da participação feminina no mercado de trabalho foi intenso, diversificado desde os anos 70, não retrocedeu. Em 1970, por exemplo, 18,2 das brasileiras eram economicamente ativa. Vinte anos depois subiu para 39,2% e o número de trabalhadoras atingem a safra de mais de 22,9 milhões. Contudo, o contingente feminino ainda tem sido sujeito de algumas limitações, tem sofrido dificuldades quanto ao seu acesso a cargos que exigem maior qualificação ou que oferecem maiores possibilidades de ascensão na carreira, especialmente no que se refere à dinâmica de conciliação das demandas familiar e profissional.
Existe uma ocupação de diferentes funções na sociedade moderna, mas estas e as conquistas sociais têm sido alcançadas e assimiladas de forma diferente pelas mulheres. O alcance e assimilação das conquistas sociais femininas variam de acordo com a classe social, o grau de escolaridade e principalmente seu grupo étnico/racial.
A mulher vem enfrentando melhor os problemas da sociedade atual. E aos poucos, vem desconstruindo as dificuldades encontradas na dupla e ate na tripla jornada, participando para construção de uma sociedade oportuna, de um mundo melhor e mais equilibrado, no qual desenha um novo papel.
Mas e preciso entretecer os fios da história desse período, resgatar o caráter histórico das nossas bandeiras para transformação do papel socialmente imposto às mulheres. Daí sim, avançaremos ainda mais.
Adotar como desafio: - nosso papel político perante a construção de toda sociedade, esta é uma tarefa fundamental nas agendas para além das mobilizações, garantir sempre a intervenção, interlocução política bem como a presença nos espaços de direções das organizações sociais e partidárias, onde muitos foram construídos por nós.
Outro desafio são os elos perdidos dos fatos em torno do dia 08 de março, é preciso buscar o aprofudamento histórico, resgatar a importante participação das mulheres E PRINCIPALMENTE DAS MULHERES NEGRAS. Não nos perdemos de vista. A luta é nossa luta. Nossa bandeira.
SOMENTE RECONHECENDO AS DIFERENÇAS ALCANÇAREMOS UMA SOCIEDADE JUSTA, IGUALITÁRIA E OPORTUNA. NOSSAS CONQUISTAS, É O NOSSO CONBUSTIVEL PARA AJUDAR A GARARANTIR A VITORIA E MANUNTENÇÃO DO NOSSO PROJETO POLITICO !
OUTRAS DATAS
21 e março - Dia Internacional para Eliminação da Segregação Racial - Foram instituídos pela ONU em razão do massacre de 70 jovens negros em Sharpeville, África do Sul, em 1960, enquanto participavam de um movimento nacional contra lei que vigorava na época (lei do passe) e contra a prisão dos líderes de um movimento opositor a essa lei.
13 de maio - Dia Nacional de Luta contra o Racismo
25 de Maio - Dia da África - Todo o dia 25 de maio é comemorado o “Dia da África”, e foi neste mesmo dia no ano de 1963, que 32 chefes de estados africanos se reuniram contra a colonização e subordinação que seu continente sofria repetidamente há séculos, vendo suas riquezas naturais e humanas sendo roubadas por povos que se consideravam superiores
28 de maio - Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher - Em 1987, na Costa Rica, realizou-se o V Encontro Internacional Mulher e Saúde, ocasião em que as participantes aprofundaram questões relacionadas à morte das mulheres durante a gravidez, o parto, o pós-parto e decorrente de abortos realizados em condições inadequadas. Como estratégia de combate a essas mortes, com 98% de causas evitáveis, as mulheres decidiram por um conjunto de ações capazes de tornar mais visível a mortalidade materna em todo o mundo. Logo, depois do V Encontro, em uma reunião realizada no dia 28 de maio, oitenta mulheres de várias nacionalidades instituíram o 28 de Maio como Dia de Ação pela Saúde da Mulher.
25 de Julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha - Em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingo (República Dominicana), definiu-se que este dia seria o marco internacional da luta e resistência da mulher negra. Desde então, vários setores da sociedade têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
15 de setembro - Adoção da Declaração e Plataforma de Ação de Beijing (ONU, 1995)
28 de setembro - Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe Há duas décadas as mulheres latino-americanas e caribenhas vêm se unindo na luta pelos direitos sexuais e reprodutivos e pela justiça de gênero. No 5º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe (Argentina, 1990), foi criado o Dia pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe, um tema de unânime e prioritária preocupação. O 28 de setembro foi escolhido como data de referência para essa Campanha que, desde 1993, vem impulsionando ações nos diferentes países da região
10 de outubro - Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher
12 de outubro - Dia Internacional da Mulher Indígena
15 de outubro - Dia Mundial da Mulher Rural
17 de outubro - Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
27 de outubro - Dia de Mobilização Pró-Saúde da População Negra
20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra - Dia de denúncia, protesto e resistência, em memória do martírio e morte de Zumbi dos Palmares, no ano de 1695. Protesto contra a ideologia da democracia racial. Resistência, que está no espírito de Zumbi e presente na esperança do povo negro.
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